Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 28 de março de 2012

Perder a calma não nos leva a lado nenhum, mas que eu vou ao inferno...lá isso vou!!!

Posso dizer que sou uma pessoa calma por norma. Gosto muito de estar na minha, de estar sozinha e tirar algum tempo para pensar. Quando estou em grupo não sou de longe a mais barulhenta. Lógico que gosto de me divertir, mas para me divertir não preciso partir montras de lojas com as minhas gargalhadas.
Quando saio á noite nunca vou em grandes grupos. Não costumo ir para os copos só porque sim e além disso, nem vou para os copos. Os meus copos não passam de duas cervejas e uns sumos.
Gosto de ser calma, de ser tolerante e paciente. Já fui menos tolerante comigo e com os demais, mas não me lamento por isso porque faz tudo parte do nosso crescimento interior. Não me arrependo se perdi amigos por isso, porque se foram embora é porque não faziam falta e se não voltaram é porque não quiseram. Não lamento se o namorado de há dois anos fugiu, porque se fugiu é sinal que tinha o rabo entalado. Não lamento nada, porque tudo isto sou eu.
No entanto, admito que há certas coisas que conseguem fazer-me ir ao inferno e voltar no mesmo momento. Uma dessas coisas é a Universidade. Todo o aluno que paga tem o direito a ser avaliado, logo se ouve que não vai poder fazer um dos componentes de avaliação só porque sim é mais do que motivos para perder a calma. Eu costumo dizer que pago tanto como todos os que ali andam, logo tenho direito aos mesmos critérios de avaliação. Não sou e nem nunca serei a única pessoa que se queixa dos métodos de ensino superior cada vez mais complicados e que fazem com que muitos virem as costas a tudo, o que na realidade não é nada que me surpreenda. Eu mesma já tive essa vontade e tenho de cada vez que me deparo com uma situação semelhante. No entanto não posso deixar que essa situação me afete e dei este exemplo para falar precisamente que, por mais vontade que tenhamos de perder a calma numa dada altura da nossa vida, o melhor mesmo é respirar fundo e tentar manter o controle. Um aluno fica sempre em desvantagem faça o que fizer dada a posição social que ocupa comparativamente a um professor, que além de professor também é doutor. Eu diria que doutor há sim, mas no hospital de cada vez que precisamos de lá ir. Aí sim é senhor doutor. As posições sociais e os cargos laborais das pessoas divergem muito uns dos outros, o que na verdade também me enerva. Ao fim e ao cabo eu penso o seguinte:
Se pessoa A tem dois braços e duas pernas, expele o que come pela frente e por trás, dorme e expirra como eu e em tempos já tirou macacos do nariz, o que tem pessoa A a mais do que eu? Se eu pago e pessoa A come do que pago, de que sofre pessoa A?
Não estou com isto a dizer que sou eu que pago os impostos a pessoa A, mas pessoa A recebe também do que me sai do bolso. Logo, se assim é, devem também de haver regras que tenham que ser cordiais para com os alunos ou as pessoas com que pessoa A se relaciona. Nomeadamente os critérios de avaliação que não divergem de modo algum de aluno A para aluno B.
Logicamente que ao receber um e-mail de pessoa A dizendo que eu não poderia fazer um dos critérios de avaliação de uma Unidade Curricular, fui aos arames e voltei. No fundo só me apeteceu dar um tiro a tal pessoa, mas por outro lado respirei fundo e pensei que pessoa A a esta hora também não está minimamente preocupada com o que penso ou deixo de pensar.
E a mesma coisa se aplica em muitas e muitas outras coisas. Nem tudo na vida é fácil e por vezes deparamos-nos com situações em que só nos apetece mandar á merda a primeira pessoa que nos aparece. No entanto as coisas não se processam assim. As outras pessoas não têm culpa do que se passa na nossa vida, logo temos que agir como se nada fosse e assim continuar até a nuvem cinzenta passar e chegar um novo dia de sol.

E vocês, meus caros leitores...já houve alguma situação que vos fez ir ao inferno e voltar?

segunda-feira, 26 de março de 2012

O fim

Demorei a despertar.
Foram dois anos, já nem sei ao certo quantos dias foram sem dormir. O certo é que despertei das trevas, descobri toda a verdade. Hoje sei que poderei descansar, ser livre, feliz de novo, respirar ar puro e viver a minha vida longe daquilo a que chamei de tormento durante muito tempo.
Durante dois anos fui enganada. Não sei como foi possível acreditar em tais mentiras. Deixei-me enrolar sem saber, sem sequer notar que quem me parecia querer bem apenas me iludia a cada dia que passava.
Um amor de juventude tornou-se num pesadelo que fez de uma menina uma mulher, o ser que hoje sou.
Durante dois anos criaram histórias á minha volta, ao meu redor e dos que me rodeavam de forma a que eu fosse capaz de acreditar nelas. Mais tarde, depois de toda a história estar montada e todo o esquema armado, o golpe! Um golpe que nem sei de onde veio. Tudo fizeram para me fazer sofrer. O objetivo era divulgarem pelo mundo aquelas histórias fictícias para que eu ficasse mal vista perante tudo e todos.
No inicio preocupei-me, tentei perceber o que havia corrido mal. Depois, com o passar do tempo, do sofrimento e dos meses que vinham sempre iguais, deixei de ligar. Fechei os olhos e com os olhos o meu coração que se deixava levar ao som de uma balada diferente.
Apaixonei-me, voltei a amar depois de muito ter passado. Voltei a viver.
Demorei a reconstruir a ponte que havia quebrado sem que a culpa fosse realmente minha.
Depois de muito tempo, uma mera conversa fez-me chegar até á verdade. Foi então que percebi, que em tanto tempo consegui ser ingénua. Depois de tanto tempo consegui cegar perante toda a verdade, consegui deixar de ser eu para passar a ser a fantasia criada pela mente perversa alheia.
É tão fácil cair na escuridão. Difícil foi sair dela.
Hoje respiro ar puro. Sei que não sou apenas eu. Comigo mais pessoas passaram pelo mesmo. Hoje posso finalmente deixar sobre a mesa de cabeceira a carta de despedida, dizer que a porta está fechada, que podes ficar de fora. Sim tu...
Eu sei que deste o teu melhor para que eu reparasse em ti. Mas hoje descansa, tanto eu como tu poderemos voltar a sorrir, a viver, a voar.
Voa, segue o teu caminho longe de mim. Vamos ser felizes separadamente. Vamos ser nós sem fingir ser quem não somos. Afinal de contas é tão mais simples assim.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Comportamentos que tenho dificuldades em perceber nas pessoas

Ok, eu sei que isto soa mal, mas o que eu vou dizer tem a sua lógica e já meio mundo passou pela mesma situação. Quantos de vocês já não tiveram ao vosso redor aquela pessoa cuja maneira de ser não conseguem entender completamente? Já toda a gente ou quase toda a gente teve um amigo ou até um parente, ou mesmo um vizinho que tem duas faces para vos oferecer. Têm aquela face de bom coração em que vos metem na alma e o outro lado em que ou passam por vocês e nem vos conhecem ou então sentem-se decepcionados ao mínimo descuido que tenham para com eles.
Chamo a estas pessoas os Missing-Egos. Por outras palavras é alguém que se sente á mínima coisa que vocês não façam por ela porque todo o mundo tem de girar em torno do seu umbigo, ou os problemas de um missing-ego são, no seu ponto de vista, mais graves e relevantes que os vossos e se vocês não deixam de fazer o que têm de fazer para estar com essa pessoa está o caldo entornado.
Na maioria dos casos, um missing-ego nunca admite que falha e quando o faz já é assunto arrumado e quase esquecido.
Tenho um velho e grande amigo com quem lido bastante e que tenho em consideração, mas ao mínimo deslize o prejuízo é muito grande.
Normalmente eu e esse meu amigo falamos frequentemente e saímos também. Costumamos e ir beber café e comer alguma coisa, partilhamos grandes momentos e rimos das piadas um do outro. Conheço poucas pessoas como ele e já lhe disse isso como forma de lhe mostrar que considero que ele tem valor na minha vida. No entanto, a sensibilidade dele é extrema e se fico alguns dias sem dar novidades ou se não posso por algum motivo fazer algo a que me tenha proposto ele fica extremamente magoado comigo. Ele nunca me disse isso com palavras exatas, mas leva em conta coisas descabidas, como o facto de que ele entra e eu saio do msn, ou que saio do facebook quando ele entra e isso faz-me ficar meio constrangida a pensar que faltei com qualquer coisa, mas não. A vida social e aberta que temos não se resume a meios de comunicação por um monitor de computador. As redes sociais nunca foram amigas de um bom diálogo e muitas vezes os meus escapes sem qualquer maldade fazem com que ele sinta que está a mais, quando na verdade não está. Há alguns anos atrás eu era muito agarrada ao msn e redes sociais mais do que sou agora. Não sei se tem a ver com a idade, se é a busca por outros interesses, mas cada vez menos utilizo o msn para falar, salvo precise e não possa ver a pessoa em questão. Ao mesmo tempo que se passa isso não gosto de ter muitas janelas abertas e a falar ao mesmo tempo com várias pessoas. Acabamos sempre por nos perder no meio de tantas conversas e assuntos diferentes.
No entanto há pessoas que não conseguem gerir essa informação para si e entender que se nós estamos com as pessoas e as chamamos de amigas é porque temos um grau verdadeiramente considerável de amizade por elas.
Depois de não conseguir gerir essa informação, um missing-ego recorre imediamente a vocabulário restrito e com mensagem imediata como se segue o exemplo abaixo:

A: Olá, desculpa o meu atraso, sei que não dei noticias nestes dois dias, mas estive doente.
Missing-ego: Tá!
A: Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem contigo?
Missing-ego: Tá, olha temos que combinar um café para te devolver o jogo que me emprestaste.

Este pequeno diálogo revela a urgente necessidade de demonstrar que está chateado/a. Na verdade existe vocabulário muito mais acessível e direto que esse, que é admitir os factos de uma vez, mas com cabimento. Nós não podemos ou pelo menos não conseguimos estar presentes em tudo e mais alguma coisa, mas um missing-ego não entende isso. Um missing-ego altera o seu humor em virtude do número de dias sem uma resposta nossa a pagar com juros, porque um missing-ego também gosta de se vingar, dizendo que está tudo bem quando não está, só para mostrar que não quer saber.
Antes dava importância a estas coisas. Achava impertinente, mas tentava resolver tudo um quanto antes, mas agora nem por isso. Simplesmente somos humanos, não somos máquinas e nem as máquinas são perfeitas. Quantos aparelhos não compramos com defeito de fábrica? Só por aqui têm vocês a prova de que vos falo a verdade.
Nós tentamos ser sempre o melhor para com as pessoas que estimamos e para nós essas pessoas são únicas á sua maneira, especiais. No entanto temos que saber aceitar que nem todos têm de pensar como nós. A verdade e a razão são coisas muito abstratas, estão do lado de quem vê sim, mas de acordo com os valores adotados por cada pessoa, que temos de saber respeitar. Por mais complicado que seja gerir certas situações, o melhor a fazer é não pensar tanto nisso. Afinal, quem erra acaba sempre por reconhecer que erra e se somos tão importantes para as pessoas como elas para nós, acabarão sempre por vir esclarecer as coisas.

E vocês?

quarta-feira, 21 de março de 2012

Saudade

Já não basta sentir saudade, a saudade já dói em mim fortemente. Já não basta sonhar que te tenho e sermos felizes, livremente. Já não basta sonhar que aqui estás, e que me tocas tão docemente...
já não basta sonhar que te toco, sem te tocar verdadeiramente.
Já me custa acordar sem te ver, e caminhar sozinha entre a gente, já me custa sentir que te beijo, mas na verdade sei que ainda estás ausente.
Já me dói sentir que não estás, sentir a cama vazia...e custa sonhar que podemos ainda ser felizes um dia.
Já não basta imaginar os teus gestos e desenhar o teu olhar, já não basta sonhar o que sonho e não passar de um breve imaginar.
Já não basta imaginar-te deitado, nesta cama que sem ti está tão fria, já não basta viver sonhando, já não basta essa irreal alegria.

Baixar músicas da Internet segundo Tânia Dias

Música...
Uma das minhas palavras de eleição, aquela coisa que toda a gente ouve, aquela coisa que eu não posso passar sem ouvir em qualquer lado.
Hoje em dia faço tudo com música. É super prático transportar as nossas músicas preferidas num aparelho e ouvir em qualquer parte. Porém, de onde virão a maior parte das músicas que temos na nossa infindável lista de músicas no computador?
Toda a gente, mas MESMO TODA A GENTE já tirou músicas da internet. Sai muito mais prático hoje em dia fazer o download de uma músiciquita catita que gostamos e metê-la no mp3/4/ipod e ouvir onde bem nos apetecer. Porém, quando estamos um download de uma música temos plena consciência que estamos a praticar um roubo corrente. É frequente dizer-se que estamos a roubar o trabalho do cantor, uma vez que é de música que ele vive. Embora eu não veja as coisas exatamente nesse prisma, não considero de todo ético que se tirem albuns e álbuns a internet. Eu sei que cada vez mais comprar um album é um luxo e que com esta crise temos que fazer as contas aos trocos. Porém acho que deveriamos ser mais seletivos na forma como fazemos uso dos motores de busca e da forma como abusamos dos programas para retirar músicas da Internet. Geralmente, quando tiro uma música da Internet e escuto todo o album no youtube e vejo que vale a pena, eu nunca saco o album da net, eu compro. Pode ser para o mês que vem, para daqui a dois meses, mas acabo sempre por fechar os olhos e comprar algo que gosto, afinal não pode ser só dinheiro para o estado, nós também temos direito. Já perdi a conta das músicas e albuns que tenho no meu computador e da minha constante sede por vozes frescas, mas sou bastante seletiva nas escolhas que faço quando tenho que sacar alguma música da internet. Não vejo mal algum em tirar de forma não abusiva. É normal que queiramos ouvir para saber se vale a pena, pelo menos é assim que funciona comigo.
Com estas manias todas, não estou a querer dizer não o façam, podem fazer como entenderem. O meu ponto de vista não tem de ser necessariamente igual ao de todos. Não estou também propriamente ralada com o que o músico perde á pala da quantidade de downloads que são feitos, assim como o músico também não se rala comigo porque nem sabe que eu existo.

E vocês? São alguns download maníacos?

domingo, 11 de março de 2012

O Rapaz de T-shirt Branca

Tudo começou numa noite completamente vulgar. Fui com um grupo de amigas para uma discoteca qualquer, sem rumo nem horas para voltar. O ambiente era simpático, as pessoas estavam bem dispostas e a música de fundo soava agradavelmente nos meus ouvidos. Fui buscar uma bebida para aquecer. Haviam pequenos grupos de mulheres ao balcão que mexiam animadamente as ancas. Apreciei a forma descontraída como o fazia, como se fossem donas do mundo e tudo fosse perfeito nas suas vidas. Sorri, pois sabia bem ver rostos bem dispostos. Serviram-me uma vodka, levei-a na minha mão e mergulhei por entre uma enorme multidão em busca do meu grupo de jovens mulheres sem rumo nem hora para chegar a casa, mulheres sem maridos ou sem homens a quem dar satisfações do que se passa nas nossas vidas. Estava pronta para ir para a pista, dançar até o nascer do sol, apanhar a noitada da minha vida e sentir a música bombear o meu sangue para todas as cavidades do meu corpo. Mesmo com saltos, nem me importei. A dada altura um individuo faz-me tropeçar quase me fazendo entornar a bebida. Olhei passada. Tentei chamar quem quer que tivesse feito aquilo á atenção quando o vi...Um rapaz jovem de T-shirt branca e cabelo ondulado que me olhava espantado pelo momento inesperado do embate. Ficamos parados frente a frente. Mesmo na escura discoteca podia ver que os seus cabelos brilhavam como a luz de um dia de sol que nasce. Os seus olhos castanhos escuros, penetrantes olharam-me fixamente, atentos, como que a planear o próximo golpe, numa tentativa de me deixar sem armas de defesa. Uma das minhas colegas veio puxar-me para o meio da pista. Deixei a bebida quase cair. Perdi o controle nos meus sapatos de salto sem tirar os olhos de cima dele, que por sua vez me admirava espantado entre uma enorme multidão de corpos que se misturavam e repetiam os mesmos movimentos ritmados do som da música. Deixei-me ficar quieta, embora fosse sempre sendo puxada por agora o meu grupo inteiro de jovens mulheres que não têm hora para chegar a casa. Fiquei de olho nele. Tentei dançar e parecer animada, mas tal era impossível. O rapaz da t-shirt branca veio para o meio da pista, dançava num pequeno grupo de jovens talvez solteiros, talvez comprometidos, sem também eles hora para chegar a casa. Girava sobre os meus sapatos e admirava-o a cada volta que dava, sempre de olhar fixo em mim como se sempre nos tivéssemos pertencido.  O som e a música deixavam-me tonta. Por momentos quase que o senti beijar-me, mas claro, isso apenas nos meus sonhos obscenos de uma mulher solteira e sozinha que acabara de encontrar um estranho com quem poderia passar a noite.
Tentei voltar ao meu estado normal, chamar-me a mim mesma á atenção, desviar esse pensamento da minha cabeça. Embora eu não tivesse hora para chegar a casa, não pretendia perder a minha cabeça.
No fundo começava a senti-lo...o efeito do meu coração que me fugia, das minhas mãos que se prendiam na garganta seca pela ansiedade de não passar daquela noite em que os nossos olhares se cruzavam. Girei fechando os olhos, sentindo uma imensa multidão de mãos e corpos imundos pelo suor que se misturavam comigo, que dançavam as mesmas batidas, as mesmas melodias que se repetiam misturadas, disfarçadas pela vergonha de uma não versatilidade imparcial.
Tentei berrar, gritar que me sentia a sufocar, quando sentia uma mão encaixar na minha. Sorri pensando ser uma das minhas amigas e abri os olhos, mas paralisei. A dado momento, deixei de as ver, entrando em pânico por tentar procurar em vão o rasto de cada uma delas sem sucesso...e mesmo á minha frente...ele, de olhos completamente colados aos meus, como que a avisar-me que seria ali que tudo aconteceria e ali que tudo se perderia. Cedi. Parei no meio da pista com o meu coração aos saltos sem saber para onde me virar. O rapaz da t-shirt branca pousou levemente a sua delicada mão na minha cintura e puxou-me para dançar. Sorrimos ao perceber que os nossos corpos encaixavam de forma perfeita na melodia que chegava frenética. Alexandra Stan- Get Back tocava na discoteca. Um belo som para duas pessoas que lentamente se aproximavam e sorriam por não se conhecerem. Cedia a cada toque, a cada emoção e cada estimulo que ele me dava. Não sabia onde aquela música nos podia levar mas cedia sem receios de ter de explicar tudo quando chegasse a casa. Nisto o mundo parou quando os lábios dele se uniram aos meus sem qualquer tipo de equivoco, sem qualquer tipo de medo ou qualquer tipo de maldade. Beijamos-nos sem nos arrependermos, beijamos-nos tanto que nos perdemos entre uma doce mistura de pecado com sabor da vodka que rapidamente se evaporou entre uma onda de fumaça que provinha da pista. Nesse momento deixei de o ver. Procurei-o desesperada tentando ter a certeza de que não havia sonhado. As horas passavam e os meus lábios procuravam os dele no meio da multidão. De repente, todos os outros tinham também uma t-shirt branca. Todos me olhavam parecidos com ele, mas nunca iguais a ele. Fugi da pista em busca de uma ilusão que certamente se haviam evaporado da minha vida. Corri para o exterior sem pagar, com o segurança mesmo atrás de mim a pedir-me que pagasse a conta. O meu grupo de amigas veio ter comigo animado. Paguei a conta e voltei de carro para casa. Olhava para trás a cada curva, a cada abrandamento do frenético motor de um BMW  que nem me pertencia. A dada altura senti-me exausta e sufocada. Acabei por adormecer no banco de trás do carro entre lágrimas e desespero.

Passaram-se dois meses.


Era mais um dia comum, como todos os outros em que saio de casa para trabalhar. Comprei o jornal para ler as noticias e esperei o comboio na estação. Assim que escuto o motor parar mesmo diante de mim entrei e coloquei os meus phones para deixar o tempo correr. Havia algum tempo que não ouvia música desde...pronto, desde aquela altura.
Começou a tocar Alexandra Stan. Aquela música fazia lembrar-me alguém. Decidi parar, mas uma travagem mais acentuada do comboio fez-me perder o controle do aparelho que me escapou acidentalmente das mãos. Procurei-o no meio de algumas pernas que se moviam em direção á saída e nisto uma mão estende-se na minha direção para me devolver o aparelho que quase havia perdido. Endireitei-me numa de agradecer ao estranho que amavelmente reparou que deixaram cair o meu pequeno sistema de som e congelei. O rapaz da T-shirt Branca sorria para mim, tal e qual como na noite em que nos conhecemos, tal e qual como na noite em que desapareceu. Unimos as nossas mãos. Disse-me que tinha algo para me devolver, que me havia roubado há dois meses atrás. Fechei os olhos, não pensamos em nada.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Fatores condicionantes do bom astral diário

Por mais que possa dizer o contrário, eu sou muito influenciada pela primeira impressão matinal assim que saio de casa.
Regra geral não costumo falar muito pela manhã. Gosto de estar calada e deixar que as minhas cordas vocais se acostumem á rotina matinal de receber algo líquido e quente para que comecem a funcionar na perfeição. Não gosto de esforçar a minha voz e muito menos de falar demasiado quando ainda estou naquela fase entre o sono e o desperto.
Costumo despachar-me muito rapidamente, pois na noite anterior deixo tudo preparado incluindo a roupa que vou vestir, só para não ter de andar feita doida á procura das coisas. Odeio isso.
Quando saio de casa olho o céu e penso como poderá ser o meu dia meia hora mais tarde. Para mim a primeira impressão é bastante importante, porque influencia todo o meu dia. Se as coisas arrancarem mal, para mim o dia vai ser longo, mas se começarem bem, terei um bom dia. Gosto de dias longos, mas com fundamento. Embora as coisas não tenham que correr na perfeição, gosto sempre que corram da melhor forma possível. Já tive dias em que pensei que teria sido melhor não meter um pé fora de casa, mas não me deixo levar por coisas sem interesse. Por vezes somos influenciados pelos estados de espírito alheios ou pode haver uma alminha caridosa que nos queira deitar abaixo. Eu não deixo que isso aconteça comigo. O meu dia é simplesmente o meu dia e gosto que as coisas corram ao meu ritmo.
Um dia banal para mim é um daqueles dias em que desperto para ir para a Universidade, mas admito que ultimamente me tenho dedicado muito mais ao ramo da música que propriamente á Universidade. No fundo devemos sempre fazer alguma coisa que nos faça sentir preenchidos por dentro e é precisamente o que faço há quase dois anos. Este também é um grande condicionante de um bom dia para mim. Acordar com música, sair de casa com música e voltar para casa com música, tocar música, produzir música e viver dela é algo que pretendo fazer e que sempre quis desde pequena.
Por isso, se saio de casa e me esquecer da música, saio de casa logo furiosa, o que não é nada bom para o resto do meu dia, se bem que só me aconteceu isso uma vez e a partir daí jurei sempre estar atenta ao que deixava em casa.
Não gosto de pressas, nem de coisas mal feitas, nem de pessoas desleixadas que fazem as coisas por fazer. Gosto de fazer o que faço por gosto. Embora a Universidade não é algo que faça exatamente por gosto, faço com gosto por saber que me vai garantir um titulo no futuro e porque estou quase licenciada. Gosto de batalhar pelas coisas. Todos os dias gosto de sentir que luto por um objetivo. Sabe muito melhor conseguir algo pelo meu mérito e não por cunhas ou favores. É sempre bom algum facilitismo, mas gosto muito mais de ter o que tenho porque me esforço para o conseguir. Outra das coisas que são o veículo do meu dia, são as músicas de Jeff Buckley. Só que não o escute uma vez que seja...a coisa pode correr mal, porque sabe sempre bem fazer as minhas coisas ao som das minhas grandes influências. Um bom comer também ajuda, e porque sou de boa boca nunca me queixo muito com o que como. Nos tempos que correm também não é nada saudável que nos queixemos muito. O que mais gosto de fazer ao longo do meu dia é tocar guitarra elétrica, sem ela o resto foi quase que em vão para mim, pois batalho todo o dia para matar o tempo e chegar á hora de lhe tocar e passarmos um bom tempo as duas, eu e ela...a minha linda telecaster :D

E vocês? Quais as coisas que mais valorizam para que o dia vos corra como decorre hoje o meu?