Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Tu sabes que sim

Pensei.
Pensei muito durante bastante tempo.
Dormi durante anos e despertei já um pouco tarde. Talvez tarde demais, quem sabe.
Deixei-te magoares o meu peito sofrido. Deixei que mais uma vez me enganasses com as tuas suaves mentiras.
Disseste que te mentia, que te enganava.
Percebe meu querido, ninguém é enganado quando se percebe quem mente. Só nos podemos sentir enganados quando percebemos que fomos apanhados um dia, quando nos damos conta de que estamos enliados numa teia sem saída.
Eras demasiado fútil, demasiado imaturo para tolerar-me. Decidi sair, apanhar ar.
Não sabia para onde ia nem quando iria regressar. A sede de sair simplesmente apanhou-me de surpresa, a mim e a todos. Mesmo assim...
Peguei na mala, meti algumas roupas e fugi do mundo que conheço. Dizem que o longe nos apaixona porque o que está perto só nos sufoca. Por isso mesmo fui. Pouca roupa, algum dinheiro e um pouco de coragem. Tu sabes, eu não sou mulher de esperar por ti, pelas tuas mudanças repentinas de humor ou pelo teu arrependimento.
Simplesmente me fui na esperança de quando voltar já não te encontrar.
Fiquei num lugar bem longe daqui. Acredita, nem decorei o nome. Preferi pensar que estava perdida e assim busquei um lugar onde instalar as minhas coisas.
Fiquei num quarto de residencial bastante simpático e a um preço barato. No interior havia uma enorme janela para o exterior onde se avistavam o mar e a cidade em disputa constante.
Deixei a bagagem ficar e saí um pouco até lá fora.
Já era de noite quando me encontrava na rua. Para minha surpresa tinha refrescado muito.
Fui até um bar próximo, com ambiente acolhedor, boa música e pouca gente. Parece que se consegue perceber quem é novo na cidade. As pessoas olhavam-me curiosas. Não é comum ver-se uma mulher vaguear sozinha por ali, pensei eu. Nem por isso me ralei com esse fator de menos importância.
Decidi pedir um martini. Bebi-o rapidamente, preferindo ir para o exterior. Embora estivesse fresco, eu gostava de ver o mar.
Parei mesmo em frente ao mar, perto de uns postes de luz, de frente a um café cujo nome desconheço. Não me preocupei com as horas nem com o que iria fazer a seguir.
Foi então que ele chegou. Digo...um estranho. Um estranho perguntou-me o que fazia por ali sozinha àquelas horas da noite. Ficamos a conversar.
Descobri que é escritor, que aprecia poesia e gosta de ouvir baladas. Não teve filhos, mas gostaria de um dia ser pai.
Encontramos-nos algumas vezes mais e trocamos o contato telefónico para quando eu decidisse voltar.
Não me perguntes quanto tempo lá fiquei, naquela cidade estranha e sem nome.
Escrevo para dizer-te que me casei.
Casei-me sabendo que, com ele do meu lado, eu poderia ser feliz. É bom termos um apoio do nosso lado, alguém que suporte as nossas fraquezas e não tenha medo de ir abaixo com elas.
Pela primeira vez ganhei coragem e regressei. Não vim para te ver. Apenas decidi que queria que soubesses como estou, tal como havias um dia referido que irias gostar de saber.
Digo-te, estou feliz, mas não o digo para iludir-te ou tentar enganar-te. Não preciso de o fazer. Estou feliz porque consegui apagar a tua lembrança, construir novos planos, ter outras ideias.
Estou feliz porque sei que agora poderás respirar sem te dares conta que existo.
Sou feliz porque parei de pensar na tua existência, de me preocupar com as tuas fraquezas, de parar de querer dar-te a mão quando sempre me dizias que conseguias levantar-te sozinho.
Em certos momentos da vida, todos nós precisamos de uma mão ao nosso lado, de um rosto familiar, de um sorriso ou de um gesto de força. Não nascemos super homens nem super mulheres. Não aprendemos tudo sozinhos nem iremos conseguir fazer tudo sozinhos um dia.

Feito isto deixei a carta no ponto de correio. Segui para o carro. O sol entrava radiante pela janela. Meti os óculos, não queria que o sol me toldasse a visão. ia embora. Estava na hora de partir para algum lugar.

domingo, 19 de agosto de 2012

Ser chata é bom e faz bem...mas a quê?

9 da manhã saio da cama. Estava cheia de sono, mas mesmo assim decido sair.
Visto-me e fico a pensar...para onde ir?
Não interessa, acabo por ficar por casa.

Sem vontade alguma tomo banho e vou comer.
Que preguiça que hoje tenho e tanta coisa para fazer...loiça para lavar, roupa para arrumar...
Ok...no stress. I'm a good girl.

Depois de tudo feito ás cinco pedradas ( não mal feito, simplesmente feito de mau humor) decido sair e apanhar o meu tão desejado ar.
Ao virar da esquina cruzo-me com aquele fantoche de há dois anos...com aquele ar de que todos lhe devem e ninguém lhe paga. Na verdade não me admiraria que lhe devessem, com esta crise, até dói!
Fica-me a olhar com aquela cara de animal feroz da qual não temo. Abro a minha enorme boca de leoa e mando um enorme latido que o espanta para bem longe como um coelho pequeno com medo do lobo mau.

Ser má faz bem...mas a quê?
Depois decido parar para ir comprar um gelado. Estamos no tempo deles, mas que comer? cornoto...magnum..ok não levo nenhum, custa muito decidir e já não há paciência, pelo menos para mim.
Volto para casa depois de tantas voltas ter dado na rua e de ver tudo sempre na mesma, ou pior.
Sabe bem refunfar-me no sofá, ligar a tv e fazer zapping até altas horas...mas que ver? Ok, não me apetece, melhor mesmo é ir dormir. E ai que quem se atrever a latir nos meus sonhos.

sábado, 18 de agosto de 2012

Coisas da minha infância Part.1


Todos nós guardamos boas recordações da nossa infância, umas melhores e outras piores, mas certamente algumas memórias são inesquecíveis. Para vos refrescar a memória, resolvi abrir uma rubrica no meu blog para vos fazer voltar aos bons velhos tempos em que ainda gostavam de brincar com bonecos e quais as melhores recordações desses tempos.

Alguém se lembra destes bonequitos? Eram os matutolas, aqueles bonequinhos de plástico que saíam como brinde nos pacotes de batatas fritas da Ruffles. Haviam das mais variadas cores e feitios, com os mais variados perfis. Uns mais intelectuais, outros mais ao estilo trolha, Uns polícias e outros com cara de dondocas cheias de papel...mas todos eles engraçados e divertidos. O objetivo, como é mais do que lógico, baseava-se em colecionar o maior número de matutolas possível para fazer um jogo, que se baseava pura e simplesmente em bateres com os matutolas nos matutolas do teu adversário. O jogo era feito com duas pessoas, cada uma com uma fila de matutolas á sua frente e cada um tinha que tentar disparar os matutolas ao estilo jogo do berlinde, para acertar nos matutolas do adversário. Simples e eficaz. Mais tarde chegou a haver até um estojo para se colocarem os matutolas e recordo-me perfeitamente que eu tive dois estojos, um cor de rosa e o outro verde, que foi de herança para a minha irmã (já nem sei se ela os tem atualmente) e recordo-me que mesmo tendo dois porta-tolas (nome técnico que designa estojo para colocar os matutolas) haviam tolas que tinham de ser guardados noutros locais, como nas gavetas ou na minha mala de infância, mania de quem queria crescer muito depressa.

A ideia de resolver falar deste tipo de coisa foi porque, dado que ando numa onda de limpezas e seleção de objetos pela casa, dei de caras algures numa gaveta, com dois bonecos da espécie e resolvi  guardá-los para não me esquecer de partilhar convosco estes momentos que já não voltam e que me fizeram ficar tão nostálgica...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Estrada Errada

Desta vez, não há volta a dar...
Pensei eu enquanto voltava as costas para regressar a casa de autocarro. Nunca pensei que resultássemos, mas acredita, fiquei contente quando soube que conseguíamos continuar mais um dia. Continuamos enquanto nos foi possível manter a alma iludida, mas estava cada vez mais difícil para ti manter a farça.
Quando me despedi de ti apenas te vi pela sombra. Decidi afastar-me...e essa foi a melhor coisa que fiz. Estar do teu lado não iria ajudar em nada. Arranjei força de vontade, muita, e parti.
Pedi ajuda á minha melhor amiga que veio ter ao meu encontro. Nesse dia mal tinha chovido. Era uma manhã fria de Inverno que recordo como se tivesse sido ontem.
Recordo-a porque me faz bem saber que tive coragem de partir, de te deixar na esperança de ainda veres o meu rosto esmorecido pela tua viragem de página.
Nunca me viste assim porque nunca o consenti. Tive força, muita força, mas tu nunca me viste chorar. Nunca me ouviste suplicar para que voltássemos, nem nunca me ouviste dizer ainda te amo.
Na verdade, nunca o disse depois da última vez. Nunca mais ousei dizê-lo, não porque não te amasse, mas porque sabia que, mais tarde ou mais cedo, tu irias sentir falta desse amor e eu já o haveria esgotado.
Os primeiros dias foram difíceis. A calma assustava-me. Não tinha coragem de permanecer muito tempo dentro de casa e de noite os meus olhos não sabiam o que significava a palavra sono. Vivia numa espertina constante misturada com o nervosismo de não saber como enfrentar algo que já havia começado.
Depois, lidar com o teu cinismo. Saber enfrentar-te e sorrir-te de frente. Dizer-te bom dia animadamente quando só me apetecia apunhalar-te de frente.
Foi difícil. Aos poucos fui-me dando conta de que o tempo começava a passar. Dei-me conta de que a tua decisão de deixar de encenar o amor havia sido a melhor solução para ambos.
O meses passaram...
Onde outrora havia amor, começaram a florescer os primeiros sinais de ódio.
Comecei a odiar-te com todas as minhas forças. Cada vez que te via sentia náuseas. A tua simples figura enjoava-me.
Ás vezes vinhas ter comigo, quando te sentias mais sozinho e desprezado. Não tinhas muitas pessoas com quem falar no local onde te encontravas e por isso davas o braço a torcer por tu mesmo saberes que ali toda a gente te tratava por tu.
Lamento se te deixei desapontado, mas perdi a vontade de ser digna contigo. Comecei a ver pelos teus olhos, a jogar o mesmo jogo, a ceder e a ganhar relevo a cada cartada, ganhando sempre mais força a cada ás que me saía.
Tu não valias nada, apercebi-me. Nunca valeras. Nunca estiveste á altura dos meus sentimentos nem nunca saberás dar ao valor o que é despedaçá-los.
Fica sabendo, hoje de ti não guardo nada. Esgotou-se o rio da paciência e da ilusão.
Há muito que deixei de esperar por milagres, não que me levassem até junto de ti, mas que te fizessem desaparecer diante dos meus olhos, encontrar alguém a quem dar o teu falso afeto.
Tinhas a mania que tinhas sempre razão, mas perdeste-a aos meus olhos. Fizeste bem o teu papel de vítima, soubeste ser ator. Se tivesses concorrido a um casting talvez hoje tivesses ganho um troféu.
Quando me recordo de ti não consigo ver o teu rosto. A tua silhueta é uma mancha desfocada diante dos meus olhos. Não consigo recordar a tua voz com precisão, nem os teus tiques estranhos, as tuas nuances. É como ouvir-te falar debaixo de água, percebo que falas, mas não consigo entender o que dizes.
Como é bom que as coisas tenham ocupado este lugar. Como é bom que tudo tenha sido levado pelo tempo. Hoje, lembrar-te, é apenas uma história comum. Nunca imaginei que tal me pudesse ter acontecido, mas não consigo lembrar-me exatamente do que aconteceu.
Simplesmente já foi, apanhei a estrada errada, aquela sem saída da qual tive de regressar a passos lentos.
Digo lento, porque certamente tu sabes...nada do que deve ser definitivo se faz com pressa. Isto foi uma dessas coisas definitivas, dizer-te adeus.