Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Loucuras

E ali estavas tu, diante de mim, naquele quarto meio escuro, meio com luz, olhando-me prevendo já na tua mente o que iria acontecer de seguida. E eu a sentir-te próximo, cada vez mais próximo de mim, com o teu olhar preso no meu, quase que a esmagá-lo, se tal fosse possível.
Ajudaste-me a tirar o casaco. Cedi, deixei que as tuas mãos tocassem levemente nos meus braços enquanto os desvendavas lentamente. Como era bom descobrir a pele, pensei eu. E deixei-te descobrir-me. Tu tens esse poder estranho de grande observador e bom apreciador. Senti os teus braços ao meu redor, depois os teus lábios. Tentei recuar um pouco, talvez o suficiente para não denunciar o meu desejo ardente. Tu prendeste-me educadamente entre os teus braços, sussurraste no meu ouvido palavras que não ouso mais dizer.
Pela primeira vez em tantos anos, fizeste-me sentir uma menina tímida, sem saber como reagir a um elogio. Permaneci intacta, parada, presa no chão pelos meus pés enquanto estes pudessem continuar firmes. Sentia as pernas a tremer, as tuas mãos que me percorriam, os teus lábios que marcavam cada lugar por onde as mãos tinham passado.
Depois tive a coragem de enfrentar os teus olhos. Sabes, é estranho dizer-te, mas para olhar-te nos olhos é preciso ter coragem. Não é toda a gente que deixas entrar dentro desse teu olhar, nem toda a gente pode pisar o firme chão que escondes dentro desses olhos reluzentes.
E mesmo fechados, os meus e os teus olhos, consigo ver os teus fitando os meus, ao mesmo tempo que me percorres as espinha com esse teu dedo polegar, com essa tua voz penetrante, firme, voz que ouvia em tempos nos meus sonhos, que me fazia desvendar um pouco mais de ti, dar-me o desejo  de conhecer-te mesmo já te tendo conhecido de outras vidas, e ali, naquele instante, sede de ter-te, mas sempre sem saber como. Nunca algum dia poderei saber como ter-te. Sinto-te perto e ao mesmo tempo preciso ter-te mais perto ainda. As tuas mãos são grandes, as minhas pequenas, mas cabem uma na outra com a mesma forma, a mesma firmeza, as mesmas raízes e vontades que dão razão ás palavras sábias do amor.
Deixar-te entrar dentro de mim é algo que jamais faria, se não fosses tu.

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