Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



domingo, 31 de janeiro de 2010

Acabou

Já não há palavras amor e só o solêncio não chega para preencher o vazio entre quatro paredes.
Outrora disseste "amo-te" com toda a certeza do mundo e hoje não sabes mais como o dizer com a mesma certeza de antes. Gastamos as palavras, as ditas, as não ditas e as que ficaram por dizer. Deixamos para trás rios e mares e nunca fomos capazes de ir mais além com receio de se esgotar tudo e não restar mais nada.
Em pouco tempo deste-me tudo e agora não sabes mais o que me dar. Não foi pressa amor, foi mau uso dos sentimentos.
Só te dás conta das nossas diferenças, daquilo que nos separa. Nunca paraste para admirar o explendor da nossa semelhança, a forma perfeita como dois seres estão destinados, programados a unir-se, quer seja por instinto, quer seja por outro motivo qualquer. Nunca notaste que somos ambos feitos de carne, temos dois braços, duas pernas e ambos necessidades iguais.
Tu só gostas, amor, dos meus defeitos, daquilo que mais me afecta, que mais me atormenta, aquilo que não te posso dar, aquilo que mais temo...aquilo que eu mas odeio e que tu não páras de buscar para depois admirar e emoldurar na tua mente.
O que nós somos ou o que fomos, não é nada do que seremos e nunca nos questionamos porque mudamos, porque somos assim numa hora e na outra já não somos. Não pensamos verdadeiramente, essa é a verdade, não sabemos pensar. E aqui estamos tu e eu, dois seres que se conheciam tão bem e que agora se dão conta de que ainda são dois estranhos. Dois seres que ão sabem que rumo seguir, duas alminhas complicadas quando tudo é tão simples.
Já não há palavras, aquerido, para dizer quando nada se quer dizer. Não há palavras para analisar, nada em que pensar quando já foi tudo dito, tudo pensado. Não há mais nada que te possa dar porque não há mais nada em mim que tu querias receber.
Não há mais palavras, mesmo que soltas, ditas aos acaso se possam pronunciar, por isso me calo e não digo. Não há mais nada, e nada, meu amor, neste caso, é tudo.

Para quê escrever?

Para que escrevo eu?
Qual o sentido de escrever? Escrevo para me libertar, para exprimir as minhas necessidades, para criar outros mundos que não o meu, para elevar o meu espirito e sonhar. Escrever é isso mesmo, é sonhar, é ser diferente de tudo e de todos e há quem escreva por escrever e que escreva para se descrever. Eu sou aquilo que tu podes ler, sou cada letra, cada parágrafo, cada pedaço de papel riscado sobre a mesa. Qual o sentido disto tudo?
Não sabes meu amor? Não há sentido algum. Porque buscas tu sentido nas coisas que não têm sentido? Onde pensaste tu, querido, que na vida em que vivemos existe sentido de coisa alguma?
É por isso que escrevo, para não me perder, para traçar uma linha recta onde poderei caminhar sem temer não achar o caminho de volta. Escrevo para que tu me possas ler, para que me digas quem sou depois de eu já o saber, para que, com cada palavra dita me digas tu mais uma vez outra coisa aind, mais uma entre as muitas outras coisas ditas que possam ser guardadas.
Diz-me o que quiseres. Escreve-me com as tuas palavras, mas nunca deixes de escrever meu querido. A escrita é a linguagem do silêncio

O sentido

Se escrevo é para me livrar de toda a dor que me sufoca, é para me esquecer de mim por instantes. Escrevo para acabar com isto de vez. Para dizer que não vale mais a pena. De outra forma não poderia dizer. De outra forma ninguém me entenderia, ninguém se daria conta que existo.
Escrevo para espalhar numa folha de papel o sangue que escorre do meu peito. De outra forma não poderia meu bem, de outra forma não poderia dizer o que sinto.
Escrever é para os adultos, para os que sofrem um silêncio que é só seu e que não podem partilhar com ninguém.
Escrever é para quem sabe usar as palavras para exprimir sentimentos.
Escrever é uma forma de gritar a dor que me sufoca. Tu não entendes, meu querido, fecha o caderno, esta dor não é tua, ela é minha, apenas minha