Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Luz no escuro

Percorri a enorme escadaria do santuário. De pés sempre descalços e sem frio. Há muito que me havia habituado á escuridão. Ela fazia-me bem.
Não só os tolos se escondem no escuro. Mas os sábios também.
Foi no escuro que te vi, foi no escuro que te mostraste finalmente perante os meus olhos castanhos.
Não me enganei em saber que seria um erro seguir o teu rasto, perder-me por entre as tuas tolices.
Nunca devemos parar de escutar aquela voz que nos avisa que é chagada a altura de recuar um passo, mas em vez disso, eu dei mais um passo e outro seguido de outro...e no fim...
Lá estavas tu com um olhar totalmente diferente do que me deste a conhecer. O olhar da verdade, daquele ser sem forma, daquele que és tu. Aquele olhar que me fez perceber quem és, que me deu toda a luz.
Por entre o breu consegui toda a luz.
Foi por entre o breu que tu chegaste.

Para ti...MÃE

Para ti que estiveste sempre do meu lado
por todas as vezes que docemente afagaste os meus cabelos com essas mãos delicadas, por todos os sorrisos e lágrimas. Para ti que sempre soubeste quem sou e de onde vim, tu que me escreves a cada momento da minha ausência, a cada segundo da minha existência. É por ti que estou aqui, que te estendo o coração em vez de ambas as mãos, pois o coração embora seja pequeno chega aos lugares mais incríveis. Tu que me deste alento, que me ouviste gritar um dia, que me viste chorar e sorrir...
TU
que ouviste as palavras que ninguém mais pode ouvir, sem perguntar nada depois, porque4 o depois é muito incerto.
Para ti que não me esqueces, para ti que me guardas no coração como ouro num guarda-jóias, tu, aquela pessoa de valor incalculável a quem tudo agradeço pelo que sou, a única que entende mesmo sem entender na verdade e que memoriza sem ouvir.
Tu que me abres a porta quando todas as outras se fecham e me dizes uma vez mais as tuas sábias palavras.
Porque não há amor como o teu, soberano, capaz de mover oceanos, de criar novos horizontes, pintar novas telas de cores inexistentes.
É para ti que escrevo estas palavras. É para ti que olho mesmo que não seja com os olhos, pois o coração vê sempre mais fundo, além do além, para lá de todo o resto.
A ti que me viste nascer, que me carregaste contigo durante tanto tempo, que me viste crescer e que lutaste para que nunca me faltasse o que comer. Tu que és senhora, que vês a vida com olhos de quem entende.
Escrevo para ti, aquela mulher que se esconde, aquele ser pequeno que tudo faz para me guardar sempre debaixo da sua asa. Foste tu que me ensinaste a voar, tu que muitas vezes me viste cair...
Tu que sempre me seguras as mãos nesta vida incerta, sempre pronta a perdoar os meus erros de menina mulher.
Para ti mãe
Obrigada por tudo! Que Deus te dê sempre toda a força de que precisas para continuares nesta estrada longa comigo. Porque há coisas que as palavras não dizem, apenas o coração sente, tal como o meu que me deste, que sabe que sofres, mas que se cala com medo de falar.
Há situações em que as palavras não bastam, por isso escrevo com o coração, essa caneta da alma eterna, esse meu coração que te vê e que me diz sempre bem alto: Tenho orgulho em ti, mãe.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Essa carne de mim

Nunca me tinha questionado antes sobre isso. Foi algo que surgiu de repente, assim como uma gota de chuva numa folha de orvalho. De repente entendi tudo. Eu sou parte de ti. Mas nunca me tinha questionado sobre o que é isso de ser parte de ti e de que forma poderia uma pessoa ser parte de outra.
Simplesmente é assim. Sou parte de ti. As minhas mãos são as tuas mãos, o meu coração, o teu coração. Somos carne da mesma carne, sangue do mesmo sangue, mas nunca me tinha dado conta, até pensar que te poderia ter perdido. Até te ver imóvel deitado sobre aquela cama onde já tantos outros corpos se deitaram antes de ti. De te ver de olhos fechados e implorar que os abrisses para mim, apenas para mim, para me veres, para te ver a ti, de me certificar de que estavas ainda aí desse lado, do meu lado, do nosso lado.
Tive medo que a luz chegasse por fim e te envolvesse na sua brancura suprema, que levantasses os teus braços nessa altura, que nem olhasses para trás, que nem tivesse tempo de te dizer que te amo, que estou aqui sempre, que és parte de mim. E esta coisa de se ser parte de alguém pode ser muito confusa. Quando entras pela sala eu percebo esse mesmo poder que tens em mim, esse sentido de se ser parte de alguém.
Quando sais dessa mesma sala fico expectante, esperando que voltes, e o meu coração a sussurrar baixinho volta e tu sem voltar. Aquele medo que dá em se perder aquela parte de nós que parece tão inútil, que nos faz sentir estupidamente patéticos, que nos faz sentir perdidos no mundo, mas ao mesmo tempo achados. Essa sensação de nos perdermos e nos acharmos no mesmo segundo, olhando os dois na mesma direcção.
Diz-me que não voltarás a deixar-me ficar com medo de te perder. Diz-me que estás aí, mesmo que em silêncio. Olha para mim, dá-me a tua mão fria, toca no meu coração. Essa carne de mim que tu és, esse ser imóvel agora deitado, esse sentimento. Esse amor...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Por entre as palavras

Por entre as árvores, os arvoredos, os lugares onde se escondem as nossas mãos depois de juntas e unidas, pelos labirintos onde se perdem as razões humanas, por onde eu te busco, por onde me buscas, por onde nos buscamos sem nos perdermos, porque vivemos de instintos, porque vivemos se movimentos, de sensações e medos. Porque somos humanos ou talvez porque nem cheguemos a saber o que somos realmente, porque não podemos nunca provar o que somos ou porque já tantas vezes o provamos...
Por entre as palavras e por entre as virgulas, os pontos finais que nunca terminam, apenas dão início a uma nova etapa, por entre as pegadas e por entre rochedos. Por entre o infinito da alma, por entre tudo aquilo que nos faça querer viver, desejar viver. Por entre o que escrevo, talvez o que lês...Por entre mim e ti, por entre nós, a nós...
Por entre dois mundos.

domingo, 19 de setembro de 2010

Labirintos do coração

Queria dizer que te amo sem mover os lábios, sorrir-te com doçura sem que pudesses ver-me sorrir, pegar-te na mão e colocá-la no meu peito para que pudesses saber que estou aqui. Nós dois, dois mundos, duas vidas completamente distintas que se misturam com outras tantas. Os ponteiros do relógio que correm e eu sem saber como pronunciar-te aquela palavra tão pequena, mas ao mesmo tempo tão grande.
Pediste-me que fosse ter contigo, que te fosse buscar.
-Vens-me buscar? Perguntaste-me tu de soslaio
-Claro que te irei buscar...mas onde?
-Não importa onde, o importante é que me venhas buscar.
Não disseste mais nada nos dias que se seguiram. Chegou o mau tempo, a chuva que consigo conseguiu abafar o som das minhas lágrimas, a dor da minha impotência. No fundo, eu nunca saberia onde buscar-te, mas sabia que iria buscar-te. Sabia que nesse momento poderia finalmente calar o mundo quando pronunciasse por fim aquela palavra cravada na minha garganta seca.
Demorei até descobrir o caminho para o teu coração. Ir buscar-te afinal, não era assim tão simples. Tu aguardavas impacientemente pela minha chegada, mas eu, sentia-me impotente, fraca, sem coragem para chegar onde queria chegar e dizer-te como tantas outras vezes sonhei...aquela palavra.
O caminho para o coração é o caminho mais fácil de percorrer, porém parece um caminho de loucos, onde podemos perder-nos sem nos darmos conta, não nos encontrarmos, ficarmos perdidos entre diversas estradas quando a estrada do coração é uma apenas.
Por fim cheguei. Vi o teu olhar brilhante, esperando por me ouvir falar o que também tu desejavas ouvir.
-Chegaste... disseste-me
-Cheguei! E nisto calei-me. Calei-me porque a verdade poderia ferir-te. A verdade poderia não ser propriamente a que tu querias ouvir. Respirei fundo. Deixei a voz do meu coração elevar-se ás minhas cordas vocais. Fechei os olhos e disse-te por fim
-Amo-te, amo-te como nunca amei ninguém.
E depois veio o medo, o medo de ter de voltar a fazer a mesma caminhada de volta para casa, o medo da tua reacção, medo da tua resposta. O meu coração pulava descompassadamente dentro do peito, as mãos suavam, todo o meu corpo tremia. Sorriste apenas, não havia muito que me pudesses dizer. O amor é um lugar estranho quando por fim lá chegamos. Perdi-me por entre os teus olhos e o teu sorriso na esperança de uma resposta que chegou por fim.
-Não sei se me amas da mesma forma que te amo a ti.
Não ousei perguntar de que forma me amarias. Talvez a suficiente para que pudessemos juntos pular a cerca da verdade, chegar mais além e tocar no céu com as pontas dos dedos.
- Ama-me como sabes, como sentes que deves amar-me. Não te peço mais que isso. Pronunciei.
- Eu amo-te mais que tudo. Mais que todas as coisas. Amo-te daqui até ao céu...
E nunca saberei dizer-te quanto mede um amor que toque no céu. Nunca saberei da mesma forma saber dizer-te se o meu amor toca no céu, se é que o céu poderia alguma vez ser tocado.
Se é que alguma vez se poderão medir sentimentos com uma fita métrica.
Somos dois labirintos que se entrelaçam e se unem, onde se perdem os sentimentos, onde não se mede o amor, onde existe a esperança, onde existimos. O amor é onde existimos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Alma presa

Sinto saudades tuas, embora não saiba bem dizer-te ao certo o que é isso de sentir saudades tuas. Nem saberei descrever se me perguntares um dia, por acaso e quase sem se notar. Não saberei descrever o sabor das palavras quando estas saem do coração, nem saberei como dizer-te que te amo.
Sinto a tua falta e nem sei como dizer-te. Pertenço-te e nem sei ao certo como. Estranho sentimento, estranha sensação de ocupação a minha, que me faz querer dizer-te todos os dias que sinto a tua falta, sem saber dizer a palavra certa, sem conseguir arranjar palavras ou simples vocabulários suficientemente completo para exprimir os meus sentimentos.
Sinto as palavras quererem sair-me da boca, mas algo as impede de sair. Algo as trava á saída, algo as faz querer voltar para a minha boca, enrolarem-se nas minhas cordas vocais e travarem o meu pensamento. Coração este meu que fala em silêncio. Um silêncio que apenas eu sei ouvir. Fazes-me falta, grito bem alto, mas grito do coração e tu não ouves. Volta, peço-te eu baixinho,com o coração, com aquele instrumento que sabe exprimir o sentimento, mas que não me deixa transpor esse mesmo sentimento para a boca, aquele ser mesquinho que fala a razão do homem. Amo-te neste meu silêncio devorador, com todas as letras, todas as palavras ditas e gastas deste meu coração soberano e sublime. Desta minha alma presa, deste meu afecto por ti, verdadeiro e estranho, que me mata todos os dias, mas me faz querer viver.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Olhar Matinal

A manhã estava a chegar. Podia vê-la espreitar por entre o doce e aveludado lençol nublado. Pequenos raios se desenhavam por entre o negrume do céu.
A chuva caia com menos intensidade e deixei os meus olhos contemplarem aquela beleza única.
Ao redor dos meu olhos a cidade lá em baixo, os carros que levavam as pessoas ás suas vidas. Gente que caminhava pelas ruas para tratar dos seus assuntos, mais carros que paravam nas estradas para deixar essas mesmas pessoas passarem, caminharem todos eles em sentidos opostos mas com os mesmos propósitos.
A vida é mesmo um lugar estranho. Os humanos são seres estranhos, com hábitos estranhos que correm e caminham para obter algo de pouco importante, mas ao qual atribuem bastante importância.
Deste lado deixava-me ficar a observar. É bom ver o mundo mover-se á nossa volta.
O frio da manhã era cortante. Apertei mais as pernas á volta dos meus braços, deixei o meu longo cabelo voar ao sabor do vento, de forma a secar depois da chuva que passou.
Endireitei o meu corpo contorcido sob o parapeito branco, observei as árvores despidas, molhadas, os animais que se passeavam pelo chão e cuja única preocupação é algum sustento para o estômago.
Vi bonitos pássaros a voar ao meu redor, a cantar, a levar comida para dar ás suas crias...
Um mundo aparentemente normal, um mundo vivo.
Desci pela calçada íngreme lentamente. Deixei o peso do corpo fugir. Iria agora misturar-me com toda aquela gente, iria fazer parte daquele mundo, deixar todo o meu isolamento matinal para trás, espreitar pelas cortinas do espectáculo, ver o mundo crescer.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tempestade

Os dias de sol acabaram. Finalmente começavam a cair as primeiras gotas de chuva. O tempo havia arrefecido e eu caminhava vagarosamente por entre a estrada longa e meio batida que me levava ao meu refúgio.
Olhei calmamente para cima e vi o céu tingido de cinzento começar a tornar-se carregado. Uma grande tempestade aproximava-se lentamente. Agora as gotas de chuva caiam de forma mais consistente, com mais força.
Deixei para trás uma vida e agora ali estava eu, no meio da longa estrada, por entre a chuva que me trespassava os finos cabelos negros, por entre os meus olhos cobertos de negro que agora se manchavam e se tornavam mais fundos, esborratados pelas gotas de água e pela tinta negra. As mãos enrugadas pela água fria, os pés descalços e cobertos de terra, o meu vestido negro totalmente molhado, coberto de poeira e água.
O meu abrigo, o refúgio onde finalmente poderia repousar estava agora a pequenos passos. Comecei a subir lentamente de pés descalços. Não olhei para trás, apenas sentia a chuva devorar-me sem receios.
Quando cheguei lá em cima olhei a cidade ao meu redor. Estava tingida de negro, o céu coberto de espessas nuvens, o ar gelado de acordo com o estado da minha alma.
Deitei o meu corpo exausto no chão. Deixei-me ficar imóvel, misturar-me com a chuva forte, ser também eu uma gota de água, não pensar...apenas sentir.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Amor impenetrável

No quarto escuro dois corpos que se juntam. No quarto escuro uma janela aberta por onde passa o ar que vai depois de encontro a uma janela fechada, onde o ar embate para depois cair e se misturar com as gotas de suor que se espalham no seu interior.
No quarto escuro dois seres iguais e igualmente desiguais que me misturam e se contorcem em diferentes posições, dois corpos que se moldam á maneira das emoções para depois se afastarem como todos os corpos fazem.
No quarto escuro o sussurro das vozes, o abafar dos gritos. Diz lá outra vez? Não consigo ouvir-te.
No quarto escuro que outrora fora claro, por onde a janela que estava aberta deixava entrar o ar, deixou penetrar o sol quente e húmido que anunciava uma fria manhã de inverno.
Nesse mesmo quarto agora os corpos que repousam no chão exaustos. Os corpos desarrumados que agora formam formas estranhas por entre poças de água. Esses mesmos corpos que se unem e desunem numa tentativa de juntar algo impenetrável, para afastar o que está a mais. Os corpos, esses que estão a mais que se esforçam sempre mais um pouco por juntar aquilo que não podem.
Pára um pouco amor, segura-me contra os teus braços e sente a liberdade de agarrar a vida sem fugir.

sábado, 11 de setembro de 2010

A ti...as coisas da vida

Há coisas com as quais nós podemos muito bem passar. Porém há outras que por mais que as mandemos embora, elas estão sempre presentes na nossa vida, na nossa mente, no nosso coração. Tu és uma dessas coisas. Porque amar não é apoderar-se do outro para se completar, se não dar-se ao outro para o completar, como tu fizeste.
Há coisas que vivem connosco sempre, embora só as tenhamos conhecido mais tarde. O que está prometido vir até nossas mãos, em nossas mãos estará. Como tu, eu e todos aqueles que buscam o amor perfeito.
Há coisas que existem para nos ferir, de forma a nos fazer despertar no meio dessa dor e desejar encontrar a suavidade dos sentimentos do outro lado da nossa vida, do lado de quem deseje assim da mesma forma e com o mesmo desejo estar do nosso lado.
Há coisas impossíveis de nos serem negadas. Tudo o que é nosso está á nossa espera, tudo o que nos pertence verdadeiramente espera por nós algures. Não há explicação lógica nem coerente para tal facto, simplesmente é assim, e quem acredita em tal poder soberano sabe as regras da vida, as simples regras de se ser feliz com pouco, sem ter de buscar muito porque esse muito está sempre ali pronto para vir ter connosco, tal como tu, tal como aquilo que juntos construímos sem esforço, sem pensar...porque as coisas puras e boas da vida não se controem com pensamentos e esforços se não com o coração, com os sentimentos. A ti...
Obrigada por seres uma dessas coisas inexplicáveis, mas subtilmente perfeitas e únicas que completam a minha vida de forma perfeita num mundo completamente imperfeito, onde a perfeição reina nos corações de quem sabe viver.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Teased

As you enter you say i cannot touch
Naked with your hands and mouth all over me
Wanting to touch you has never been this much
i'am in ecstasy from what i feel and see
Our passio consumes us making it heard to restrain
My head is filling with fantasies for us to do
i'am ovewrhealmed and my resistance is pain
Our lips now meet as i expose you too
I worship your body and cannot get enough
We come closer with a connection that's true
i realise why you did this even though it was tough
You make me want you more than i want you...

De Olhar fixo em mim

Não tu, mas eu mesma. Eu de olhar fixo em mim, reparando na mulher que um dia cedeu aos teus caprichos, que um dia se resignou ás tuas escolhas para deixar de ser mulher, mas passar a ser apenas um espelho qualquer, um espelho que dentro de segundos caia da tua mão indecente, suja, imunda.
Hoje olhei para mim,aliás, tenho-o feito sempre desde que abri a porta para te deixar passar.
Hoje dei-me ao luxo de beber uma garrafa de champanhe caro, tive o privilégio de estar presente em grandes festas, de vestir grandes marcas, fazendo-o apenas por mim.
Fixei por fim o olhar na mulher que sou. Jamais poderia ser aquela que um dia deitaste fora. Essa mulher não era eu. Hoje saí, inovei, brilhei...por ti, mas mais do que isso, por mim mesma.
Porque sei que ninguém pode ser feliz por outra pessoa, por isso deixei de querer sê-lo por ti, passando a sê-lo por mim mesma.
Percebi que eu só poderei ser eu mesma olhando para mim mesma.
Percebi que eu só poderei amar o próximo, amando-me a mim mesma.
Percebi que de tanto te ter deixado para trás, não reconheço mais o teu rosto mesquinho.
Reconheço que sim, que essa foi a grande aposta da minha vida. Ninguém perde algo sem valor, o valor está no coração das pessoas, nos valores morais. Para mim não és um valor moral.
Pousei delicadamente as mãos sob o vento que me bateu e acariciou levemente a face rosada.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Subida

Juntos subimos a montanha que nos levou ao paraíso.
Do outro lado grandes nuvens se aproximavam. Tentei manter o equilíbrio enquanto subia.
Por baixo podia vislumbrar a doce neblina que nos cobria e nos protegia do medo que poderia querer espreitar.
A beleza é uma coisa tão rara...Uma coisa delicada, subtil, que poucos sabem vislumbrar.
A beleza é aquele sentimento que desperta nos corações dos apaixonados, daqueles que sabem como ser felizes, como reconstruir os seus castelos na areia sem precisar de água para os manter firmes, ou sem que a mesma água os venha derrubar.
A subida é assim, simples, quando se está do lado certo, quando se sabe onde se metem os pés e quando se deseja não cair.
Subimos juntos sem jamais nos cansarmos de subir, sem nos sentirmos fatigados e com falta daquela gota de água por entre um imenso calor.
Subimos assim desta forma, a única que conhecemos tão pura, a escalada para os nossos corações.

domingo, 5 de setembro de 2010

Inveja

Há pessoas que não suportam o sucesso dos outros. Falo no geral, para aquelas pessoas que ao verem um amigo sair-se melhor que o próprio lhe rogam as típicas pragas de tal forma com fé que até temo pela vida do coitado que poderá sair lesado.
Já conheci uma pessoa assim com sintomas de Inveja Crónica.
E agora perguntem comigo: O que é inveja Crónica?
Pois bem, passo a explicar:

  • Uma pessoa que sofre de inveja Crónica passa a vida a cortar na casaca de amigos, familiares, colegas etc. ou porque são financeiramente melhor sucedidos ou porque têm aqueles últimos modelitos tecnológicos que um doente de inveja tanto venera como iPhone, ipod touch, computadores portáteis Vaio.
  • Um doente de inveja Crónica é aparentemente uma pessoa normal, mas exibicionista. Não perde tempo a mostrar o seu novo casaco, os seus mega phones que lhe ficam horríveis, mas que os exibe para mostrar que são maiores que os das outras pessoas todas. ( Qualquer dia vejo esse conhecido com uns phones assim ao estilo dos sutiens da Lady Gaga, com armas a disparar pelos cantos) Tudo vale para exibir.
  • Usam vocabulário caro para mostrar que estão mais além do que outras pessoas da mesma idade e em cursos universitários.
  • Gostam de ser os primeiros em tudo e adora dizer frases ao estilo: " Quando entrei para o Facebook nem era moda", " Eu já provei isso e não gostei", " Não sei qual a piada desses óculos, já experimentei uns e detesto".
Na verdade meus amigos e caros leitores, é tudo inveja Crónica. Há ainda outros casos mais graves de rapazes que deixam as namoradas e se iludem a pensar que se a deixou é porque é um Garanhão, mas na verdade muitas das vezes é por não suportarem vê-las com mais e melhores bens materiais que eles mesmos. Vejam os sintomas:
  • Quando elas contam os euros e eles os cêntimos
  • Quando são elas a pagar os quartos de hotel ou pensões e eles vão de graça
  • Quando eles as ouvem dizer que vão ás compras e eles apenas compram um geladinho do Mcdonald's
  • Quando elas vão a concertos e eles ficam em casa a dizer que aquele concerto é horrível
  • Quando elas são altamente cobiçadas
E mais tarde quando elas conhecem um melhor partido:
  • Eles até lhes querem devolver a aliança
  • Mandam mensagens para elas a fingir que se enganaram para falar da nova amiga
  • Até no msn pensam em textos e fingem que se enganaram dizendo ser para a amiga
  • Quando o actual parceiro é bem melhor do que eles vão hiper frustrados postar no blog que ou ele é um canalha ou é inventado, pura imaginação ;)

Há quem sofra mesmo do que eu falo aqui. Eu mesma tive a oportunidade de conhecer algo do género e digo: É lamentável que assim seja. A essas pessoas dois grandes conselhos:
  1. Procurem um especialista
  2. Inventem melhor passatempo que invejar os outros. Eu sou feliz com o que tenho, tu não?
E vocês que me visitam...
Que acham deste tipo de pessoas?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

you

you're my man
my mighty king
and i'm the jewel in your crown
you're the sun so hot and bringht
i'm your light-rays shining down
you're the sky so vast and blue
and i'm the white clouds in your chest
i'm a river clean and pure
who in your ocean finds her rest
you're the mountain huge and high
i'm the valley green and wide
your the body firm and strong
i'm a rib bone on your side
you're an eagle flying high
i'm your feathers light and brown
you're my man, the king of kings
and i'm the jewel in your crown

Até depois...talvez

Não desejei conhecer-te, mas não tive como lhe escapar. Conheci-te assim, ao acaso, numa fria manhã de Novembro, num dia de sol comum, em mais um dos meus momentos de trabalho.
Poderia ter sido mais um momento como outro qualquer, mas apareceste ali, naquela sala quase vazia onde só estava eu, a minha amiga e um outro estranho com quem falava. Sorriste para mim com alguma timidez. Acreditei na veracidade das tuas feições. Indiquei-te qual o caminho e tu seguiste por essa estrada.
Como eu era inocente. Como era divertido repartir coisas contigo, como eram amigáveis as nossas conversas, como parecias algo totalmente diferente. Mas esse teu olha sincero era mascarado. Ouvias as minhas palavras atentamente e na minha ausência reviravas a minha vida. Na minha ausência despias essa máscara de menino educado, de menino solitário e bondoso, esse ar de amigo que me mostravas. E eu continuava a caminhar do teu lado e cega, ao mesmo tempo que tu me tentavas despir com o olhar mesquinho.
Depois a forte chuvada de inverno anunciou a tua outra face. A máscara caiu por fim. Nada do que não é nosso fica connosco sempre e tu mostraste isso mesmo, com essa máscara que te dava um ar tão refinado, um ar de quem jamais tentaria arrancar uma pétala a uma bela rosa, mas que nos fim já tinha esmagado belos cravos. Tocaste nos espinhos sem sentir dor. Adoravas gozar-me com essa tua nova arma, a de dizeres que tudo sabias de mim, quando nem me conhecias, quando nem me conheces.
Era difícil desgostar de ti a início. Conseguiste enganar-me tão bem, cegar-me como a luz do sol, como uma gota de corrector sob uma folha repleta de erros. Tu és essa folha. Também tu tens os teus borrões, também tu tentas cegar aqueles que de ti se aproximam com esse mesmo corrector, com aquela gotinha de tinta branca que tira toda a negrura contida, a verdade que tu és.
Virei as costas, deixei que fizesses o teu jogo de dominador. Fui ficando atenta aos teus passos firmes, sempre julgando-te ciente do que fazias, sempre com um truque diferente na manga.
Não perdias um momento a apontar-me o defeito que vias nessa altura, o defeito que em mim se via claramente, mas que em ti o disfarças ao máximo. Esse ar de menino inocente, esse ar de menino educado acabou.
Não se ganham os mesmos jogos duas vezes. Não se perdem duas vezes também.
Lançaste mal as cartas, perdeste a jogada.
Não adianta seguires-me, tentares saber o que faço, tentares ser eu sendo tu. Não adianta negar, não adianta esse teu fingimento de santo, essa tua inocência fingida com  tanta imperfeição.
Nada adianta perante o monstro que vive dentro de ti.
Até depois...talvez, quem sabe um dia...quem sabe nunca.

Nada

Uma leve anestesia e depois...
NADA.
Nada mais para além do que ficou. Nada que possa vir-me despertar deste pesadelo.
Ele, o pesadelo.
Nada que consiga desfazer o nó que já foi feito e nisto...
Nada de novo. E aquele olhar fingido outra vez, como sempre.
Chegado do trabalho e sempre cansado, sem tempo para falar, para explicar porque demorou tanto. Sem tempo para nada e nada é simplesmente nada.
Mais uma das suas fugas escondidas no silêncio da noite, mais uma das suas mentiras. E nada de volta. Nada que me pudesse devolver ao mundo dos sonhos, ao mundo dos enganos. Nada.
Chegou como antes chegava, mas de olhar distante e pensativo. A sua mente voava pela sala em busca de uma janela por onde escapar. Ela estaria do outro lado esperando. Nada de muito importante talvez. Nada de significante. Depois os seus passos pesados que se arrastavam para o quarto onde me encontrava. Olhando-o em silêncio. Um silêncio que corta, que dilacera. Um silêncio que fala nesse mesmo silêncio, o silêncio da culpa, da presença de corpo, da ausência de espírito. A mentira, talvez algum remorso. Talvez nada.
Estendeu o jornal sob o olhar vazio. Nada lia, eu notei, mas permanecia calada. Dizia-se cansado como sempre. Os seus olhos mesquinhos percorriam vagamente o jornal fingindo o seu interesse. Depois uma boa noite dita entre dentes e o voltar de costas, depois a luz que se apagou e depois...nada. Nada de novo. E nada como sempre era tudo. Nada era sempre tudo no meio de tantas questões que me perseguiam.
Imaginei a cor dos olhos dela, a cor do cabelos, o seu sorriso, o sorriso que agora se fizera dono do seu olhar, o olhar que era tanto seu como o meu foi um dia. Nada.
Nada que eu não pudesse adivinhar de olhos fechados, os mesmos olhos que se abriram para ele um dia pensando que nos seus olhos haveriam sempre espaço para os meus olhos.
Nada de mais, talvez uma fase, repetia eu para mim mesma enquanto fechava os olhos do meu corpo
E os olhos do coração.

Doce sonhar

Doce é o teu olhar
Quando ainda estás a dormir
Com o que estarás a sonhar?
Poderei em teus sonhos existir?
Serei eu a princesa
Que em teus sonhos aparece
E aquela que te desperta
E em tua vida prevalece
Tão lindo esse corpo delgado
Enquanto tu estás sonhando
Tal como um príncipe encantado
Em seu cavalo branco chegando
E eu ali do teu lado
Marcando cada pedaço teu
Que por muitas que tenhas amado
Não te amam assim como eu
E por baixo desses lençóis
Teu lindo repousar
Em contraste com esses caracóis
Com que levo a vida a sonhar
E esses teus lábios tão lindos
Que desejo agora provar

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Doce beleza essa a tua...

Essa pele tão macia
Que suavemente desliza
Pelas minhas mãos frias
E a minha mente idealiza
Essas tuas mãos lindas
Presas á minha mão
E o teu olhar profundo
Preso no meu coração
E esse teu sorriso
Que lindo consegues tu ser
Quando sorris dessa forma
Sinto que me posso perder
E só me encontro depois
Quando vejo o teu olhar
E mesmo em pensamentos
Te consigo contemplar
E esse cabelo macio
Que lindas ondas ele faz
Banho nelas as minhas mãos
Que me roubam toda a paz
E da mesma forma percorrer com elas
Nas doces ondas do teu corpo delgado
Que me aquece nas veias
Todo o sangue congelado
Tu és simplesmente a beleza
Desenhada apenas num ser
E eu aquela que adora
Essas curvas percorrer
Para perder as minhas mãos
No teu corpo
Nos teus lábios
Nos teus cabelos
E não consigo esperar
Para depressa voltar a vê-los

Estranha Viajem de Comboio

Penso ter sido de noite, não sei bem ao certo. Estava á espera da minha amiga na estação e entretanto entrei no comboio. A espera era longa, mas aguardei. Era mais um dia de aulas que estava prestes a chegar e sinceramente nem me importava. Deixei o meu pensamento voar por instantes e nisto o comboio arranca.
A viagem era longa. Olhei pela janela lateral do comboio e deixei o pensamento voar por longos momentos.
O revisor chegou e disse-me que me enganara no comboio, mas nem me importei. Nem queria saber onde me iria levar esta viagem. Foi longa, muito longa...mergulhei em sono profundo e despertei de novo.
Do meu lado direito vi longos campos agrestes. Uma paisagem maravilhosa saltava á vista deixando os meus olhos ofuscados pela luz matinal.
Subitamente passamos por um longo túnel e olhei para o cimo do comboio que estava descoberto. Não havia tecto. Foi estranho tudo aquilo.
Passei por várias zonas do país e paramos algures para retomar o comboio de regresso a casa. Uma rapariga estrangeira veio ter comigo enquanto esperava. Era simpática. Tinha os cabelos loiros e longos. A sua voz era grave e foi ela que me fez companhia grande parte da viagem.
Há quantas horas estaria eu de viagem? Será que estaria em Faro a tempo de retomar as aulas?
Não tinha rede no telemóvel para ligar á minha amiga. Finalmente entrei de novo para o comboio que me levaria rumo a casa e nessa altura sim, tudo estaria bem.

                   Nota: Este texto foi dedicado á Gisela, de um sonho estranho sobre uma possível viagem   á Rússia.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Que lindos olhos verdes

Verdes são esses teus olhos
Que lindo esse teu olhar
Tão lindo que ao vê-lo
Nem consigo pestanejar
Tão lindo que se me perco
Receio não mais me achar
Esse verde tão luminoso
que em meu peito entrou
E de tão lindo ele ser
meu coração conquistou
Tão lindo que
Seria pena se os decidisses esconder
Nesses óculos de sol
Quando o que é bom tem que se ver
Olhar lindo esse o teu
que no meu olhar se gravou
É tão lindo, é tão lindo
Que meu coração roubou
E esse verde tão belo
Que teus olhos favorece
Fazem prender meus olhos aos teus
E a minha alma estremece
E porque não há olhos mais bonitos
Esses verdes que tu tens
Prendeste meus olhos aos teus
Como dois simples reféns
Porque teus olhos eu não tenho
Mas meus olhos...
Sei que tens