Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Para além da verdade

É verdade. Há coisas que nos estão prometidas e tu sabias.
Mas por mais que soubesses nunca conseguiste contar-me toda a verdade. A verdade que nos fez afastar, que nos fez seguir mundos separados, longe de toda a realidade que nos cercava.
Disseste que era diferente. Que nada se igualava ao teu pensamento e eu tive de aceitar.
Foste embora.
Fiquei sem saber o que fazer. Sabes, o coração tem destas coisas.  Questionei-me várias vezes qual seria o verdadeiro motivo que forçava o teu coração a ir.
Mas hoje sei e não te censuro por isso.
A verdade por vezes dói mais que uma boa mentira. Há mentiras que nos cobrem com o seu manto negro e nos tapam de saber aqueles momentos mais dolorosos. Mas eu nunca entendi que afinal tu querias proteger-me.
Não te agradeço por isso, mas não te recrimino. A vida tem coisas assim. Há caminhos que por mais cruzados que estejam terão de se alongar em estradas distintas.
Há momentos que por mais distantes que já estejam não conseguem ser apagados da memória. Há memórias que perduram mais na alma que no coração.
E tu não sabes as vezes que chorei, as vezes que pensei que me usaras para matar essa tua sede de viver.
Nunca chegaste verdadeiramente a saber daquilo que senti ou da dor que me causaste no peito com esse teu modo de me querer tão docemente proteger de um mal que nunca dormia.
Saber de tudo matou-me. Muita coisa se fez entender na minha cabeça. Éramos afinal mais próximos com o que julgávamos ser ainda antes de nos conhecermos.
Disse Os teus olhos recordam-me uma alma não muito distante. Mas nunca pensei que essa alma fosses tu. Alma da minha alma, dentro do seio do meu coração. Sangue do meu sangue e de todas as coisas que mais nos juntam e nos separam.
Somos dois abismos impenetráveis. Dois abismos que se juntaram para depois se separar, como dois culpados, como dois réus de uma pena que não era nossa, a de amar além dos laços que nos unem por de trás do de trás, por detrás da nossa história.

1 comentário:

Gisela disse...

Os acontecimentos estão a tornar-se luz à nossa frente e com eles grandes revelações.
O mal que nunca dorme é esse mesmo. A verdade está escondida por detrás desse mal e para o desvendar tivemos de entrar nele.
Muitas coisas fazem agora sentido, mas o que nos aconteceu e o que ambas sofremos jamais será esquecido.
Somos irmãs e isso é o mais importante no meio de tudo isto.
Estamos juntas para o que der e vier.
Muitos beijinhos maninha.