Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



domingo, 30 de outubro de 2011

Medo

Medo
O medo é bom e faz bem, entorpece-nos a alma e atordoa-nos os sentidos, congela-nos a alma. O medo pode ser paralisante, frio, mas intenso.
Todos os dias sinto medo. É estranho, caricato até, como o medo pode tomar conta de todas as coisas no nosso corpo, mandar nos nossos sentidos, no nosso coração.
Chamo por ti e não me ouves. Grito bem alto, desespero...é o medo, querido. O medo faz isso, faz-nos agonizar, faz-nos ter receio de uma derrota próxima.
Procuro por ti unicamente pelo medo. Não tenho medo de te amar como de te perder. Nada me paralisa tanto como esse sentimento que me congela e me fere a alma pedaço a pedaço.
O que sinto por ti é anestesiante, mas o medo aviva-me a dor de sentir essa pequena sucessão de pequenos prazeres.
Torno a chamar-te, a soletrar o teu nome para que percebas que é a ti que procuro, a implorar interiormente que não vás para não ter de dizer- foste-te. Ou ainda pior que isso- perdi-te. Tu insistes em não querer morrer dentro de mim e é isso que me dá medo.
Imploro-te com o coração -Fica. Imploro-te com a alma cheia de pavor - não me abandones agora.
E tu ali do meu lado e eu a gritar interiormente que não desapareças da minha vida.
É estranho querido. Durante todo este tempo continuo sem saber como nos consome o amor.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Momento Outonais

Sabem bem chegar a casa depois de um dia frio em que o vento nos deixa sonolentos, pousar as tralhas que diariamente carrego ás costas e ir direta para um bom e quente duche.
Gosto de sentir aqueles arrepios na pele após o banho e que são docemente abafados pela toalha macia.
É reconfortante poder dizer que estou em casa depois de um dia tão maçante, vestir o meu pijama, ligar o computador e beber uma caneca de café quente com uma tosta mista enquanto dou uma vista de olhos pela tutoria eletrónica da Universidade e seguidamente desviar um pouco o olhar para o Tumblr e ver como estão as pessoas que me circundam no Facebook.
Depois de mastigar uma boa dose de internet como se fosse uma pastilha elástica, gosto de me preparar para deitar mãos á obra e ir fazer o meu jantar, da maneira que mais me apetecer, exagerar ou deixar em falta, imaginar e criar novos pratos, enfim...sabe bem porque é algo que gosto de fazer, mas mais que isso, adoro deliciar-me depois a comer o que fiz.
Embora assim seja, o que realmente me dá prazer é alimentar aqueles que amo sabendo que eles comem daquilo que eu fiz e que gostam do que fiz. Não precisa de muito para sentir que tenho o dia ganho com um elogio á minha prestação de culinária.
Finalmente dou uma revisão na matéria, gosto de ter tudo em dia, preparar a mala para o dia seguinte e devorar a minha música preferida, a música que me ficou na memória nos dias de hoje ou até a que já há séculos que não ouvia.
Quando estiver tudo terminado, gosto de me deitar na minha cama quentinha com uma guitarra acústica e tocar. Depois, para terminar, escrever...muito. Pode ser estranho, nada contra quem não gostar, mas  um prazer enorme que tenho é escrever. Mesmo que seja escrever o que se passou durante o meu dia ou até um texto, um poema, uma carta que nunca chegará a ser lida...mas tenho que escrever sempre. O meu quarto tem uma estante só para os meus cadernos e diários e claro...ai de quem lhes mexer...
Já ao final da noite, adoro sentar-me á mesa na cozinha e devorar uma boa caneca de chá e sumarizar mentalmente o meu dia, para em seguida ir para a cama e dormir instantaneamente ao som da voz com quem quero casar...Jeff Buckley e os pingos de chuva que caem no exterior, deixando o meu olhar cair pela janela e dispersar por si num sono profundo e acolhedor.

sábado, 22 de outubro de 2011

Mensagem Telefónica


Estás aí?
Consegues ouvir-me?
...
Liguei para dizer que sinto a tua falta. O tempo arrefeceu esta semana e já sinto a cama fria. Sinto falta dos teus braços quentes á minha volta sabias?
Volta logo.
Hoje fui ás compras, vi aquele filme que tu tanto gostas á venda. Irei comprá-lo para vermos juntos quando voltares.
Sabes...ah...eu não queria dizê-lo por telefone, mas amo-te e sinto-me muito sozinha sem ti perto de mim.
Amanhã é mais um dia e eu espero uma chamada tua ok?
Liga-me assim que possas.
...
Hoje pensei fugir para longe, correr, perder-me algures no mundo. Seria uma estupidez se o fizesse não achas? Mas...estou muito sozinha aqui. Não fugi porque talvez não possa. Mas não pretendo ficar. Levo o telemóvel comigo para me salvares quando me perder com o som da tua voz.
Por vezes quero gritar mas não sai nada além da voz do silêncio.
Bem, vou ficar por aqui. Espero que o trabalho te esteja a correr bem.
Irei esperar-te esta semana na mesma paragem. Levarei comigo aqueles chocolates, aquele sorriso...
Fazes-me muita falta.
Adeus.

sábado, 15 de outubro de 2011

Um dia na vida de Tânia Dias

Como toda a gente normal que estuda, tenho uma vida um pouco rotineira que até me enjoa por vezes. Mas verdade seja dita, eu não me farto dela.
Por mais banal que possa parecer aos olhos dos outros, eu gosto dela. Gosto daquela sensação de todas as manhãs me deslocar a pé de minha casa até á estação de Faro para ir buscar a minha melhor amiga/irmã. Gosto de ir ouvindo as minhas bandas e músicas preferidas. Gosto de ir devorando uma vez mais o maravilhoso álbum Grace de Jeff Buckley e repetir sempre aquelas de que mais gosto.
Gosto de tudo, menos de ir para as aulas, verdade seja dita. Mas mesmo assim não me queixo. Não, nem pensar, gosto do que faço, porque foi uma escolha minha. Eu decidi isto. Poderia ter desistido, mas não desisti. E porquê? Porque gosto, porque sei que dentro em breve não será mais assim a minha vida. Um dia estas imagens serão apenas uma lembrança fantástica da vida de uma estudante Universitária.
Gosto de estar na Universidade por mais desinteressante que seja e gosto de ocupar o meu tempo com assuntos que ninguém se interessa. Gosto de ir ao Fórum Algarve nas horas de almoço, se bem que o meu rico horário este ano não me dá grandes chances. E quando não posso, gosto de devorar o meu almoço nos bancos d pedra debaixo de uma árvore. Gosto do que cozinho, porque sei cozinhar até decentemente, comida bem temperada. E enquanto como gosto de me lembrar disso. Dá-me um enorme gozo recordar o que fiz quando vale a pena.
Gosto depois de contar os minutos que faltam e lamentar-me que tem de ser. E lá vou eu a mais uma dose de aulas, lá vou eu de novo apanhar aquilo a que todos nós chamamos "uma bruta seca". E quando saio das aulas nada me dá mais satisfação que acompanhar a minha melhor amiga/irmã á estação e apanhar o autocarro para seguir o meu rumo, para a minha casa, dar o meu banho, comer e encontrar a minha cama mesmo a olhar para mim. É banalíssimo não é? Mas eu gosto. Mais ninguém precisa gostar. É bom que nos sintamos bem com a vida que temos. É casa vez mais difícil encontrar-se por aí alguém totalmente satisfeito com a vida que tem. Não posso dizer que a minha vida é cor de rosa, não o é, mas é calma, e mesmo que surjam problemas, eu passo por eles e venho aqui mostrar mais uma vitória. Gosto disso, dá-me especial gozo sentir que posso ter perdido uma batalha, mas ganhei a guerra. E mesmo se não ganhasse...gosto de me render quando nada mais há a fazer e dizer que pelo menos tentei.

domingo, 9 de outubro de 2011

Chovia torrencialmente quando eu despertei e ainda era de noite.
O céu estava coberto de um vermelho veludo. Os trovões demonstravam que a chuva não queria ir embora.
Olhei pela janela e vi o campo deserto que ao meu redor se estendia.
Nem sinal de ti.
Sinto o coração vazio. As horas passam e eu pergunto-me até quando irás suportar essa dura batalha que tão arduamente travas contra a morte que teima em testar-te.
Sinto um medo terrível de te perder. Na minha cabeça nada mais habita se não as lembranças do teu sorriso.
Caminho pela casa na esperança de me ocorrer uma solução mesmo que insana de te trazer de volta.
Sinto ansiedade, medo, um medo terrível de deixar de sentir o coração bater por entre os teus frágeis dedos. Sinto receio que brevemente deixes de sentir o meu abraço forte, as minhas lágrimas que cobrem o teu rosto como um manto, as palavras que docemente sussurro ao teu ouvido repetindo sempre Fica, por favor fica.
Olho-me ao espelho e não mais me reconheço. Recuso-me a acreditar na dura realidade de uma vida tão efémera. Subitamente vejo-te no espelho. Sei que é apenas a minha imaginação, mas tento a todo o custo trazê-la para fora...em vão.
Farto-me rapidamente de tanta angústia. Não posso perder-te. Vou contra todas as paredes na esperança de conseguires ouvir os meus gritos, na esperança de poderes sentir esta minha ansia de te querer do meu lado, de saber ao menos que ficas bem, que poderei ver-te dormir todas as noites sem me preocupar com o medo que me atormenta.
Deixa-me dizer-te, pode ser a última vez que o digo: Tu foste a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Deixa-me gritar bem alto amo-te até que escutes dentro do teu coração. Deixa-me suplicar-te uma vez mais Por favor, não partas...
Deixa-me derramar uma vez mais em ti as minhas lágrimas que dizem és tudo o que eu sou, pedir-te pacientemente que não largues a minha mão, ainda que não possas apertá-la contra a tua.
Sinto o teu corpo frio...é o frio da despedida.
Sinto ao mesmo tempo a minha alma abandonar-me o corpo, ir ao teu encontro, morrer contigo, seguir contigo a mesma estrada. Sinto o terror das horas que teimam em passar devagar levando mais um pouco de ti.
Fica, tu sabes que és importante. Não me podes deixar.
Deixo-me cair no chão frio, as mãos pesadas, o peso do corpo, da alma, das horas penosas que se vão acumolando em mim, o desespero que começa a tomar conta de todas as coisas...
Preciso arranjar uma solução, algo que te prenda a mim para sempre.
Viver sem ti não seria vida, apenas simples existência.