Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 31 de março de 2010

Desabafos

São cada vez mais as noites que passo em claro. Nem sei o que me mantém acordada tanto tempo.
Gasto tinta de caneta quase como quem bebe água e escrever apenas não basta.
Estes dias têm sido muito decisivos para mim. Há muito a pensar e a decidir e a pensar. Muita coisa está em jogo e o o tempo passa rápido.
Este ano vou aproveitar a boleia dos pais da Maryem e vou com eles para Marrocos no verão. Há anos que sonho lá ir e finalmente tive essa oportunidade. Pena que a Maryem vai estar fora nesse tempo.
Quero aproveitar esse tempo para meter as ideias em ordem, há muito que preciso disso. Nunca consigo arranjar tempo suficiente para poder organizar a minha vida e muitos dos meus sonhos estão ainda por concretizar.
O meu lema agora tem sido manter a cabeça ocupada ao máximo para não pensar tanto em problemas. Penso neles só quando é preciso e depois arrumo o assunto.
Todos nós precisamos de pensar um pouco naquelas coisas que nos magoam para as podermos resolver, mas e se esse mesmo pensar nos magoar ainda mais?
Vejo-me num rolo de pensamentos e por vezes sinto um vazio enorme porque sinto que não consegui concretizar algumas das minhas promessas, como tal prometi a mim mesma não prometer mais nada.
Por vezes sinto que dei demais de mim ás pessoas e no momento em que precisei alguma coisa dessas mesmas pessoas não obtive nada. Outras vezes de tanto que damos ainda conseguimos ser acusados. As pessoas nunca se sentem satisfeitas com nada.
Enfim, na vida saímos sempre mais a perder do que propriamente vencedores.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Palavra em branco

Entro. Não tenho minimamente vontade de falar nada. Sento-me. Estou cansada de tanto trabalho. Sinto o chamado vazio das palavras dentro do peito. Deixo-me ficar sentada e penso em nada. Não há muito em que se possa pensar agora. Não há espaço para tanto pensamento.
Reparo que não arrumei o quarto antes de sair e nem tão pouco me importei. Sentada diante do computador, fico ausente por instantes. Começo a escrever, primeiro um rabisco, depois outro, até ir de encontro ás palavras certas. Pensei escrever uma carta ao Presidente falando da situação lamentável do país em que vivemos, depois pensei escrever a um velho amigo de infância. Faz tanto tempo que não o vejo. A última vez que nos vimos ele já estava do outro lado da rua, acenou-me com um largo sorriso no rosto. Também lhe sorri e gritei: -Temos de nós ver nas férias.
Ele afirmou com a cabeça. Desde então nunca mais nos falamos. Por aqui se vê a veracidade das palavras. As mais sinceras foram sempre as que nunca se disseram, são aquelas que se sentem, as que poucas vezes ousamos deitar cá para fora com medo de magoar ou se sairmos magoados.
Por fim decidi escrever-te uma carta. Iria soar ridículo. Facilmente te consigo imaginar a recebê-la. Consigo imaginar os teus dedos a percorrer a folha, o som da folha a desdobrar-se por entra as tuas mãos e o teu olhar atento, fixo numa folha de papel com poucas palavras. Sem a minima importância para ti certamente. Mas, talvez não devesse deixar de arriscar assim tanto. Afinal não és daqueles homens comuns que se limita a ler e irritar-se com meras tolices. Gostas de dar nas vistas, ser apreciado por todas as mulheres, ser notado de uma ponta a outra da sala por onde caminhas, mostrar tudo de forma a se fazer pensar que em ti está um homem a sério. Calculo que a esta hora já muitas mulheres te devem ter passado pelas mãos. Não és daqueles que se contenta com pouco. Para ti uma mulher só é importante antes de a possuires. Levas os primeiros tempos com ela, dizes que a amas vezes sem conta até a fazeres acreditar e no fim terminas com desculpas esfarrapadas, desculpas de alguém que nem sabe ao certo que mentira inventar para sair de uma relação. Homens como tu há muitos, com efeito acabam todos da mesma forma. Sabe bem passar por eles e ver como ficaram depois de tudo o que nos fazem passar, pensei eu.
Jamais te diria que não tens carácter. Não uso palavras ofecivas para te qualificar.
Sinto-me demasiado ocupada para me dar a esse trabalho, além disso, não seria preciso descer no teu nível.
Comecei a carta com um simples olá. Mais tarde achei que soaria ridiculo, rasguei e recomecei com um CARO...não, esta ainda não era a palavra adequada. Pensei.
Achei ridículo não achar palavra introdutória suficientemente boa para começar uma simples carta, afinal seria apenas um desabafo, porque haveria de me dar tanto ao trabalho?
Talvez não devesse escrever-te. Talvez fosse perda de tempo. Sim, é perda de tempo, concluí por fim.
Levantei-me por fim. Saí do quarto levando comigo todas as folhas meio escritas com meias palavras.
Já passou tanto tempo desde que nos vimos pela última vez. Quem sabe já nem te lembres de quem sou, talvez te lembres demais, mais que eu mesma me poderia alguma vez lembrar de ti.
Dir-te-ía isso mesmo numa carta se podesse ou tivesse tempo para te falar em fingimento.
Esperei anos a fio uma carta tua. Parecias honesto quando me disseste que me irias escrever. Os anos passaram-se todos da mesma forma nesse tempo e todas as respostas que tive tuas foram ausência de palavras. No fundo és isso mesmo, apenas uma palavra em branco.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Happy

Sabe bem quando repentinamente acordamos e sentimos vida dentro de nós. A sensação de não pertencermos a nada, a sermos livres, a podermos gritar e pular quando nos apetecer. Sabe bem quando nos sentimos bem connosco mesmos, quando nos olhamos ao espelho e nos sentimos orgulhosos do que somos e não desejamos ser outra coisa além de nós mesmos. É maravilhoso sentir aquela vivacidade, aquela paz interior e vontade de correr e saltar.
Hoje apeteceu-me dizer o quão bem me sinto comigo mesma, que não tenho problemas em dizer que algo surgiu assim do nada em mim e me deixou com uma enorme vontade de ser feliz, de aproveitar a vida, de me dedicar a tudo e a todos.
Estarmos bem connosco mesmos é dos melhores sentimentos que alguma vez podemos experimentar. Esse sentimento faz-nos sentir alegres, cheios de cor e bem com todos os que nos rodeiam. Experimentem fechar os olhos. Experimentem sentir o ar que vos entra nos pulmões como se não houvesse amanhã, não tenham medo de experimentar a felicidade por pouco que ela dure. Saibam aproveitar cada momento como se fosse o último, pois cada momento é mesmo o último, o que vem pode ser semelhante mas nunca igual.
Sintam-se a vocês mesmos e mostrem isso ao mundo, deixem as pessoas contagiadas com a vossa alegria, façam o melhor por vocês mesmos e vejam-se a vocês mesmos serem recompensados por isso. Lutem por vocês mesmos e não se deixem abater com criticas. Vivam em plena harmonia convosco, vivam em plena harmonia com o mundo e verão a felicidade diante dos olhos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Eclipse

-Mãe,porque estás triste? Porque choram os teus olhos?
-Senta-te querida. Um dia irás perceber. Um dia quando fores grande e te tornares numa mulher forte e saudável, cheia de energia.
-E porque não posso perceber agora?
-Porque ainda é muito cedo minha querida.
-Onde foi o pai?
-O pai trabalha muito longe de casa.Ele nunca se esquece de ti.
Os olhos de Maria fitaram o chão. Nada do que que ouvia fazia sentido.
-Quero ver-te sorrir mãe.
-Irás ver minha princesinha. Quando as lágrimas secarem irei sorrir para ti.
-Prometes?
-Prometo.
-Porquê que o pai teve de ir para longe mãe?
-O pai foi buscar um bom trabalho para poder ganhar muito dinheiro para te dar bons presentes Maria.
-O maior presente de todos era poder sentar-me no colo dele outra vez.
-E vais sentar querida. Muito em breve.
-Mãe, como conheceste o pai?
-Queres ouvir uma história?
-Quero.
-Então é assim. Quando Deus criou a terra, ele criou duas grandes bênçãos. O sol e a lua. Eles desde logo se apaixonaram. Era um amor forte e puro, maior que todas as forças grandiosas do mundo. Mas nesse processo de criação da terra Deus decidiu criar a noite e o dia. Por isso o sol e a lua teriam de se separar. Ao sol foi entregue a missão de iluminar os dias, trazer calor á terra e a Lua teve a missão de iluminar a escuridão das noites. Deus entendia o sofrimento que causara ao separar dois seres tão puros e para não deixar a Lua sozinha criou as estrelas para lhe fazerem companhia, pois essas estrelas iriam ajudá-la a ultrapassar um pouco a saudade que com o tempo iria começar a crescer.
Esta foi a separação mais dolorosa jamais existente até então e Deus sabia que ambas as tarefas que haviam sido entregues ao sol e á lua era tarefas muito difíceis. Como tal criou o Eclipse, para de tempos em tempo o sol e a lua poderem reencontrar-se e celebrarem o amor que os manterá unidos eternamente.
-Que história linda mãe. Então o pai é o sol, tu és a lua...mas faltam as estrelinhas. Onde estão?
-A maior de todas está aqui comigo a ouvir a minha história.
-Mãe, para que serve o amor?
-Para nos iluminar.

sábado, 13 de março de 2010

Esperança perdida

Escrever-te-ia uma carta de amor. Talvez te telefonasse depois de sair do trabalho só para te dizer olá, para escutar do outro lado o som da tua voz, sentir-te mais perto outra vez e saber que estavas bem. Talvez te fosse buscar ao trabalho ou ainda te desse boleia para lá voltar sem pedir nada em trocar. Pensei muitas vezes em todas essas possibilidades, na forma como iria encarar-te depois de tudo, na maneira doce e directa com que os teus olhos me observavam numa tentativa de saber o que se escondia no meu olhar. Pensei em todas essas possibilidades e em tantas outras. Pensei na última vez que seguraste as minhas mãos frias e as levaste até ao teu peito firme,de forma a que pudesse ouvir o bater do teu coração. Deixei que as palavras se calassem, não seria preciso usar palavras para sentir os seus efeitos devastadores. Nesse mesmo dia disseste que não, que chegava o fim, que estavas cansado da rotina, que o amor é vadio e foi em busca de outra fonte de viver, que o teu mundo já não era mais este mundo em que ambos vivíamos em sintonia. Disseste e eu ouvi tudo até ao fim. Doí-a a forma como as palavras entrava nos ouvidos, fazia ruído, fazia doer dentro do peito. Soava como uma melodia fora de tom, uma melodia demasiado frenética e estridente,demasiado para suportar ouvir-se.
Pensei no tempo que passei em ir em busca das tuas palavras,não as últimas que me disseste, mas outras palavras mais distantes, mais doces, com uma melodia de fundo encantadora. Procurei ferir-me e iludir-me em busca do que não mais havia, procurei e perdi-me no meio de uma busca vã, no meio de um circulo em que se anda e se volta precisamente ao mesmo lugar. Busquei sabendo no fundo da realidade, sabendo que jamais voltaria a existir passado, que não mais se recupera o que se dá e o que se recebe e que deixamos escapar sem querer. Foi isso que aconteceu. Tu foste sem querer, vieste e foste como uma rajada de vento, escapaste por entre os meus dedos, por entre os meus sonhos.
Pensei e tornei a pensar sem saber até onde iria continuar este misto de ilusão e tristeza. Parei diante do telefone com as mãos a tremer,pousei o auscultador no ouvido e marquei o teu número. Estava decidido: iria dizer-te tudo, iria dizer-te todas aquelas palavras que durante anos idealizei dizer-te nos olhos mas que não as disse por vergonha de sair ridículo, com medo de fracassar diante do teu olhar.
-Sim? - Ouvi-te por fim falar. Ficaste em silêncio aguardando resposta. Tentei dizer-te que era eu, que te amo, que queria tentar tudo de novo, que precisava de ti. As palavras a querer sair e a não sair, o corpo a querer mexer-se mas paralisado.
-Quem fala? Está aí alguém? -Voltavas tu a dizer. Ouvia o som da tua respiração, aquele som que tantas vezes escutava no silêncio entre quatro paredes antes de adormecer. Senti quase que o teu perfume, quase que tudo de volta sem que nada fosse avistado. Senti tudo por um instante, senti e depois perdi. Desligaste. Fiquei em silêncio. Sabia que seria assim daqui em diante.
Pensei mais uma vez, depois outra. Cruzei os pensamentos e formulei hipóteses, mais uma entre as milhares já pensadas, tantas que até já me esqueci de metade delas. Pensei e concluí por fim. De que serve esperar-te? Tu não irias voltar. Não precisava manter a porta aberta, não seria preciso ligar-te, não seria preciso esperar-te. Tu estavas do outro lado agora, de um lado diferente do meu, de um lado oposto ao meu, do lado de fora, do lado do passado

quinta-feira, 11 de março de 2010

Reflexo de ti

-Pára e observa-te.
Disse-te esta frase incessantemente até teres coragem de o fazer. Eu sabia que poderia doer,que poderia ferir-te, mas arranjas-te forças,tiveste a coragem de um homem e olhaste para o espelho. Não eras tu. Quem estava reflectido no espelho era outro homem, um estranho perante o teu olhar. Não haviam sinais dos teus traços fisicos, nada que reflectisse a tua alma, nada que fosse de facto parecido contigo.
-Pára! Não avances mais.
Eu a gritar para parares,para não correres atrás da imagem que vias diante de ti e que seria suposto seres tu. Tu a quereres perceber quem era o estranho ser diante de ti, um outro homem que te espiava, que te marcava com o olhar. Quanto mais te aproximavas do espelho mais te confundias com ele. Pedi que não lhe tocasses mas não me ouviste. Tocaste e ficaste por momentos parado sem saber quem eras.
Em tempos também eu fiz a mesma pergunta. Quem era eu? E o que sou agora?
Eu sei que custa. Sei que dói dentro do peito, consigo imaginar a dor que sentes em não conseguir saber mais quem és. Todos nós temos um momento na vida em que buscamos a nossa identidade,o nosso verdadeiro eu, o nosso verdadeiro nome sem ser aquele que já conhecemos,aquele por quem todos nos chamam e ao qual acudimos já de forma involuntária. Nomes vulgares entre os humanos que os tornam todos seres vulgares, iguais a muitos outros humanos. Olhas para as tuas mãos. Olhas para as mãos do ser reflectido no espelho. Aos poucos dás-te conta de que são a mesma pessoa. Como pode ser possivel? Como poderias tu imaginar que podes ser duas pessoas diferentes?
Todos o somos. Todos somos duas pessoas numa. Todos somos duas coisas, uma de cada vez, ambas distintas, mas que nos moldam como individuos que somos, que nos dão forma e nos tornam únicos.
Cansado de te tentar encontrar saiste da frente do espelho. Sentaste-te exausto, o corpo pesado, os olhos pesados pelo cansaço de tento enigma e tanto mistério.
-Não fujas, nunca te canses de procurar por ti. Se o fizeres estarás a virar as costas a ti mesmo e quando isso nos acontece, quando nos cansamos de nós mesmos, estamos perdidos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mãos

Deste-me a mão e dei-te a mão...
E ficamos assim, de mãos dadas. Primeiro a olhar para as mãos, depois a olhar para os dedos que se cruzavam, os dedos a juntar as palmas das mãos frias e trémulas que se uniam e afastavam. Olhávamos para as mãos a unir-se e depois a afastar-se, cuidadosamente para não quebrar o encanto. As mãos que outrora foram tudo e hoje não sabem ser mais nada, apenas simples mãos, comuns, como todas as outras mãos.
Foram em tempos as mesmas, as nossas mãos conseguiram ser uma mão apenas, mas agora são individuais, as tuas apenas tuas, as minhas apenas minhas. Nunca deixarão de ser mãos, apenar de antes terem sido muito mais que isso.
Tuas e minhas, nossas...mãos essas que se seguravam e suportavam, mãos essas que se davam e prendiam, mãos que davam e tiravam, que ofereciam.
Nunca deixarão de ser mãos, aquelas que em tempos foram também individuais e firmes,aquelas por quem nos apaixonamos e deixamos que elas se cruzassem num acto de magia e prazer. São tuas e minhas sempre, mesmo que separadas.
Foram quentes,agora estão frias. Estão distantes,separadas por um vidro onde se tocam cada uma do seu lado, a tentar transmitir ainda algum calor entre elas.
São mãos que se dão sem querer todos os dias, que se tocam por necessidade ou apenas por medo.
As tuas mãos são como torpedos. São elos que mantêm a minha alma viva. As minhas são dois laços que atam e desatam nas tuas. Juntas são tudo, separadas, nada.
São todos os dias mais e menos, consoante o que fazemos com elas. Existem e mexem-se umas nas outras, tocam umas nas outras, passam de mão em mão á procura de que novos mundos diferentes, mas acabando sempre no mesmo mundo.
Têm agora espaços vazios, espaços onde cabem os dedos, onde se podem meter os dedos de forma sublime. Juntos uníamos as nossas mãos de forma regular, de forma involuntária como se todo o resto estivesse a mais. Juntos fazíamos segredos guardados entre as nossas mãos. Juntas as nossas mãos faziam tudo acontecer. Separadas não fazem nada.
Serão apenas mãos, mãos iguais a muitas outras e ao mesmo tempo diferentes das outras. Mãos que buscam necessidades físicas comuns, que se derretem e voltam ao estado normal e depois desaparecem.

terça-feira, 9 de março de 2010

Sentimentos

É bom saber que temos pessoas que gostam de nós mesmo que isso implique não gostarmos delas da mesma maneira. O sentimento pode ser uma coisa ridícula e estonteante. Nem toda a gente tem os mesmos sentimentos e ninguém gosta de maneira igual.
Os sentimentos não podem, infelizmente, ser medidos nem pesados. Não se medem os sentimentos de metro em metro, por exemplo, ou não se pode pesar o tamanho de um sentimento numa balança.
-Olha, o meu amor por ti pesa 9 kg.
-Pois o meu mede 50 m.
Seria totalmente ridículo não só o peso e comprimento de um sentimento assim como a igualdade deste perante o de outra pessoa.
Sentimentos são coisas muito confusas que nos fazem por vezes perder noção de coisas reais. Há que os saber controlar e não pensar tanto neles, pois poderemos ficar esgotados e perdidos no meio de uma filosofia enorme.

domingo, 7 de março de 2010

Falta de...sono?

Não é por nada mas já há coisa de um mês que ando aquilo a que as pessoas costumam chamar de insónias. Durante o dia costumo sentir-me cansada e até sinto sono de vez em quando, mas quando chega a noite lá fico eu com uma vontade enorme de ir sair para um lugar qualquer nem que seja para apanhar ar. Acabo por não sair a lado nenhum, claro. Quando me dão estes súbitos ataques de espertina são cerca das 12h (00:00)e quase nunca sei o que fazer.
Incrivelmente lembro-me de escrever, o que acaba por me relaxar bastante. Faço textos e poemas e até acabo por desenhar e escrever letras de músicas.
Já fui ao médico para tentar saber qual a origem destas supostas isónias que me deixam com um ar abatido e meio pálido, mas a única coisa que ele me passou foram calmantes, coisa que eu evito ao máximo tomar. Tomei um na semana passada e não me fez nada. Seria suposto estar preocupada mas na verdade não me ralo minimamante. Acabo por aproveitar grande parte da noite para reflectir e escrever. Adoro anotar todas as minhas reflecções. É a essas alturas da noite que eu escolho sempre uma boa musiquita para relaxar tipo OF LONGING que considero mesmo muito boa para um momento de introspecção. Tenho muitos momentos assim e fazem falta. Se bem que ultimamente é de noite que os tenho. Embora ande estafada durante o dia acho que estas noites têm sido mágicas, pois têm ajudado bastante a tomar decisões e a escrever quase um caderno interiro numa semana apenas. Estranhamente nunca fico com os pulsos e os dedos doridos. Adoro libertar ideias e escrever sem ter de pensar muito, apenas ir sentindo letra a letra. Se eu podesse escolher queria que fosse sempre noite. Sinto-me sempre mais inspirada para escrever e criar, mas admito que preciso de dormir como gente. Pode ser que isto melhore e comece a dormir novamente as horas necessárias. Chego a dormir apenas 4 horas ou outras vezes nem isso. Bem, vou comer alguma coisa e ver se me inspiro mais um pouco.

sábado, 6 de março de 2010

Ser feliz

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo...é ter coragem para ouvir um "não", é ter segurança para receber uma critica,mesmo que injusta. É ter maturidade para dizer "eu errei", ter ousadia para dizer "perdoa-me", ter sensibilidade para expressar "eu preciso de ti" e capacidade de dizer "amo-te".
Ser feliz não é ter uma vida perfeita,simplesente é viver perfeitamente uma vida imperfeita.

Pensando sobre acontecimentos

Hoje resolvi pensar e no meio de tantas ideias e decisões pensei: Porque não regista-las aqui? E assim o estou a fazer. Acho importante registar ideias e fazer com isso as pessoas pensarem se alguma vez se cruzaram com factos semelhantes.
Talvez esta seja das poucas vezes que irei postar algo de carácter tão pessoal, mas há que expressar ideias certo?
Uma das coisas que me fizeram filosofar foi precisamente em pessoas com palavra dupla. Reparo que me tenho deparado com pessoas que na minha frente têm uma palavra e afirmam-na, mas mais tarde comentam-na com outras pessoas de forma totalmente diferente. Isso muitas vezes leva a conflitos e chatices que poderiam ser evitadas. Sim,todos nós temos essa tendência, mas haverá mesmo necessidade disso? Porque não se ignora e se passa á frente? É isso que pensei. Aliás, é isso que irei fazer.
Penso que é pura criancice e que não há necessidade que haver duas palavras diferentes num acto só. Ou se pensa uma coisa, ou se pensa outra.
Há ainda casos tristes de pessoas que consideram infeliz a ideia da existência de espaços como o blog como fim de mandar indirectas mas respondem depois pelos mesmos meios. Sim,é frequente, mas se é um assunto em que uma determinada pessoa não está envolvida porque se sentem na obrigação de responder a tudo o que ouvem ou até lêem? se consideram um acto infeliz deviam deixar o infeliz que o fez ser infeliz sozinho e não juntarem-se a ele.
Agora o mais curioso de tudo é o caso de pessoas que perdem o seu tempo a pesquisar a vida de outras. Não haverá nada mais interessante para fazer? Pelo menos na vida dessas pessoas não deve haver. Em que sentido isso as torna mais felizes? ganham o euro milhões ou podem com isso fazer uma grande viajem? Será que ficam mesmo mais ricos? Possivelmente acham que a sua vida está miserável e precisam de se auto motivar com tentativas de detective. O que há de tão interessante na vida das outras pessoas? Se afirmam que isso não lhes interessa porque se dão a esse trabalho? Tanta pergunta sem resposta...fico até baralhada.
A maior de todas as minhas questões é: Porquê que se preocupam em estudar os outros quando qualquer um de nós comete erros, qualquer um de nós fracassa, qualquer um de nós se engana e todos nós fazemos as mesmas coisas? Uns mais outros menos, todos nós fazemos as mesmas coisas,apenas altera a forma como as fazemos. Porque se complica tanto? Pois é. Chama-se vida.
Quero com isto tudo dizer que a melhor coisa a fazer nestes casos é ignorar e passar á frente. Que se perde com isso? Não se perde nada. Todos nós ganhamos em virar costas a comentários, em segreditos e pessoas de duas palavras que pela frente são umas queridas e por trás nos cortam na casaca. Conselho para todos eles: Comprem um espelho ou procurem um part-time, há por aí tanto desemprego. Joguem aos dados ou apostem no totoloto que pode ser que ganhem e sigam com as suas vidas. Não queiram ligar ás tão aclamadas infelicidades de outrem. Ao meterem-se nelas estão a ir pelo mesmo caminho. Deixem as pessoas serem infelizes sozinhas, não precisam de se sentir picados por isso se dizem não ser nada que vos interesse. Uma coisa só nos pode interessar se formos responder ao que foi dito e ouvido.
Todos nós temos o direito a errar e a aprender com os erros.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Traída

Foi assim que fiquei. Mão frias, corpo sem acção. Não me mexi um centímetro que fosse e de longe via-vos aos dois. Tu e ela frente a frente, trocando sorrisos e palavras caras, trocando as mesmas promessas que me fizeste a mim tantas vezes. Deixei-me cair sob o solo húmido pensando não ter ouvido nada daquilo.
Ao meu redor a vida continuava a um passo alarmante, mas na minha vida mais nada continuava. Como foste capaz?
Tu nunca me soubeste dizer. Em ti nunca houve um pingo de verdade. No fundo, eu mesma sempre soube que me enganavas cada vez que nos olhávamos. Era patética a forma como eu conseguia acreditar com uma facilidade que nem eu mesma sabia possuir em todas as coisas que em dizias. Prometeste tanta coisa a ti e a mim. Uma das coisas que havias prometido foi melhorar as nossas condições de vida. Nunca passamos dificuldades, mas tu esforçavas te sempre por querer melhorar tudo. Eras um homem de sucesso e homens de sucesso nunca se conformam com pouco. Trabalhavas sempre até tarde e tinhas sempre muito que fazer. Eras super ocupado. Quando nos conhecemos perguntei a mim mesma se na tua vida haveria algum espaço para mim. Nunca te fartaste de me dizer que sim. Para ti as palavras não contam. És homem de acções, mas se de facto não contou nada do que pronunciaste porque te deste tu a esse trabalho?
Quando começamos a viver juntos tudo parecia no seu devido lugar. Levantavas-te cedo e ias trabalhar. Eu continuava com os meus estudos. Depois íamos almoçar juntos a um sitio sempre diferente.Detestavas repetições e adoravas variar. Ainda me lembro muito bem daquele dia em que fomos comer um prato exótico a um restaurante tailandês. Falavas que adoravas comer fruta com a comida e eu observava de perto todos os teus gostos. Comparava-os com os teus gestos, o teu requinte e a tua personalidade. Eras assim e eu admirava-te pelo que eras.
Eu admirava-te todos os dias. Admirava-te pelo homem que eras e pela capacidade que tinhas para fazer frente aos problemas. Só nunca pensei que um dia pudesse também eu ser um problema na tua vida. Enfrentaste-me de repente quando nem eu mesma esperava e disseste tudo o que eu não desejava ouvir.
-Eu não te amo mais, tu não és mais a mulher da minha vida.
Como se as coisas fossem assim. Como se uma mulher pudesse ser e deixar de ser a mulher da vida de alguém num acto apenas. Fizeste a tua escolha, apenas teria de a enfrentar. Não chorei, não te disse uma única palavra. Saí da tua vida sem que te desses conta. Fiz as malas e fui embora.
-Acredita,não há mais nenhuma mulher na minha vida. Apenas quero ser livre.
E foste. Foste livre para seguir, foste livre para fazer as tuas escolhas e as tuas mentiras. Deixei-te ir. Fiquei a ver a forma sublime como me enganavas a olhos vistos. Fiquei a ver a forma sublime como disseste á outra as coisas que me disseste a mim. Fiquei a ver como para ti tudo era assim tão fácil. Tão fácil amar e deixar de amar, tão fácil ser assim. Quem me dera ter sido com tu. Assim talvez nem nos tivéssemos cruzado

quinta-feira, 4 de março de 2010

Medo de falar

Ontem tinhas as mãos frias. Eu senti-as mesmo sem lhes tocar. Quiseste ir beber um café na minha companhia e eu aceitei. Estavas algo nervoso.Falaste de coisas banais tais como o tempo, a politica do país e o trabalho. Quiseste que eu entendesse que estava tudo bem, que nada se passava, mas eu sabia que apenas não me querias mostrar.
Logo que me deixaste á porta de casa disseste que amanhã á mesma hora me virias buscar para mais um café. Sorri e desejei que esse dia chegasse,esse amanhã que teimava em demorar.
No dia seguinte vieste. É engraçado lembrar-me, mas eu esperava-te com grande ansiedade. Estavas como sempre, nervoso, com ar radiante sempre na tentativa de me esconder algo, na tentativa de disfarçar sentimentos.
Enquanto bebíamos o café olhava-te nos olhos para ver o que sentias. Ficavas nervoso mas nunca o admitias. A certa altura deixaste de falar. Entre nós deu-se um enorme silêncio. Tentei manter a calma. Parecias mais nervoso que eu na verdade, mas foste mais forte que eu.
-Sabes...-começaste por dizer. -Nem sei por onde começar, mas...
-Podes dizer.-Respondi por fim.
Permaneceste calado. Tinhas os olhos brilhantes. Sorriste para mim e por fim disseste:
-Não sei bem o que te quero dizer,na verdade acho que nada.
E foi mesmo nada, durante a hora que se seguiu levaste-me a casa. Estavas ainda calado, sem pronunciar uma única palavra. Esperei angustiada que me dissesses algo, que nada estragasse as nossas tardes, aquelas tardes onde as conversas que até então pareciam banais soavam maravilhosamente bem para mim. Ouvir a melodia da tua voz, sentir que gostavas de alguma forma das minhas conversas, que te dizia algo.
Deixaste-me em casa, não disseste que me virias buscar. Esperei que o voltasses a dizer, mas desta vez não o disseste. Olhaste para trás uma vez. Fiquei á porta a ver-te partir. Acho que foi a última vez que nos vimos.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Saudades de Joana

Ainda me lembro dos finos cabelos loiros. A pele suave e rosada que me enchia a alma de ternura. Lembro-me dos olhos claros e cheios como o mar, cheios de ternura,de alegria, de vivacidade e pureza.
Já passaram muitos anos desde que as minhas mãos te poderam tocar, desde que os meus olhos cheios de lágrimas te viram acenar lá do fundo da estação, como que a dizer "adeus pai,até breve". Um breve que se tornou cada vez mais longinquo.
Eram as manhãs de inverno as que eu mais gostava. Tu desejavas sempre que fosse Natal. Querias meter a estrela no topo da árvore e contar os presentes, esperar pela chegada do pai Natal e sorrir ao pensar que o presente maior de todos era destinado a ti.
A tua mãe foi uma grande mulher. Soube educar-te, dar-te o exemplo e mostrar-te o caminho a seguir. Tu sempre foste como ela, saudável,cheia de vida e com um brilhosinho nos olhos cada vez que te deparavas com algo novo. Eu via-te de longe brincar, via-te todos os dias sorrir e sorria também. Era curioso ver os anos passarem por ti e nem um traço do teu sorriso mudar, nem um traço do teu olhar, nem um traço da tua ternura.
Foi breve esta nossa visita. Tu não soubeste como me dizer olá. Estavas demasiado calma, mas algo em ti me deixou exitante,algo mudara desde a última vez que nos vimos. O sorriso não parecia mais o mesmo,o olhar havia mudado de expressão. Nos teus olhos já não havia aquela docura de antes, nem o brilhosinho nos olhos. Olhei-te pensativo, o que teria mudado? Tinhas as mãos pesadas. Notei uma cicatriz ao canto do teu rosto pálido e sem vida,os lábios celados como que a calar aquele até breve que tantas vezes visualizava na minha mente. Os teus cabelos doirados estavam sujos pela terra. Toquei uma última vez nas tuas mãos, sabia que era a última vez que o fazia. Não te mexeste um centimetro. Olhei para o rosto da tua mãe coberto pelas lágrimas. Ficamos em silêncio. Eras tu, a filha com que sempre sonhei, mas ali não eras tu,ali estava apenas parte do que foi a criança mais doce,mais sublime e mais bonita que alguma vez o meu olhar pode ver. Não apenas por seres minha filha, mas por saber que, fosse onde fosse, nenhum olhar seria tão meigo e verdadeiro como o teu, nenhuma pele rosada e clara mais bonita e macia do que a tua, nenhum adeus mais inocente. Tu soubeste fazer-me feliz, soubeste dar-me a alegria de saber que era pai, que por momentos me senti como um pai, que me chamaste de tal coisa.
Passou tudo! Foi demasiado breve. Sinto que faltou tempo para te tocar, para te sentir nos meus braços e para te chamar de filha sem que fosse de longe. Tarde demais tive a coragem para te olhar agora nos olhos. Olhei para os teus olhos agora fechados, pensando em três palavras para te dizer, mas estas custavam me sair, iriam trazer lágrimas,dor,muita dor. Mas sabes que mais? Sinto a tua falta.

terça-feira, 2 de março de 2010

(...espaços em branco...)

Sinto saudades tuas. Embora te queira dizer isto todos os dias sei que tu não entendes ao certo o que é isso de sentir saudades.
Tento descrever-te esse sentimento com o olhar,mas não sei ao certo se entendes o que quero dizer,quando olho para ti,quando nos falamos ou mesmo quando dizemos adeus.
Saudade é uma palavra ruim, que nos faz viver sempre presos e acorrentados a um passado que se diz ter valido a pena.
Embora tenha sido curto o passado, assim como todos os passados, eu sei que valeu a pena. O tempo passa e olho para trás, revejo cada palavra, cada acto, cada coisa que disse e que fiz por ti e não me arrependo. Nunca nos devemos arrepender do que fazemos quando é feito com o coração. Foi feito com o coração. Tudo o que fiz por ti foi de coração. Mas é passado.
Tu foste em busca de outros horizontes, de novos amores, de outras verdades. Não quiseste ver a maior delas todas, a única que se pode esperar do outro. A verdade é que te amo todos os dias, que aprendi que não vale a pena ir contra aquilo que sinto e que por mais asneiras que tenha feito este é o sentimento mais puro, mais sincero e mais bonito que te posso mostrar. Para ti vejo que isso não chega. Não chega apenas amar-te.
Vais em busca de outras mulheres em quem encontrarás outras verdades diferentes, mas nada de tão puro, nada de tão verdadeiro como aquilo que nutro por ti.
Lês e tornas a ler mais uma vez cada palavra, mas para ti isso não basta.
Dizes ter razões para ter saído deste mundo onde nada do que te tivesse dado chegava para satisfazer a tua ânsia de viver.
Ás vezes gostaria de poder ter um pouco da tua irreverência, gostaria de poder encarar as coisas com a mesma rudeza, sentir tudo da mesma forma. Gostava de fazer um monte de loucuras para te mostrar que estou aqui, que sou patética, que faço asneiras como todos os humanos, que já cometi erros como outros tantos, mas que sei amar-te, á minha maneira, mas sei amar-te.
Irão passar-se muitos anos depois deste momento. Gostaria de poder dizer que nessa altura já não irei mais sentir saudade. Gostaria de um dia ir ao teu encontro, beber um café na tua companhia e olhar-te nos olhos como antes fazia, poder conferir se de facto é verdade que o tempo ajuda a esquecer tudo, que o tempo apaga tudo o que nos deu noutros tempos. Mas não sei se serei capaz de cumprir tal promessa. Eu não sou mulher de cumprir promessas que sei que nunca serei capaz de cumprir. Não te amar, não gostar de ti, não ligar, desligar simplesmente. Isso eu não poderei cumprir.
Não tens que me castigar mais por isso,deverias sentir-te grato por teres alguém no mundo que sabe que existes,que te vê mesmo de olhos fechados, que sabe como és embora penses sempre que não, que te conheça o suficiente para saber que ao ouvires estas palavras elas te tocam de uma forma ou de outra.
Tu pensas que não, vives a tua vida, mas dentro de mim, todos os dias,travo uma batalha comigo mesma. A maior delas todas é ignorar tudo o que sinto, mas a pior...essa, já nem eu mesma sei qual é.