Já são horas!
Pego na minha mala vazia de razão...
Sei que nada me impede de votar para trás, mas continuo. É sempre bom continuar algo que precisa ser feito. Do lado de fora chove. Não tarda terei o avião á minha espera, aquele enorme bicho com asas enormes, pronto para me engolir, para me transportar para um mundo de péssimas memorias.
Há memórias que, por mais tempo que passe, nunca serão apagadas. Verdades e dúvidas é o que agora habita a minha mente.
Estarei a fazer bem em encontrar-te? Estarei a fazer bem em ir finalmente conhecer-te?
Talvez conhecer-te não seja assim tão mau. Talvez conhecer-te não seja esse abismo, talvez conhecer-te não seja ver a morte nos teus olhos, as tuas lágrimas secaram há tanto tempo que temo que voltem a cair.
Tu sabes, a culpa não foi minha, não fui eu que te deixei partir. Hoje buscas por luz. E agora aqui estou eu, sem saber o que realmente fazer, apenas sabendo e tendo a certeza de que tenho de te encontrar para te dar essa luz, para iluminar esse teu caminho escuro como uma lanterna, para guiar os teus passos porque as luzes de fora te cegam, porque as mãos das outras pessoas te tapam os ângulos de visão.
Hoje parto porque me pediste que fosse ao teu encontro e eu vou. Nunca saberei como abrir portas já fechadas há tantos anos. Talvez um dia aprenda. Talvez.
1 comentário:
Apenas assim...
O abismo é mesmo assim. Um poço sem fundo onde a única coisa que se vê é o escuro e a única coisa que permanecem são as memórias e nada, nada mais que isso.
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