Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 31 de março de 2011

Perdoar-te

Talvez tenha sido tarde. Reconheci-o pela tua ausência. Estavas já demasiado longe e eu, sem saber como conseguir perdoar-te por tudo.
Nunca consegui entender essa tua sede de partir, de dizer adeus para a vida, para o mundo que te rodeava. Mas no fundo sempre soube que não poderia impor-te nada, pedir-te fosse o que fosse. Para ti eu era apenas uma estranha.
Cheguei a pensar que jamais o fizesses, mas no fundo sempre tive a certeza que um dia, um dia qualquer e mesmo sem razão aparente, um anjo me avisaria que tinhas ido embora.
Alguns anos mais tarde eu soube-o. Disseram-me que o céu mudou, que todas as estrelas do céu desapareceram, que a noite surgiu de repente, negra...como que a devorar-te por entre o espaço divino.
Adoraria ter-te visto sorrir uma última vez, ouvir dizeres-me que era apenas uma viagem. Como eu gosto de me iludir.
Depois, quando soube de tudo, veio a raiva. Como pudeste fazer isso assim? Nunca o entendi.
Com o tempo aprendi a perdoar-te. No fundo nem sei porque me senti ofendida. Sempre foi vontade tua voar por ti, baixar as asas por ti...e até mesmo recolheres-te do teu leito para um outro universo.
Talvez um dia nos encontremos e possa finalmente dizer-te que estou aqui, que te entendo e que embora nunca te tenha dado a minha mão, estive sempre aqui para te receber.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Aquela vez em que a Tânia foi á aula mas apenas por 5 minutos ( se foram 5 minutos)

Nota prévia: Este texto não é aconcelhado a pessoas sensíveis, pode provocar WTF involuntário

Ok...aconteceu agora mesmo, o que me levou a vir ao blog para desabafar a barraca do dia.
Eu e a minha melhor amiga/irmã Gisela passamos algum tempo a estudar desde as 13:00 até ás 14:00 para o teste de Concepção e Gestão e Recursos Linguisticos e Comunicativos.
Iriamos ter um teste escrito ás 14:00, como tal tinhamos que estar bem preparadas. Já tinhamos revisto a matéria, fomos até á biblioteca da universidade verificar os horário para nos certificamor que a aula teria lugar na mesma sala, mas aparentemente houve uma alteração.
Á saída da biblioteca riamos e falavamos descontraidamente sem saber a barraca que nos esperava.
Chegamos á sala, toda a gente tinha cadernos e fazia apontamentos. O meu cérebro começou automaticamente a processar que afinal o teste poderia ter sido alterado. A sala estava cheia e toda a gente nos olhava com certe curiosidade, o que de certa forma, despertou a minha própria curiosidade. Sentei-me na última mesa da sala e até pedi a um colega meu se me fazia a gentileza de tirar a pasta e o casaco, de forma a que eu ocupasse o meu lugar. Assinei a folha de presença e comecei a olhar para o quadro. Toda a gente tirava apontamentos...houviam-se até umas risadinhas de fundo...e ouvia-se a voz do professor que dizia:
Linguítica de Corpora...intrumento de todos os ramos da linguística...essenciais no estudo da linguagem para facilitar a comunicação entre o Homem- Máquina...
Ok...muito interessante...

Perguntei á Gisela: Mas nós não íamos ter teste?
Resposta da Gisela: Sim, deve de ser uma revisão
E a minha cabeça a processar: Revisão antes do teste? Como é que isso pode ser se a aula é das 14:00 ás 15:00?
Para se fazer um reconhecedor de fala é preciso corpora...
Ok...muito bom!
E nisto....aquele momento em que a Tânia abre a boca de espanto:
Podem sair da sala, não se esqueçam que a sala se manterá  a mesma, não haverão alterações...~
Então eu pensei: Bem, agora é o teste...CERTTTTTO?
Não! ERRRRRADO!
Tratava-se precisamente do final da aula. Até perguntei a um colega se não havia teste e ele respondeu-nos que o teste foi alterado para outra altura. Perguntei ao professor para que dia era então o dito teste e foi então que a minha boca se abriu de espanto e fui obrigada a conter o meu riso:
O vosso teste foi alterado para...dado que devido á não recepção de algum material que vos mandei e a outros assuntos ainda, não poderia ser realizado hoje. Mas da próxima venham a horas.
E eu ainda a pensar que era impossível perguntei: Mas a aula não era ás 14:00?
Resposta: Sim, vocês é que chegaram á aula no horário antigo... ( e começou a rir-se ao mesmo tempo que nos olhava com aquele ar de...acontece a qualquer um)

Ok...parte boa da história: Ao menos assinamos a folha de presença.
Parte óptima da história: Foram apenas 5 minutos...se chegaram a 5 minutos. E dito isto, a Gisela ainda ficou a olhar para o relógio, já sem falar nas gargalhadas que se deram quando o meu rico cérebro no final processou exactamente a figura que fiz numa aula de Gestão.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Humanidade Interesseira

É uma grande verdade minhas gentes. Hoje em dias as pessoas não chegam perto de nós sem um interesse qualquer. Mesmo que seja um interesse irrelevante ou mesmo descabido, interesse é interesse e vamos aqui analisar, segundo os meus pontos de vista, alguns desses tipos de interesse, pelo menos os mais comuns no meu ponto de vista.

Interesse Físico: Este tipo de interesse é muito recorrente. Todo o ser humano tem necessidades físicas que por vezes necessitam ser satisfeitas. Como tal, conquistar um palminho de cara está muito em voga. Desde que existo que conheço a premissa Homem só busca mulher para auto-satisfação sexual e no fundo no fundo a dita frase que circula de boca em boca tem a sua pontinha de razão.

Interesse Monetário: Yeah people, let's face it. O que não falta por aí é um encalhadozinho ou encalhadazinha que gostava de ver chover presentes na sua vida. Mentira? Qual é a pessoa que não gosta de receber um presente vindo do coração? Todos nós, eu mesma gosto. Mas há limites para tudo e para a hipérbole do interesse também. E desculpem o sarcasmo, eu uso-o muito, mas todos nós já conhecemos alguém com este tipo de interesse e admitamos que não fica nada bem fazer de pendura para conseguir o que se pretende. Muitas vezes este tipo de pessoas vão até tácticas extremamente exageradas que acabam por as prejudicar a elas mesmas. Um bom nome para esse tipo de pessoa seria uma mistura de inglês á portuguesa, que daria uma mescla de Interressaholic.

Interesse contra solidão: Quando nos sentimos muito sós, por vezes tendemos a ir buscar aquela pessoa que já nem nos lembrávamos bem do nome dela. Como é que ela se chama...a...Rita? João? Isso mesmo. Procurar o cajadinho, mais precisamente, é pelo menos como eu chamo a este tipo de interesse. Tudo vale para que não se ande sozinho. E até pode ser uma grande seca, mas pelo menos não se está sozinho. Eu já tive o prazer de conhecer uma prenda que andava sempre acompanhada de uma outra prenda. Quando a prenda B faltava, a prenda A vinha sempre sentar-se perto de mim e falava mesmo muito bem, mandava sms com fartura, mas isso porque B não estava. Porque se B estivesse...O dito A nem me reconhecia. Seria Alzheimer?

Interesse de amor-próprio: Por amor a mim mesma vou agora pendurar-me na pessoa A ou B e ela vai ajudar-me a fazer tarefa C ou D porque simplesmente nem quero saber. A/B que a faça. Tenho demasiada estima em mim para perder tempo com coisas sem piada. Perceberam o que queria dizer? É isso mesmo.

Interesse Na Companhia: Pode parecer o mesmo que o Interesse de Solidão mas no fundo não é, porque a pessoa interessada ou com interesse é amiga, ou melhor dizendo "amiga" de fulano A, mas não lhe fala quando o vê porque o namorado não deixa e o interessado tem medo de ficar sem ninguém que lhe elimine o fogo todo, então, quando o namorado não está...corre a telefonar ao seu "amigo" ( eu diria á solução) para rever os bons velhos tempos. Pior seria se o "amigo" estivesse sempre ali. Pior ainda quando o interessado apenas se lembrasse do seu "amigo" quando estivesse numa enrascada e essa enrascada envolve todas vertentes de interesse que mencionei, porque pode ser interesse monetário, interesse emocional de auto-satisfação física ou até mesmo para descarregar a bagagem de emoções em cima do outro. Pobre de mim que já passei por isso, mas não há nada que a vida não nos ensine.

Regra a reter e que não pode falhar: Nunca se deixem usar por seja quem for. A sensação de sentirmos que fomos usados, ou pior, de sabermos que o fomos, nunca é uma sensação agradável e que nos faça cantar e pular de alegria. No fundo todos nós fomos ou passamos por tudo isto que descrevi, mas há limites no meio de todas as coisas que falei. Nunca se deixem sentir usados sem antes poderem ser vocês mesmos a usar. Não é necessário se pagar na mesma moeda porque isso apenas nos tornaria o reflexo da pessoa que vos usou. Passem por cima e fizeram bom uso de tudo, além do mais, faz bem á saúde, á mente e ao coração.

terça-feira, 22 de março de 2011

Coisas do Governo

Mais tarde ou mais cedo teria de tocar neste assunto. A sério, o nosso Governo está no seu melhor e vocês não podem perder a forma como, gentilmente, Ele se preocupa com a população em geral.
Toda a gente já deve de ter ouvido falar da catástrofe tsunamica do Japão, certamente.
O Japão sempre foi muito dado a grandes catástrofes naturais como sismos de grande intensidade, mas parece que esta última vai ficar na história.
O nosso querido país não poderia ficar de fora. Recentemente, nas notícias da nossa sensacionalista TVI foi falado que Portugal está igualmente em risco de Tsunami.
Esta temática já não é antiga. Desde que me lembro ser gente que se ouve falar que Portugal corre grande risco de uma possível catástrofe ao estilo Japão devido á placa tectónica localizada precisamente por baixo da costa algarvia, o que é óptimo, dado que sou precisamente do Algarve. E que tal começarem logo a varrer a minha zona, não pensam assim?
Pois é, já muito se pediu ao nosso Governo para que se tomassem providências para o caso de uma catástrofe, mas até agora nada. Tudo o que se sabe é que o Governo apresenta propostas e mais propostas e nada de cumprir com a sua palavra. Tal como o nosso querido Sócrates ou até o nosso Cavaco Silva, em suma, a nossa santa Política.
Uma coisa que me deixa frustrada até ao cerebelo é que para tratar de assuntos relacionados com pagamento de portagens e TGV o nosso Governo está com os ouvidos alerta e toma todas as providências necessárias. Esperemos que não seja necessária a construção de mais uma rotunda ou até de um novo estádio de futebol, coisas bem ao estilo português. E claro, estou a ser sarcástica, caso nem tenham notado nada :)
É frustrante falarem constantemente que Portugal, na zona que vai desde o Algarve até Lisboa vai sofrer uma catástrofe ao estilo da nossa antiga actividade sísmica em 1755, que ficou na história. Já até temos profetas que marcam datas para o acontecimento. Como podem ver, nós portugueses adoramos festejas antecipadamente os acontecimentos. Para quê esperar pelo amanhã, uma coisa tão imprevisível? Vamos mas é festejar agora, que quando chegar o tão aclamado Tsunami não vamos ter tempo. E estou para ver se será um tsunami ou um Cocker Spaniel como o do meu vizinho do lado.
Tenham consciência de uma coisa, que era precisamente a que vos queria tão docemente dizer com este tema: Não se podem prever catástrofes naturais. A Natureza tem as suas razões e decide por si quando as coisas devem de acontecer na sua ordem. Para quê falar-se tanto nisso se não se tomam providências e ainda se assustam pessoas? O que tiver que acontecer, acontece e ponto final. Nós não vamos ter a capacidade de chegar ao pé da nossa placa tectónica e dizer: Oh filha, vai lá para outra zona que isto aqui é calminho, certo? Então vivamos as nossas vidas sem pensar em nada, porque pensar demasiado por vezes faz mesmo mal á nossa saúde e bem precisamos de nos manter ocupados, porque com esta crise económica, o zapping passou a ser um dos desportos mais usados para manter o bom funcionamento da ossada portuguesa, dado que, se não há dinheiro, não há como pagar um ginásio e ninguém gosta de trabalhar de graça. Portugal não pode pura e simplesmente dar mais com o que recebe e consumir mais com o que produz. A regra é simples, mas poucos a entendem.

sábado, 19 de março de 2011

A tua partida

Diz-me que não é verdade.
Diz-me que o céu escureceu porque a noite veio para nos cobrir com a sua sombra, e que nunca, mas mesmo nunca se manchou pela tua partida.
Promete-me que um dia me farás entender que tudo acontece por uma razão sem que nunca precise de me questionar sobre o que quer que seja.
Promete-me que a tua ida foi temporária, que o sol amanhã estará de volta e com ele o teu sorriso.
Conta-me histórias que me façam acreditar que foi apenas mais um pesadelo. Ilude-me com histórias para adormecer, faz-me acreditar no que quer que tenha a ver com o teu retorno. Diz-me no ouvido que foi tudo mentira, que o teu coração não me deixou para trás, que a tua alma ainda existe do meu lado todos os dias.
Limpa-me as lágrimas, eu mesma perdi a vontade de o fazer.
Talvez um dia o tempo te traga de volta da mesma forma com que te roubou de mim.
Saber que partiste custou-me muito. No fundo não encontro palavras que consigam descrever em que parte me dói mais a tua ausência.
Promete-me que voltas e que se fores, me levarás eternamente contigo.
Deixa-te ficar se vieres, eu deixo a porta sempre aberta para ver espreitar o teu olhar. Deixarei sempre na mesa da sala aquela taça de doce de morango que tu mais apreciavas, juntamente com aquele insenço que tu dizias adorar.
Quando voltares eu estarei deitada no sofá da sala. Talvez até já durma, talvez ainda olhe pela janela, talvez ainda imagina que as cortinas mexem porque tu as fazes mexer. Gostas de me encantar com pequenos malabarismos e ilusões. É por isso que acredito que vais voltar. Tu voltas sempre, não voltas querido?

domingo, 13 de março de 2011

Nunca saberei como dizer que te amo

Nem foi preciso pedir que saísses. Tu mesmo soubeste quando bater com a porta.
E depois...aquele frio da despedida, aquela amalgama de sentimentos que nos ficam gravados na memória, cravados na nossa mente como uma sepultura.
No fundo iria desejar que ficasses, que corresses para os meus braços. Todas as noites é assim que te vejo.
No escuro do quarto ainda resta aquela moldura com a tua fotografia. Foi tirada no dia dos teus anos. Como tu sorrias nela. Quando lhe toco ainda parece que te vejo diante de mim. Nela ainda parece que consegues ver-me, sorrir-me da forma como sorrias naquela altura.
Muitos anos se passaram desde que sorriste assim. Foi melhor assim, não nos culpes de nada. Tu sabes que não poderias ficar, que não haveria espaço, que não haveria frio que o nosso calor dissipasse.
No fundo apenas o amor restava. Eu sabia que ainda te amava como desde o primeiro dia. Mas não chegava.
Nunca chegaria amar-te da forma como te amava para poder retribuir o amor que dizias sentir por mim.
No fundo sempre me senti devedora de sentimentos que não conseguia pagar.
O teu amor venceu, venceu até o meu coração. A tua alma foi capaz de me dizer coisas que nunca pensei que fosse um dia capaz.
Ainda hoje escuto no meu coração o eco das tuas palavras no meu ouvido.
Não era preciso dizeres no fundo que me amavas. São apenas palavras, e palavras nem sempre precisam de ser pronunciadas.
Estava farta de ter de te ouvir pronunciar as mesmas palavras e de te calares de seguida com medo de ouvir a resposta. Tu no fundo tinhas medo, eu sabia. O amor é complicado, eu sei. Por isso decidi que deverias partir. Não era preciso ser para longe. Bastava passares aquela porta, deixares na sala apenas o que restava. Bastava isso. Depois bastava acabar.
Não tens que me explicar nada, nem sequer de me dizer que vais sofrer. Eu sei que será assim por um tempo. Depois passa. No lugar onde o tempo mora não há espaço para amores antigos.
É melhor assim meu querido. Vai embora de uma vez. Não metas mais a chave nesta fechadura. Deixa as nossas lágrimas formarem rios por entre as infinitas estradas do coração. Deixa o amor levar a saudade para longe e segue em frente sem nunca olhar para trás. Pois atrás meu amor, eu sei que dói. Dói muito.

Vidas Passadas

Todos nós já ouvimos falar de uma vida passada. Já toda a gente, quer acredite quer não, ouviu falar da boca de alguém que se calhar o seu comportamento em relação a alguma coisa em especial se deve a uma vida passada. O que acham disso? Conseguem acreditar que de facto todos nós já tivemos uma vida passada e os nossos medos e comportamentos actuais se devam a uma mais antiga passagem pela terra?
E se eu vos disser que eu acredito?
Eu não consigo ser aquele tipo de rapariga que tem na ideia que quando morremos tudo acaba. Eu sei que neste mundo há algo superior a todos nos e esse ser superior é Deus. Deus é o que está no comando de tudo e de todas as coisas. Da mesma forma acredito que todos nascemos para morrer e essa deve de ser a única certeza mais que comprovada no mundo a todo o ser humano. Mas não acredito que morremos e o mundo acaba.
Nós, seres humanos, não somos apenas compostos pela carne e pelo osso. Há algo que nos define como aquilo que somos que que mora dentro da nossa carne e do nosso osso e é intemporal. Dentro da nossa carne habita a nossa alma. Certamente acreditam que temos uma alma.
A alma é aquilo que fica quando todo o resto se vai embora. Na minha opinião, o corpo é apenas a casa onde a alma se aloja para poder ficar numa esperança media de vida de mais ou menos 100 anos.
Da mesma forma acredito que a nossa alma já esteve em outras habitações e como tal já passou por outras experiências mas não se recorda, dado que agora está numa outra vida. A isso chamo de Memória Reciclável. A memória reciclável é a capacidade que toda a alma tem de fazer uma lavagem de encarnação em encarnação.
Os povos árabes dizem que quando um feto fica com mais ou menos 160 dias de vida no ventre materno, um anjo vindo dos céus lhe sopra a alminha para dentro do corpo. E na minha opinião é mais ou menos isso que acontece. Ou seja, para os árabes Allah envia um anjo para dar um espírito ao embrião e connosco passa-se precisamente a mesma coisa.
E como alma única que temos e que somos, acabamos por trazer do nosso passado determinadas características para o presente e são essas mesmas características que nos definem como seres humanos. Medricas, bondosos, sábios, românticos...seja o que for que tenha acontecido e que tenhamos trazido connosco, essas características estão presentes para serem moldadas de forma perfeita de vida para vida até que possamos atingir a perfeição.
Conseguem acreditar no que falei? Se não, então qual a vossa filosofia de vida?
Aguardo respostas.

sábado, 12 de março de 2011

A Forma como o Tempo toma conta de tudo e de todos

É curioso este tema e já há uns dias que tenho pensado nele e cada vez com mais frequência. Toda a gente já passou por momentos horríveis que, com o passar do tempo, não passam de histórias de encantar e que até se conseguem guardar boas memórias. A isso eu chamo O feito do tempo. Pois é, o tempo tem uma enorme capacidade de nos livrar das coisas que nos apoquentam sem precisarmos de nos esforçar muito. Claro que até lá vamos convivendo com elas diariamente, mas a cada dia que passa esse assunto ou coisa vai ficando cada vez mais distante das nossas cabeças.
Como se costuma dizer, ou melhor dizendo, como EU costumo dizer, é impossível um determinado assunto ser alimentado sem acontecimentos que o envolvam, como tal, o tempo interfere e muito na forma como as coisas se arrumam na gaveta do nosso cérebro.
O melhor de tudo, pelo menos para mim, é quando nos damos conta de que, um dia, aquele assunto que antes me chateava tanto, hoje pura e simplesmente não consigo recordar com precisão. E aquela pessoa que antes nem podia ver pela frente...hoje pura e simplesmente não passa de uma mancha negra diante dos meus olhos, nem consigo lembrar bem do rosto. Claro que se a visse na rua, ou se visse uma fotografia, saberia logo quem era, o tempo não nos tráz Alzaimher, apenas nos retira da memória os pormenores sem importância e na nossa cabeça ficam apenas as boas lembranças. O nosso cérebro tem uma enorme capacidade de guardar todo o tipo de recordações, quer boas, quer más. Mas também tem a capacidade de excluir da memória determinadas lembranças sem significado algum deixando apenas o que interessa ao homem para continuar a recordar.
Há mais ou menos um mês, estava eu a arrumar o meu quarto quando dei com um caderno preto de papel quadriculado e pautado onde eu anotava as melhores e piores coisas da minha vida. Uma espécie de Diário de Bordo da minha vida, que o ano passado não esteve particularmente famosa. Sentei-me a ler e lógico que sabia precisamente que coisas eram, que assuntos aquelas páginas contavam...mas houve algo em mim que parou para pensar no final da leitura completa daquele caderno. Será que a pessoa de quem eu falava era assim tão importante? Se o era, então porque não consigo já lembrar-lhe o rosto? Naquele caderno eu falava de todas as minhas experiências vividas em conjunto com a minha melhor amiga e irmã e no meio dessas experiências abordava a temática de um amor falhado por um rapaz e nesse preciso momento dei-me conta de que não conseguia recordar o rosto desse rapaz. De cada vez que me esforçava para tentar ver com precisão a cor dos olhos ou a forma como tinha o cabelo, tudo o que eu via diante de mim era uma silhueta de longe cujo rosto estava coberto por uma mancha de tinta preta, como se o tivesse imprimido numa folha de papel e o tinteiro tivesse manchado a imagem. Tentei ainda assim fazer um belo exercício de recuperação recordando momentos bons que tivéssemos passado ou até maus momentos. Mas tudo o que me recordo foram as vezes que passei junto da minha irmã e amiga nessa mesma altura. Não consigo precisamente referir um momento único que mais me tivesse marcado do lado dessa pessoa ou o pior momento que tivesse passado com ela. E mesmo estando a ler aquele caderno e sabendo do que havia ali falado, não me recordava com precisão dos sentimentos descritos naquelas folhas, se doía ou se era divertido, se gostei ou se odiei, e reparei que quando vejo aquela silhueta manchada diante dos meus olhos não consigo sentir nada que me diga se essa pessoa é uma boa lembrança ou uma má lembrança. Foi aí, nesse instante em que me dei finalmente conta que matei dentro de mim essa pessoa. A pessoa que naquela altura da minha vida mais ocupava a minha cabeça hoje é uma mancha difusa sem formato concreto. E não me transborda nada ao recordá-la. E foi tudo há um ano, mas nesse tempo foram tantas as vezes que falei, tantas as vezes que lutei e desisti, que a apaguei sem me dar conta. E hoje dou-me conta que fui eu que a espantei de vez da minha vida por vontade própria. E não consigo dizer se é bom ou mau porque ao pensar em todas estas coisas não acontece nada dentro de mim que me dê uma resposta. Não há simplesmente resposta.
É engraçado como o tempo nos ajuda a matar dentro de nós tudo aquilo que não tem importância e que acaba por cair na nossa memória reciclável, e deixa apenas as boas memórias que acabam por ficar na nossa memória portátil para sempre como boas memórias. O tempo de facto é soberano de tudo e de todos. Só ele nos mete neste mundo e é ele que tem a capacidade de nos levar dele.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Como será morrer?

Sempre tive esta curiosidade em saber como é essa sensação de morte. Não é que queira morrer. Longe disso. Mas encaro a morte como um mistério tremendo. É como nascer. Alguém se recorda de nascer?
Alguém se recorda do momento em que sentiu o ar nos pulmões pela primeira vez? Raramente isso deve de ter acontecido a alguém.
Facto dos factos, encaro a morte como um mistério absurdo. Se me queres conhecer, vem ter comigo, toca-me e mostro-te. Sempre vi as coisas nesses termos.
Eu sou uma daquelas pessoas que diz saber de tudo um pouco, não por ser convencida, mas porque todos nós nascemos dotados de uma grande capacidade de imaginação e ao imaginar tomamos um pouco do real no nosso imaginário. E não me venham com histórias, no meio do sonho há algo de real a reter.
Logo sempre achei que a morte era algo mais fácil do que aparenta. E sou honesta, penso muito nisto. Quem sabe morra bem cedo, posso deixar até umas quantas pessoas felizes, mas depois elas já sabem, volto para as assombrar a todas AHAHAHAHAHAHAHA.
Falando mais a sério. Morrer é apenas não ser visto. Nada mais que isso. Eu acredito que quando se morre apenas se deixa o corpo para trás, que envelheceu, ou que não suportou o peso da alma. O resto parte, até ao momento em que volta para viver uma outra vida sem quaisquer dados passados.
Sempre acreditei que parte do que somos hoje tem algum precedente no nosso passado. E não sei porque acredito. Simplesmente sou consciente de que como seres humanos que somos, temos que acreditar em alguma coisa certo? Há quem acredite apenas na existência de Deus, há quem acredite que Ele simplesmente nem existe...mas todos nós acreditamos em algumas coisas, diferentes, iguais...e no fundo todas as mesmas coisas.
A morte assusta-me. É um mistério que me dá curiosidade e sei que não devia. Mas penso nela. Penso na morte assim como me dou conta da vida que levo agora. Eu deito-me, toco nas coisas, sinto emoções, sinto prazeres, aflições...toda a espécie de sentimentos. E se de facto há um outro lado...o que sente o outro lado?
Como seria viver o outro lado?
Se morrer é apenas não ser visto, porquê que há cada vez mais pessoas com a capacidade de ver o que deveria de não ser visto?
Tanta pergunta...alguém me sabe dar uma resposta mais coerente?

Talvez morrer seja uma outra forma de vida. O que acham?

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Hora certa

Já são horas!
Pego na minha mala vazia de razão...
Sei que nada me impede de votar para trás, mas continuo. É sempre bom continuar algo que precisa ser feito. Do lado de fora chove. Não tarda terei o avião á minha espera, aquele enorme bicho com asas enormes, pronto para me engolir, para me transportar para um mundo de péssimas memorias.
Há memórias que, por mais tempo que passe, nunca serão apagadas. Verdades e dúvidas é o que agora habita a minha mente.
Estarei a fazer bem em encontrar-te? Estarei a fazer bem em ir finalmente conhecer-te?
Talvez conhecer-te não seja assim tão mau. Talvez conhecer-te não seja esse abismo, talvez conhecer-te não seja ver a morte nos teus olhos, as tuas lágrimas secaram há tanto tempo que temo que voltem a cair.
Tu sabes, a culpa não foi minha, não fui eu que te deixei partir. Hoje buscas por luz. E agora aqui estou eu, sem saber o que realmente fazer, apenas sabendo e tendo a certeza de que tenho de te encontrar para te dar essa luz, para iluminar esse teu caminho escuro como uma lanterna, para guiar os teus passos porque as luzes de fora te cegam, porque as mãos das outras pessoas te tapam os ângulos de visão.
Hoje parto porque me pediste que fosse ao teu encontro e eu vou. Nunca saberei como abrir portas já fechadas há tantos anos. Talvez um dia aprenda. Talvez.