Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



domingo, 27 de fevereiro de 2011

A partida

A noite tinha caído. Eu estava deitada na minha cama. O calor entrava sorrateiro pela janela encostada do quarto. Junto com o vento um pouco de ti. Entraste como um ladrão neste meu espaço vazio.
De olhos fechados conseguia ouvir os teus passos pela casa, mas de olhos abertos, apenas o silêncio do que eles deixaram para trás.
A morte é tão cruel. Uma das piores formas de nos tornar invisíveis. E ali estavas tu, invisível aos meus olhos, e aos olhos de todos os que mais precisavam ver-te.
Nunca entenderei porque foste embora, porque conseguiste por fim arranjar coragem para acabar com aquele mar de sonhos que a tua mente idealizava.
A vida é uma treta, pensava eu. É tão fácil morrer como o é nascer.
E aquele mar escuro onde o teu corpo nadava, hoje apenas guarda a tua lembrança. E os sítios onde tu antes passavas, apenas as tuas pegadas, um rasto daquilo que fomos, talvez uma marca para que um dia possamos ali passar e dizer: Eu estive aqui.
E aquela sensação de Deja vu que tanto teimamos em mandar embora. A memória de todas as nossas vidas.
Porque quiseste tu partir?
Foi rápido, não precisaste pensar muito. Esconder o teu rosto na água para te cobrires levemente com o leve manto de água fina. Depois essa mesma água tornou-se a tua inimiga de combate. O tempo passava e tu coberto, sem desistir de lutar pela morte, como se a morte nunca nos estivesse destinada.
E o tempo que agora ia a teu favor, a oferecer-te aquilo que naquele momento mais desejavas. Para ti o tempo parou ali.
Nunca irei entender o que te levou a  partir, a deixares para trás uma família, amigos que tanto te respeitavam.
No fundo tu sabias que seria assim. O teu sorriso apagava-se a cada dia que passava, a tua alma vagueava vagabunda, a tua alegria desistira de te fazer companhia e o teu olhar triste que hoje se cruza comigo todos os dias denuncia essa tua culpa.
Não sei o que fazer para te estender a mão. No fundo tu sabes que não a consigo agarrar. Foste cedo demais, para ti...já bem tarde. No teu mundo é sempre tarde para desaparecer. Um dia disseste que a ausência de amor provoca dor, gostaria de saber se era dessa ausência que sofrias.
Tentar achar a verdade...descobrir porque motivo escondias as tuas lágrimas, porque motivo as libertavas naquele rio imundo, naquele local que te roubou toda a vida até ao último sopro.
Pode ser que um dia sejas feliz, que nos encontremos e que me digas como te sentes então. Talvez seja já amanhã

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Time enough? Not right here...

Pois é...
Para quem passava a vida a postar...agora não é bem assim. Este semestre tenho um horário bem preenchido, com muitas coisas para fazer e sem saber exactamente para onde me voltar. Por isso decidi dar prioridade á universidade, depois aos assuntos mais pessoais.
E no fundo todos nós fazemos um pouco isso não é? Todos nós temos que fazer escolhas para que possamos concretizar os objectivos a que nos propomos, de forma a sairmos sempre beneficiados. As coisas não nos vão aparecer feitas, por mais incrível que possa parecer, quem assim pensa nasceu logo á partida enganado. Como tal, embora tenhamos uma espécie de let's take a break, precisamos de meter sempre mãos á obra, porque se não as coisas que antes poderiam ser feitas com maior facilidade, acabam por se acumular na nossa listinha de coisas e depois andar com uma agenda atrás não servirá de muito.
Claro que temos que ter tempo para tudo. Eu costumo usar muito uma frase que é O tempo somos nós que o fazemos. E é mesmo assim que deve de ser feito. Nós é que temos que fazer o tempo, fazer com que ele dure, fazer com que os nossos projectos diários caibam nele para que possamos terminar o dia mais descarregados.
Sabe bem quando nos sentimos mais leves e menos cheios de coisas, assim poderemos sempre dormir um sono mais leve...ou mesmo que não seja exactamente assim, mesmo que saibamos que temos ainda muito que fazer no dia seguinte, temos sempre que pensar no presente, pensar que o que nos propusemos está feito, se assim nos propusermos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Obcessão

Comecei assim na semana passada. Jurei ter-te visto entrando pela sala vazia. Fechei os meus olhos com força. Depois foste embora.


Foi há quase um ano quando te vi pela primeira vez. Tinhas um sorriso rasgado, pessoal, um olhar penetrante e umas mãos que me cativavam. Reparei que olhavas docemente para mim. Comecei automaticamente a imaginar que coisas habitariam a tua mente, o que fazias nos Sábados á noite, por onde passeavas e se também tu te sentias sozinho nas frias noites de Inverno, quando o vento sopra por entre as janelas meio abertas, onde as gotas de chuva deixam um rasto que com o tempo se apaga.
O meu olhar não parava de fitar a tua silhueta firme. Tinhas uma voz diferente, madura. Tentei logo saber o teu nome, saber o que fazias durante a semana, a frequentar os sítios que tu mais gostavas na esperança de te ver.
Uma noite, num desses bares tu entraste acompanhado. Olhaste para mim mas não prestaste muita atenção. Fiquei logo frustrada, com aquela raiva que entra no peito mas no acto seguinte nos foge, como se o vento a viesse buscar. O teu cabelo desenhava finos caracóis. Via-te rir, perguntava-me quais as coisas que ela te diria que fariam sorrir, se também eu poderia algum dia dizer-te alguma coisa como ela que pudesse despertar em ti o mesmo prazer. Depois comecei a imaginar-te diante de mim mas afastei rapidamente esse pensamento. Ninguém naquele lugar poderia perceber o calor que me despertavas. No momento seguinte ela foi embora, tu ficaste sozinho. Toda a gente naquela sala te admirava, eu podia ver pelo olhar das mulheres. Qualquer mulher naquela sala desejava tirar-te para dançar. No fundo soava Jeff Buckey- Everybody here wants you. A música perfeita, que me trazia recordações de momentos nossos mas que nunca vivemos, sei lá, talvez vividos noutras vidas. Parecia que já te conhecia sem nunca te ter visto antes. Todas as mulheres te queriam. Comecei a ficar com medo de te perder sem ainda nem te ter comigo. Era uma sensação estranha. Olhavas o copo meio vazio sob a mesa desarrumada. Papéis, coisas sem a mínima importância comparados contigo e com este meu desejo de conseguir que os nossos olhares se cruzasse. Fiz força, muita força para que me olhasses e olhaste. Quando eu menos esperava olhaste-me. Percorreste levemente o olhar pela sala e paraste-o em mim, eu, a mulher de menos importância naquele bar de gente elegante, de gente bem mais interessante que eu. Nisto levantaste-te. Fiquei com medo de ires na minha direcção, talvez viesses meter conversa comigo, mas não, foste para o balcão pedir mais uma bebida que provavelmente nem chegarias a acabar. Entristeci em perceber que havia perdido todas as chances, aquelas que nunca tive.
Nem eu percebia mais o que se passava, o que estava a acontecer á minha volta. Nem arrisquei mais em olhar-te. Era demais para mim poder sentir o teu perfume naquela sala cheia de fumo. Era demais para mim poder imaginar-te já neste momento caído nas mãos de uma outra mulher. Nem conseguia sequer imaginar-te com ela nem perceber o que ainda fazia naquele bar. Decidida a sair o empregado cruzou-se comigo, ofereceu-me uma bebida de morango. Olhei á volta, nem sabia de onde vinha, nem se poderia aceitar. Sempre me disseram para não aceitar bebidas de estranhos. Nisto ele referiu-me o teu nome, como se eu já o soubesse, como se eu já o soubesse de toda a minha vida, como se eu já tivesse alguma vez tivesse estado nos teus braços. Como poderia aquilo ser possível? Nisto olhei para trás e tu sorrias, olhavas-me com um ar esperançoso. Sorri, sentia-me a ferver. Apetecia-me chegar perto de ti e beijar-te loucamente sem nunca ter de acabar. Depois afastei rapidamente essa ideia da minha mente. Convidaste-me para me sentar naquela mesa desarrumada contigo. Assenti sem sequer saber o porquê de ter aceite tal convite. Nisto estávamos frente a frente. Dois estranhos. O calor que me subia pela espinha, o tremer das minhas pernas, a agonia de nem saber o que fazer. Reparei em ti. De perto eras ainda mais bonito, mais quente. Os teus lábios brilhavam com o corante da bebida. Quem me dera que a bebida fosse a tua boca. Mas...em que estava eu a pensar? Nunca eu me havia sentido assim daquela forma. A conversa fluiu depressa. Nem me recordo bem do que disse, apenas que sorrias, que correspondias e depois...que seguravas a minha mão, que entrelaçavas nela os teus dedos firmes, que eu já sabia serem firmes ainda antes de os sentir. A tua pele macia, perfumada misturada com a pele de uma estranha. Olhei á volta para conter o fogo do meu desejo.
Perguntaste se eu queria dançar. Aceitei. Alguém voltou a pedir a mesma música. Parecia um sinal. Talvez pudesse ser nossa. Deixei-me prender em ti. Os nossos cabelos pegados, os teus braços que dançavam á minha volta, o teu cheiro que se fundia na minha pele, passando a ser também esse o meu cheiro. Não conseguia suportar uma dor igual aquela. Era como se ter-te me custasse a vida. E custava. Não sabia até que ponto aguentaria aquele desejo ardente que me provocavas. Nisto senti os teus lábios no meu pescoço. Pensei que fosse efeito da bebida, que tudo aquilo fosse uma ilusão, mas era real. Não esperei que a noite acabasse sem os sentir. Agarrei no teu rosto de boneco, as minhas mãos percorriam suavemente o teu cabelo, desenhando cada um dos teus caracóis suaves, ceda pura, fina nas minhas mãos trémulas. O que fazia eu? Éramos ainda dois estranhos, ou não seria assim então?
O tempo parou quando as nossas bocas se fundiram. A tua boca sabia a canela, os teus lábios tinha um doce que nunca consegui decifrar. Naquele momento decidi que não passaria daquela noite, tinhas que ser meu, fosse como fosse terias que me pertencer. E não conseguia parar de ser eguista comigo mesma, parar de pensar um momento que fosse no que desejavas tu, mas sim no que eu pretendia e pretendia-te a ti.
Ali, naquele lugar, eras meu, eu sabia que o eras...e ainda nem nos tínhamos conhecido.

                                       (Para ti John, que habitas na minha cabeça como uma parte do meu cérebro)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Loucuras

E ali estavas tu, diante de mim, naquele quarto meio escuro, meio com luz, olhando-me prevendo já na tua mente o que iria acontecer de seguida. E eu a sentir-te próximo, cada vez mais próximo de mim, com o teu olhar preso no meu, quase que a esmagá-lo, se tal fosse possível.
Ajudaste-me a tirar o casaco. Cedi, deixei que as tuas mãos tocassem levemente nos meus braços enquanto os desvendavas lentamente. Como era bom descobrir a pele, pensei eu. E deixei-te descobrir-me. Tu tens esse poder estranho de grande observador e bom apreciador. Senti os teus braços ao meu redor, depois os teus lábios. Tentei recuar um pouco, talvez o suficiente para não denunciar o meu desejo ardente. Tu prendeste-me educadamente entre os teus braços, sussurraste no meu ouvido palavras que não ouso mais dizer.
Pela primeira vez em tantos anos, fizeste-me sentir uma menina tímida, sem saber como reagir a um elogio. Permaneci intacta, parada, presa no chão pelos meus pés enquanto estes pudessem continuar firmes. Sentia as pernas a tremer, as tuas mãos que me percorriam, os teus lábios que marcavam cada lugar por onde as mãos tinham passado.
Depois tive a coragem de enfrentar os teus olhos. Sabes, é estranho dizer-te, mas para olhar-te nos olhos é preciso ter coragem. Não é toda a gente que deixas entrar dentro desse teu olhar, nem toda a gente pode pisar o firme chão que escondes dentro desses olhos reluzentes.
E mesmo fechados, os meus e os teus olhos, consigo ver os teus fitando os meus, ao mesmo tempo que me percorres as espinha com esse teu dedo polegar, com essa tua voz penetrante, firme, voz que ouvia em tempos nos meus sonhos, que me fazia desvendar um pouco mais de ti, dar-me o desejo  de conhecer-te mesmo já te tendo conhecido de outras vidas, e ali, naquele instante, sede de ter-te, mas sempre sem saber como. Nunca algum dia poderei saber como ter-te. Sinto-te perto e ao mesmo tempo preciso ter-te mais perto ainda. As tuas mãos são grandes, as minhas pequenas, mas cabem uma na outra com a mesma forma, a mesma firmeza, as mesmas raízes e vontades que dão razão ás palavras sábias do amor.
Deixar-te entrar dentro de mim é algo que jamais faria, se não fosses tu.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A carta

Foram muitas as vezes que te escrevi sem nunca te mandar carta alguma que fosse.
Foram muitas as vezes que li e reli todas as cartas que me escreveste. No meu quarto são inúmeras as folhas de papel que jazem no chão sem vida, cheias de erros que cometi.
O que escrevo não foi de forma alguma um pedido de desculpa, mas um pedido para que, talvez um dia entendas, te afastes para sempre do meu caminho. Para que eu possa respirar.
De todas as vezes que te escrevi nunca deixei que voasses da minha escrita. Permaneceste sempre lá, de uma forma ou de outra, com o mesmo brilho de sempre.
Deixei em cima da mesa de cabeceira aquela folha perfumada que me mandaste pelo aniversário, com um belo ramo de flores.
O mundo é mesmo um lugar estranho.
Foram muitas as cartas deixadas pela mesa de cabeceira, foram muitas as juras, as promessas e o incumprimento destas.
Na tua vida não havia espaço para uma mulher, eu sabia disso. É por isso que quero que vás embora hoje. Amanhã eu prometo-te, tudo ficará bem e tudo se irá resolver. Já não há a marca dos teus lábios no meu pescoço, nem a gota de suor que me banhava outrora a pele macia. Já não ficaram os teus sapatos do lado da cama, nem a tua roupa espalhada pela sala. Já não há as lágrimas, nem os sussurros das mesmas, nem a angústia daquele dia que tardava sempre em querer chegar, espreitar pela minha janela.
No meu mundo já não há espaço para caber o teu, nem há mais o papel vazio para mais palavras nele caberem, na esperança de um dia te poder encontrar e te entregar mais um dos  meus erros.
Na mesa de cabeceira não há mais o copo de água, nem o despertador que toca.
Sigo assim, feliz, um caminho totalmente diferente daquele que um dia disseste que me oferecerias.
Sigo assim o que escolhi para mim, quando tantas vezes me juraste oferecer o teu mundo.

                                                      Texto dedicado á minha fiel e querida Sónia

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vagabunda

Não posso mais!

E dito isto fugi. Era difícil ficar ali sentada, ver-te sorrir-me com aquela graça. E entre nós o vidro invisível que nos separava.
Eu amo-te dizias tu através desse vidro, sussurravas essas palavras docemente para me embalar a alma e adormecer a mente. Eu sorria. Não pretendia cair nas tuas graças outra vez. Mas estava a ficar difícil, o teu corpo chamava o meu, atraía-o como um íman, e ali estávamos nós, dois estranhos entre olhares e sorrisos naquele banco de jardim.

Um ano mais tarde já não era a mesma coisa. Decidi fazer uma viagem para longe. Agrada-me a ideia de poder ir para longe, saber que perto estamos mais ao alcance dos problemas, longe significa deixá-los e correr. Deixei um bilhete escrito na mesinha de cabeceira e fui embora. Talvez alguém se lembrasse de mim naquele momento em que partia.

Cheguei a Londres muito cedo. Quase chegava atrasada. Desci sem saber para onde ia. Nisto um jovem simpático oferece-se para me acompanhar a um café e aceitei. Não é muito meu costume aceitar companhia de estranhos, mas lembrei-me dos velhos tempos em que tão levemente aceitamos o risco.
Enquanto ele falava eu notava algumas semelhanças nele contigo. Dei por mim a olhar-lhe para os lábios, a decifrar o sabor do beijo, a pensar em como já não tinha mais idade para pensar nessas coisas. Mas mesmo assim fazia-o com a mesma futilidade de sempre. Sempre a pensar no prazer que me poderia dar sentir-te nele, sentir os teus lábios nos dele. E fi-lo.

Nessa noite fomos para a cama sem eu saber ao certo o que fazia. Ele agarrava-me com um bicho e eu nem cedia a um único toque. Era bom encontrar-te depois de tantos e tantos anos. Eras tu nele. Naquele ser estranho que mal conheci na primeira visita a Londres. Reconheci o teu cheiro no dele. Fechei os olhos e deixei-me ficar quieta, esperar que ele me mandasse embora depois de toda aquela safadeza. Mas o que estou eu a fazer...? De que me vale pensar numa coisa que já estava feita?
Ele não foi. Adormeceu ali do meu lado no meio de uma cama de casal, mas de repente tornou-se tão apertada para dois corpos sujos e sem rumo. Vesti-me, não conseguia sequer ver-me no espelho. Nem uma única palavra. Arrumei a minha mala e saí disparada do hotel. Nem paguei, deixei tudo por conta dele. Ninguém me disse nada nessa noite. Nem eu queria pensar mais no assunto.
Ter-te encontrado poderia ter sido melhor. Mas não, continuavas sujo.
Decidi voltar para o meu país depressa. Nem soube o que me deu para ter decidido fugir-te.
Quando cheguei tu esperavas-me. Sempre tinhas lido o meu bilhete. Olhei-te nos olhos e foi engraçado...parecia que o tempo nunca nos tinha separado, e que aquele espaço vazio nunca poderia ter existido.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quem não gosta não come

Há uma coisa que a maioria dos portugueses deveriam de ser, mas na verdade não o são: Genuínos. E o que é uma pessoa genuína? É precisamente aquela pessoa que não muda nada em si só porque A ou B não gosta de uma  o outra característica sua.
Mas acabamos por nos esquecer de que ser autêntico é algo muito trabalhoso e ao mesmo tempo natural. Uma pessoa genuína não deixa de ser e de fazer o que gosta, não deixa de ser ela mesma, não muda a sua opinião mesmo que seja dito o oposto por parte de A.B ou C. Uma pessoa genuína tem uma maneira própria de estar, de aparecer em cena que uma pessoa comum não tem. E o que tem uma pessoa de  tão especial por dar logo nas vistas? O que terá essa pessoa por iluminar a sala mal chega? Toda a gente repara nela, na sua forma de andar, no seu comportamento...o que será?
É precisamente isso, é única, ela mesma e nada muda, faz questão de o mostrar.
Sermos nós mesmos é bom, sabe bem. Embora nem sempre tenha que corresponder ás expectativas de outras pessoas que tentam sempre moldar uma determinada pessoa aos seus limites, um ser autêntico não pode deixar-se influenciar e perder a sua verdadeira essência. Isto é pelo menos o que eu acho. Nós não fomos feitos para agradar a todo o mundo. Se assim fosse eu namorava logo o primeiro homem que me aparecia na rua ou vinha logo ao meio da pista um fulano para me vir buscar e eu aceitava porque nem era preciso escolher, era tudo o mesmo produto, tudo igual, tudo monótono, demasiado igual e sem lugar para poder de escolhas.
E quando há uma característica forte que nos agrada no outro fazemos de tudo para chamar a sua atenção, umas vezes resulta e outras nem tanto. Umas pode resultar logo a início e os primeiros tempos serem bastante agradáveis, mas seguidamente surgirem complicações e porquê? Porque as características não combinam. O importante é que nunca mudemos nada em nós. É isso o que nos molda como seres devidamente inseridos numa sociedade, o que nos molda como seres humanos, é o nosso reflexo, o nosso Ego, o nosso ser. Devemos ter sempre orgulho no que somos, no que pensamos e mesmo que venham argumentos melhor estruturados que os nossos, nunca deixar de acreditar no que acreditamos, é isso que faz o mundo andar para a frente, o que nos move e nos faz ir mais além. Há sempre pessoas com inveja, com má vontade, pessoas que tentar extrair uma cópia deslavada do que somos por reduzida auto-estima. Nunca devemos de mudar o que quer que seja em nós só porque há pessoas que nos copiam, pessoas que nos tentam enganar ou usar. E devemos ter sempre os olhos bem abertos ao mundo, prestar atenção no que somos e no que são para nós. Não vale a pena perdermos tempo com pessoas que não nos correspondem, com pessoas que são até capazes de nos criticar só para se sentirem num patamar mais acima do nosso. Nunca vale a pena a um ser autêntico perder do seu tempo.
Embora te possam dizer que não, que és de duas caras, que és horrível, que não vales nada, nunca deixes de ser quem és. Sê tu mesmo, sejam vocês mesmos, deixem o resto seguir o seu caminho e sigam o vosso.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Pastar é que é o lugar

Nunca vos apeteceu uma vez ou outra ( ou mesmo quase todas) mandar alguém pastar?
Então porque não o fazem aqui? Eu hoje despertei com muita vontade de escrever, de dizer o que penso sem ferir ninguém em concreto, de jogar para fora aquela palavra menos simpática, aquela boca entalada na garganta...vamos a isso? Começo eu:

  • Os parvos
  • Os fulanos com a mania das grandezas
  • Os políticos que só sabem comprar pessoas idosas para ganhar campanhas
  • Para as popstars deste mundo que só sabem ver a vida sob um par de saltos altos
  • Para aqueles que deviam dizer o que pensam mas só sabem falar mal dos outros pelas costas
  • Para o ex-namorado que só sabe meter-me defeitos porque não sabe não pensar em mim
  • Para Todas as pessoas que me julgam quando nem me conhecem
  • Para aquelas mulheres antipáticas que nos falam porcamente mal na rua
  • Para todo o homem que trai a sua mulher e a troca por uma pega qualquer...
  • Para aquele que não sabe dizer as verdades na cara
  • Para o ciber- namoradeiro sonhador e enganado
  • Para todas as mulheres interesseiras que só namoram para conseguirem presentes...
  • Para as cuscas que pensam saber tudo da vida alheia e sabem mesmo...ou não...
  • Para aqueles que têm a mania que têm razão e o orgulho é maior que os intestinos
  • Para todas as pessoas que falam mal de mim sem me conhecerem (nem sei se há ou não)
Nunca se esqueçam da frase: Falem bem ou mal de mim, desde que falem ,pouco importa o resto.
E para o meu ex querido: Quando uma pessoa não liga mais a outra, não fala que namorou alguém assim ou assado e que isso irritava muito a vossa excelência. Se não gosta deita-se ao lado. Pelo menos se não gosta nem parece, dado que pensa tanto nesses defeitos, que acho já que os adora.
E para as pessoas que não me conhecem mas falam: Bem, pelos menos têm uma opinião, mesmo que nem sempre concorde com ela.

Que a verdade seja dita...mas não sejemos brutos

Vamos combinar uma coisa: Dizer sempre a verdade, ou pelo menos, na maior parte das vezes. Convém.
Toda a gente já pregou uma mentirinha uma vez pelas outras, mentiras inofensivas que não têm como objectivo prejudicar as outras pessoas que a rodeiam, ou até mesmo mentirinhas para protecção pessoal. A mentira tem a capacidade de dar mais volume a uma conversaçãozinha, tem a capacidade de fazer o outro acreditar em algo incrível, mas uma mentira não passará disso mesmo e depois, por ironia do destino, acaba por ser descoberta e lá se vai o seu efeito. O que acontece depois? Simples, a pessoa que disse a dita mentira passa a ser vista com outros olhos, passa a ser chamada de mentirosa ou simplesmente viram-lhe as costas. Por isso digam sempre a verdade quando se trata de uma conversa séria, quando precisam de ajuda, quando estiverem com pessoas de quem gostam muitos como os vossos amigos e familiares. Digam sempre. Preferível uma verdade que custe que uma mentira que encubra uma coisa mal feita. Preferível serem mal vistos pela verdade dita que mal vistos por uma mentira bem pregada. Mais vale serem falados do que quer que seja mas com base na verdade que disseram que serem falados por o que quer que tenham feito e uma mentira á mistura.
Eu sou uma pessoa muito má por vezes e tenho alturas em que digo o que penso sem olhar muito bem ao que vou dizer, desde que diga o que penso para mim basta. Em tempos, para mim, dizer o que pensava não passava disso mesmo e nem olhava ás palavras que empregava. Mas hoje em dia tenho um pouco de mais cuidado com o que digo porque não está no meu direito deixar ninguém ferido com palavras grosseiras e além disso não preciso esconder a verdade. Há várias formas de dizer a verdade num discurso opinativo com uma outra pessoa. Vejam este exemplo:
A: Achas que este vestido me fica bem ou nem por isso?
Eu:  (opção grosseira) Que horror, pareces um espanador!
Eu: (opção conveniente) Acho que deverias experimentar um outro, esse não favorece tanto.

A: Que queres que faça? Eu gosto tanto dele e ele nem quer saber de mim mas não consigo deixar de o perseguir...
Eu: (opção grosseira) Quero que deixes de ser burra por metro quadrado e passes a outra que aquele tipo tem umas orelhas de abano, é feio como tudo e veste-se tão mal que me mete nojo.
Eu: (opção conveniente) Tu deverias de olhar mais para ti, pensar em sair mais, conhecer pessoas e aí sim ele irá ver quem tu és na realidade.

Ou seja, eu disse a verdade em ambas as opções, mas na segunda opção de cada exemplo não precisei de usar termos menos adequados de forma a ferir as pessoas. Claro que uma vez pela outra o primeiro termo seja mais adequado, mas isso consoante o discurso, a pessoa em causa, as coisas que a conversação implica e mais uma série de coisas menos importantes. Conheço uma alminha ou duas que diz o que pensa só porque sim, porque se diz muito honesto, porque tem prazer em opinar sem pensar em ferir os sentimentos. Mentes sádicas ou doentias. Uma palavra mais bruta acaba sempre por vir á baila mas não é preciso magoar ninguém e lhe esconder a verdade.
Além do mais dizer a verdade dá uma boa descarga de consciência não é verdade? Quem diz a verdade não merece castigo. Mas há muito boa gente que recebe castigos por uma boa verdade. Se bem que castigos dados por se dizer a verdade não se igualam aos castigos dados por uma bela mentira.