Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



domingo, 19 de setembro de 2010

Labirintos do coração

Queria dizer que te amo sem mover os lábios, sorrir-te com doçura sem que pudesses ver-me sorrir, pegar-te na mão e colocá-la no meu peito para que pudesses saber que estou aqui. Nós dois, dois mundos, duas vidas completamente distintas que se misturam com outras tantas. Os ponteiros do relógio que correm e eu sem saber como pronunciar-te aquela palavra tão pequena, mas ao mesmo tempo tão grande.
Pediste-me que fosse ter contigo, que te fosse buscar.
-Vens-me buscar? Perguntaste-me tu de soslaio
-Claro que te irei buscar...mas onde?
-Não importa onde, o importante é que me venhas buscar.
Não disseste mais nada nos dias que se seguiram. Chegou o mau tempo, a chuva que consigo conseguiu abafar o som das minhas lágrimas, a dor da minha impotência. No fundo, eu nunca saberia onde buscar-te, mas sabia que iria buscar-te. Sabia que nesse momento poderia finalmente calar o mundo quando pronunciasse por fim aquela palavra cravada na minha garganta seca.
Demorei até descobrir o caminho para o teu coração. Ir buscar-te afinal, não era assim tão simples. Tu aguardavas impacientemente pela minha chegada, mas eu, sentia-me impotente, fraca, sem coragem para chegar onde queria chegar e dizer-te como tantas outras vezes sonhei...aquela palavra.
O caminho para o coração é o caminho mais fácil de percorrer, porém parece um caminho de loucos, onde podemos perder-nos sem nos darmos conta, não nos encontrarmos, ficarmos perdidos entre diversas estradas quando a estrada do coração é uma apenas.
Por fim cheguei. Vi o teu olhar brilhante, esperando por me ouvir falar o que também tu desejavas ouvir.
-Chegaste... disseste-me
-Cheguei! E nisto calei-me. Calei-me porque a verdade poderia ferir-te. A verdade poderia não ser propriamente a que tu querias ouvir. Respirei fundo. Deixei a voz do meu coração elevar-se ás minhas cordas vocais. Fechei os olhos e disse-te por fim
-Amo-te, amo-te como nunca amei ninguém.
E depois veio o medo, o medo de ter de voltar a fazer a mesma caminhada de volta para casa, o medo da tua reacção, medo da tua resposta. O meu coração pulava descompassadamente dentro do peito, as mãos suavam, todo o meu corpo tremia. Sorriste apenas, não havia muito que me pudesses dizer. O amor é um lugar estranho quando por fim lá chegamos. Perdi-me por entre os teus olhos e o teu sorriso na esperança de uma resposta que chegou por fim.
-Não sei se me amas da mesma forma que te amo a ti.
Não ousei perguntar de que forma me amarias. Talvez a suficiente para que pudessemos juntos pular a cerca da verdade, chegar mais além e tocar no céu com as pontas dos dedos.
- Ama-me como sabes, como sentes que deves amar-me. Não te peço mais que isso. Pronunciei.
- Eu amo-te mais que tudo. Mais que todas as coisas. Amo-te daqui até ao céu...
E nunca saberei dizer-te quanto mede um amor que toque no céu. Nunca saberei da mesma forma saber dizer-te se o meu amor toca no céu, se é que o céu poderia alguma vez ser tocado.
Se é que alguma vez se poderão medir sentimentos com uma fita métrica.
Somos dois labirintos que se entrelaçam e se unem, onde se perdem os sentimentos, onde não se mede o amor, onde existe a esperança, onde existimos. O amor é onde existimos.

2 comentários:

maryem disse...

querida tania, o meu mail bloqueou, e esta é a unica maneira de comonicar-te, peço emensa desculpa, acho que foi um falço alarme, diz aos que souberam do assunto que talvez tenhas percebido bem, por favor faz isso por mim, e perdoa-me, perdoa-me, talvez este seja um falço alarme, por favor depois explico-te, perdoa-me, beijo

Gisela disse...

Olá maninha.
Este post é sem duvida um dos melhores que aqui escreveste. Continua a escrever estas histórias que têm encantado e maravilhado o coração de muita gente.
Beijinhos