Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Até depois...talvez

Não desejei conhecer-te, mas não tive como lhe escapar. Conheci-te assim, ao acaso, numa fria manhã de Novembro, num dia de sol comum, em mais um dos meus momentos de trabalho.
Poderia ter sido mais um momento como outro qualquer, mas apareceste ali, naquela sala quase vazia onde só estava eu, a minha amiga e um outro estranho com quem falava. Sorriste para mim com alguma timidez. Acreditei na veracidade das tuas feições. Indiquei-te qual o caminho e tu seguiste por essa estrada.
Como eu era inocente. Como era divertido repartir coisas contigo, como eram amigáveis as nossas conversas, como parecias algo totalmente diferente. Mas esse teu olha sincero era mascarado. Ouvias as minhas palavras atentamente e na minha ausência reviravas a minha vida. Na minha ausência despias essa máscara de menino educado, de menino solitário e bondoso, esse ar de amigo que me mostravas. E eu continuava a caminhar do teu lado e cega, ao mesmo tempo que tu me tentavas despir com o olhar mesquinho.
Depois a forte chuvada de inverno anunciou a tua outra face. A máscara caiu por fim. Nada do que não é nosso fica connosco sempre e tu mostraste isso mesmo, com essa máscara que te dava um ar tão refinado, um ar de quem jamais tentaria arrancar uma pétala a uma bela rosa, mas que nos fim já tinha esmagado belos cravos. Tocaste nos espinhos sem sentir dor. Adoravas gozar-me com essa tua nova arma, a de dizeres que tudo sabias de mim, quando nem me conhecias, quando nem me conheces.
Era difícil desgostar de ti a início. Conseguiste enganar-me tão bem, cegar-me como a luz do sol, como uma gota de corrector sob uma folha repleta de erros. Tu és essa folha. Também tu tens os teus borrões, também tu tentas cegar aqueles que de ti se aproximam com esse mesmo corrector, com aquela gotinha de tinta branca que tira toda a negrura contida, a verdade que tu és.
Virei as costas, deixei que fizesses o teu jogo de dominador. Fui ficando atenta aos teus passos firmes, sempre julgando-te ciente do que fazias, sempre com um truque diferente na manga.
Não perdias um momento a apontar-me o defeito que vias nessa altura, o defeito que em mim se via claramente, mas que em ti o disfarças ao máximo. Esse ar de menino inocente, esse ar de menino educado acabou.
Não se ganham os mesmos jogos duas vezes. Não se perdem duas vezes também.
Lançaste mal as cartas, perdeste a jogada.
Não adianta seguires-me, tentares saber o que faço, tentares ser eu sendo tu. Não adianta negar, não adianta esse teu fingimento de santo, essa tua inocência fingida com  tanta imperfeição.
Nada adianta perante o monstro que vive dentro de ti.
Até depois...talvez, quem sabe um dia...quem sabe nunca.

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