Medo
O medo é bom e faz bem, entorpece-nos a alma e atordoa-nos os sentidos, congela-nos a alma. O medo pode ser paralisante, frio, mas intenso.
Todos os dias sinto medo. É estranho, caricato até, como o medo pode tomar conta de todas as coisas no nosso corpo, mandar nos nossos sentidos, no nosso coração.
Chamo por ti e não me ouves. Grito bem alto, desespero...é o medo, querido. O medo faz isso, faz-nos agonizar, faz-nos ter receio de uma derrota próxima.
Procuro por ti unicamente pelo medo. Não tenho medo de te amar como de te perder. Nada me paralisa tanto como esse sentimento que me congela e me fere a alma pedaço a pedaço.
O que sinto por ti é anestesiante, mas o medo aviva-me a dor de sentir essa pequena sucessão de pequenos prazeres.
Torno a chamar-te, a soletrar o teu nome para que percebas que é a ti que procuro, a implorar interiormente que não vás para não ter de dizer- foste-te. Ou ainda pior que isso- perdi-te. Tu insistes em não querer morrer dentro de mim e é isso que me dá medo.
Imploro-te com o coração -Fica. Imploro-te com a alma cheia de pavor - não me abandones agora.
E tu ali do meu lado e eu a gritar interiormente que não desapareças da minha vida.
É estranho querido. Durante todo este tempo continuo sem saber como nos consome o amor.
2 comentários:
O medo não passa de um sintoma puramente humano criado pela nossa mente afetada, repleta de vazio, vazia de ideias, de ocupações. Nós temos medo quando o nosso coração está fraco. Um ser que ama jamais sente medo. Um ser que ama enfrenta qualquer coisa, qualquer barreira, qualquer obstáculo.
O medo por vezes dá-nos uma boa sensação de prazer...
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