Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Olhar Matinal

A manhã estava a chegar. Podia vê-la espreitar por entre o doce e aveludado lençol nublado. Pequenos raios se desenhavam por entre o negrume do céu.
A chuva caia com menos intensidade e deixei os meus olhos contemplarem aquela beleza única.
Ao redor dos meu olhos a cidade lá em baixo, os carros que levavam as pessoas ás suas vidas. Gente que caminhava pelas ruas para tratar dos seus assuntos, mais carros que paravam nas estradas para deixar essas mesmas pessoas passarem, caminharem todos eles em sentidos opostos mas com os mesmos propósitos.
A vida é mesmo um lugar estranho. Os humanos são seres estranhos, com hábitos estranhos que correm e caminham para obter algo de pouco importante, mas ao qual atribuem bastante importância.
Deste lado deixava-me ficar a observar. É bom ver o mundo mover-se á nossa volta.
O frio da manhã era cortante. Apertei mais as pernas á volta dos meus braços, deixei o meu longo cabelo voar ao sabor do vento, de forma a secar depois da chuva que passou.
Endireitei o meu corpo contorcido sob o parapeito branco, observei as árvores despidas, molhadas, os animais que se passeavam pelo chão e cuja única preocupação é algum sustento para o estômago.
Vi bonitos pássaros a voar ao meu redor, a cantar, a levar comida para dar ás suas crias...
Um mundo aparentemente normal, um mundo vivo.
Desci pela calçada íngreme lentamente. Deixei o peso do corpo fugir. Iria agora misturar-me com toda aquela gente, iria fazer parte daquele mundo, deixar todo o meu isolamento matinal para trás, espreitar pelas cortinas do espectáculo, ver o mundo crescer.

1 comentário:

Ana Rita disse...
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