Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Liberdade de expressão é direito de qualquer cidadão

Eu tenho um blog.
Tal como eu, muitos outros tantos de milhares de utilizadores.
O blog é um espaço para a criatividade. Pode ser um diário, pode ser um jornal de notícias ou o que bem entender na ideia do seu criador.
Criei este blog para libertar a minha mente de todas as coisas que me sufocavam, quer gostassem, quer não.
Não criei um blog para agradar ao mundo, para ter um milhão de seguidores e ser popular.
Criei um blog porque gosto de divulgar o que sinto, quer por história, quer por poesia, ou rir de situações alheias e completamente tolas.
Gosto de escrever o que me vai na mente e nunca, em momento algum, usei o meu blog para divulgar o nome de ninguém. Em vez disso, uso letras do alfabeto, quer vogais, quer consoantes, para denominar pessoas sem que saiba quem são. Posso ter imaginado a história, como posso ter contado algo pelo qual passei. O importante é que me sinto bem com o que faço e não me arrependo.
Tal como a maior parte dos cidadãos de todo o mundo, sou uma pessoa consciente dos meus atos e sei até que ponto posso ir.
Como tal, decidi escrever este comentário, pois sei que há sempre um leitor ou outro que se pode sentir completamente dentro do meu mundo criativo.
Todos nós temos uma música que parece ter sido feita a pensa na nossa vida, como se o compositor soubesse de todos os nossos segredos. Estranho não?
Talvez nem tanto.
Eu sei que há pessoas, que em algum momento, também já se identificaram com o que escrevi.
Tanto que sei, que lhes fico grata por saber que acham que as minhas histórias lhes pertencem.
Um blog não só é um espaço criativo, mas também um espaço que apenas pertence ao seu criador.
Como tal, para pessoas mais sensíveis, caso não gostem da leitura, POR FAVOR...mudei de blog.
Leiam algo de que gostem. Leiam as notícias do mundo, leiam literatura...leiam Fernando Pessoa.
Leiam o que vos faz sentir bem e não o contrário.
O blog é propriedade do seu criador, como já citei. Como tal, só o criador tem o poder de decidir aquilo que publica.
Um bem haja a todos os leitores que, de alguma forma, acharam que as histórias aqui descritas, eram as suas vidas descriminadas. Um bem haja ainda maior, a quem perdeu tempo a ler. É com tempo perdido nestes interesses inúteis que os blogs continuam ativos.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A mania das pessoas em querer saber tudo da vida de todos

Há sensivelmente três anos atrás, comecei a trabalhar na área das promoções e muitos dos espaços para onde eu tinha de ir, eram partilhados com um ou mais colegas de trabalho.
Foi assim que, passado pouco tempo, conheci uma colega de trabalho a que chamarei de P.
A P era uma senhora na casa dos 47, atualmente com 50, e muito simpática com toda a gente. Era muito fácil ser-se amigo da P. Por vezes até sabia bem trabalhar com a P. No entanto, de uma momento para o outro, eu e a P ficamos muito amigas e a P começou a ligar-me com mais frequência para saber como eu estava.
Inicialmente tudo corria bem. No entanto, com o passar do tempo, começo a reparar que as chamadas da P eram de uma frequência cada vez maior e obsessiva.
De um momento para o outro, fizesse eu o que fizesse, era bombardeada com todo o tipo de chamadas.
Sem querer dar grande importância ao pormenor em questão, falei com a P para apenas não me ligar na minha hora de trabalho, coisa que a P respondeu com um sim, mas atuou com um Não.
Todo o santo dia, no meu horário de serviço, eu era bombardeada pela P. O teor da conversa?
Nada mais, nada menos do que: "Onde estás, o que fazes, com quem, quando voltas, quanto ganhas, quanto custou"...
Começo a não achar muita piada ao tipo de atitude da P, mas vou aguentando o barco.
Numa dada altura da minha vida, comecei a trabalhar com a P nos mesmos espaços e comecei a reparar em pequenos pormenores. Tudo o que eu tinha, a P tinha que arranjar parecido. Primeiro, ria-se das coisas que eu tinha, dizendo que eu arranjava todo o tipo de bugiganga. No dia seguinte, tinha precisamente a mesma coisa que eu.
Mais tarde passou a controlar o valor das coisas que eu tinha. Quanto custou? Porque gastaste esse x se podias gastar este x? Coisas assim do género.
Lembro-me de me sentar e pensar precisamente sobre a minha idade e a idade da P, questionando-me qual o grau de parentesco que nos unia.
Alguns meses mais tarde, a dita P decidiu preencher a sua solidão com uma quantidade de chamadas despropositada. De minuto a minuto, fazia a sua chamada. Não sendo atendida, repetia a proeza, numa tentativa de conseguir forçar-me a falar com ela, quando eu não podia. Na verdade, nem podia, nem queria. Até mesmo quando eu já podia, não fazia questão de atender, sabendo sempre a conversa que aí vinha e que, no final da novela mexicana que este enredo se tornara, eu iria desligar sempre a encenar o meu melhor papel, quando na verdade estava rebentando pelas costuras.
A minha vida, de um momento para o outro, passou a ser alvo de controle, de diversão e de preenchimento do tempo livre da P, que aliás, era muito. Tempo para coisa que não lhe faltava.
A forma como a P preenchia o seu tempo, era passando o dia a telefonar-me. Se eu não entendia ao fim de mil e quinhentas tentativas de chamada, ligava para uma amiga minha de quem ela também tinha o número. Por fim, se a minha amiga não lhe dava bola, ligava para minha casa, massacrando o tempo a quem quer que lhe atendesse o telefone.
Chegou mesmo ao ponto de estar a trabalhar numa escola de primeiro e segundo ciclo onde a minha irmã mais nova estudava, e massacrar a minha irmã, pedindo-lhe informações a meu respeito de todo o modo possível e imaginário.
O derradeiro adeus a esta situação começou quando eu decidi instalar um programa no meu telemóvel para bloquear as chamadas da P. Mais adiante, cada encontro era preenchido com piadas e bocas de quem demonstrava ser um mapa da minha vida, mais do que eu mesma. Aguentei e aguentei e inspirava e expirava numa tentativa de pensar que, em algum dia, tudo aquilo iria acabar.
E acabou mesmo. Acabou quando a P decidiu ter a mania que sabia com quem eu falava ao telefone e que eu trabalhava em lado Y em vez de lado X. Acabou nesse preciso instante, quando eu me levantei e a encarei nos olhos e abri por fim a minha boca, sem me preocupar com quem ouvia. Acabou quando eu projetei a minha voz de forma a que a P ficasse colada ao encosto do banco em que estava sentada, surpreendida pela minha coragem e sem argumentos para me dar. Acabou quando eu lhe pedi que se preocupasse com o filho que tem, em vez de se preocupar comigo, porque eu também tenho mãe. Acabou quando eu lhe disse que era uma vergonha, uma mulher da idade da P, meter-se na vida de alguém quando nunca fez nada por mim.
Lamento que as coisas tenham chegado a este extremo.
Por norma admito, sou uma pessoa muito paciente e tolerante e penso sempre em respeitar os outros. No entanto, comecei a dar-me conta que, se calhar, esta não é defesa alguma para pessoas como a P.
Aprendi todos os dias com o que via e serviu-me de lição, embora possa parecer que tomei a atitude já um pouco tarde.
Nunca se é tarde quando se sente que é chegada a altura de se dizer o que se sente.
O importante é mandar embora o que nos afeta, o que nos faz mal e que consideramos tóxico. Para mim, a P, não passava de uma pedra no meu sapato, que eu tive de aprender a mandar embora.
Assim foi. Foi embora para bem longe e o que é certo é que ontem choveu e hoje, o sol teima em querer espreitar.