Ok, eu sei que isto soa mal, mas o que eu vou dizer tem a sua lógica e já meio mundo passou pela mesma situação. Quantos de vocês já não tiveram ao vosso redor aquela pessoa cuja maneira de ser não conseguem entender completamente? Já toda a gente ou quase toda a gente teve um amigo ou até um parente, ou mesmo um vizinho que tem duas faces para vos oferecer. Têm aquela face de bom coração em que vos metem na alma e o outro lado em que ou passam por vocês e nem vos conhecem ou então sentem-se decepcionados ao mínimo descuido que tenham para com eles.
Chamo a estas pessoas os Missing-Egos. Por outras palavras é alguém que se sente á mínima coisa que vocês não façam por ela porque todo o mundo tem de girar em torno do seu umbigo, ou os problemas de um missing-ego são, no seu ponto de vista, mais graves e relevantes que os vossos e se vocês não deixam de fazer o que têm de fazer para estar com essa pessoa está o caldo entornado.
Na maioria dos casos, um missing-ego nunca admite que falha e quando o faz já é assunto arrumado e quase esquecido.
Tenho um velho e grande amigo com quem lido bastante e que tenho em consideração, mas ao mínimo deslize o prejuízo é muito grande.
Normalmente eu e esse meu amigo falamos frequentemente e saímos também. Costumamos e ir beber café e comer alguma coisa, partilhamos grandes momentos e rimos das piadas um do outro. Conheço poucas pessoas como ele e já lhe disse isso como forma de lhe mostrar que considero que ele tem valor na minha vida. No entanto, a sensibilidade dele é extrema e se fico alguns dias sem dar novidades ou se não posso por algum motivo fazer algo a que me tenha proposto ele fica extremamente magoado comigo. Ele nunca me disse isso com palavras exatas, mas leva em conta coisas descabidas, como o facto de que ele entra e eu saio do msn, ou que saio do facebook quando ele entra e isso faz-me ficar meio constrangida a pensar que faltei com qualquer coisa, mas não. A vida social e aberta que temos não se resume a meios de comunicação por um monitor de computador. As redes sociais nunca foram amigas de um bom diálogo e muitas vezes os meus escapes sem qualquer maldade fazem com que ele sinta que está a mais, quando na verdade não está. Há alguns anos atrás eu era muito agarrada ao msn e redes sociais mais do que sou agora. Não sei se tem a ver com a idade, se é a busca por outros interesses, mas cada vez menos utilizo o msn para falar, salvo precise e não possa ver a pessoa em questão. Ao mesmo tempo que se passa isso não gosto de ter muitas janelas abertas e a falar ao mesmo tempo com várias pessoas. Acabamos sempre por nos perder no meio de tantas conversas e assuntos diferentes.
No entanto há pessoas que não conseguem gerir essa informação para si e entender que se nós estamos com as pessoas e as chamamos de amigas é porque temos um grau verdadeiramente considerável de amizade por elas.
Depois de não conseguir gerir essa informação, um missing-ego recorre imediamente a vocabulário restrito e com mensagem imediata como se segue o exemplo abaixo:
A: Olá, desculpa o meu atraso, sei que não dei noticias nestes dois dias, mas estive doente.
Missing-ego: Tá!
A: Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem contigo?
Missing-ego: Tá, olha temos que combinar um café para te devolver o jogo que me emprestaste.
Este pequeno diálogo revela a urgente necessidade de demonstrar que está chateado/a. Na verdade existe vocabulário muito mais acessível e direto que esse, que é admitir os factos de uma vez, mas com cabimento. Nós não podemos ou pelo menos não conseguimos estar presentes em tudo e mais alguma coisa, mas um missing-ego não entende isso. Um missing-ego altera o seu humor em virtude do número de dias sem uma resposta nossa a pagar com juros, porque um missing-ego também gosta de se vingar, dizendo que está tudo bem quando não está, só para mostrar que não quer saber.
Antes dava importância a estas coisas. Achava impertinente, mas tentava resolver tudo um quanto antes, mas agora nem por isso. Simplesmente somos humanos, não somos máquinas e nem as máquinas são perfeitas. Quantos aparelhos não compramos com defeito de fábrica? Só por aqui têm vocês a prova de que vos falo a verdade.
Nós tentamos ser sempre o melhor para com as pessoas que estimamos e para nós essas pessoas são únicas á sua maneira, especiais. No entanto temos que saber aceitar que nem todos têm de pensar como nós. A verdade e a razão são coisas muito abstratas, estão do lado de quem vê sim, mas de acordo com os valores adotados por cada pessoa, que temos de saber respeitar. Por mais complicado que seja gerir certas situações, o melhor a fazer é não pensar tanto nisso. Afinal, quem erra acaba sempre por reconhecer que erra e se somos tão importantes para as pessoas como elas para nós, acabarão sempre por vir esclarecer as coisas.
E vocês?
5 comentários:
Eu sei o que isso é. Todos temos alguém assim pelo menos duas vezes ao longo da vida. O melhor é não ligar, ignorar. Normalmente são chamadas de atenção. As pessoas assim gostam de dar nas vistas. Não se deve alimentar essa vertente se não piora. Além do mais, segundo o que sei, tu estás correta. Ignora isso. Crianças existem, mas não com idade para serem pais.
Não há muita coisa para perceber. Uma pessoa quando não se esforça sequer para nos entender e nós nos damos ao trabalho de nos justificar nem vale o tempo perdido. Get off! Segue a tua vida. Quem está mal muda-se sempre.
Vale a pena tentar perceber quando a pessoa é de valor, como tu bem referiste e eu bem li. Quando não é e só te faz sofrer manda-a apanhar azeitonas, que eu há muito tempo não as como e tenho saudades, tenho oliveiras cheias e dá-me preguiça de apanhar.
E tu perdes tempo com isso?
eu dizia: Olha tens o meu jogo é? então devolve cá porque como estás sempre com cenas do género assim certifico-me que as tuas cenas acabam.
Isso tem um nome: criancice. Ponto final. Dá-lhe o número da cresce e segue a tua vida.
Se é uma pessoa muito importante, essa pessoa devia de pensar nesse valor que lhe dás, porque ela não te dá o mesmo valor.
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