Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Esquecer-me talvez

Disseste que eu não era mais nada. Fechaste a tua porta e seguiste em frente. Agora eu estava de fora. Completamente despida. Disseste Amanhã não lembrarei mais o teu rosto e eu fui embora.
Os dias que se passaram foram longos e frios. O Inverno cobria as minhas lágrimas com um manto de cuidados. As nossas vidas eram agora distantes e distintas. Nada mais tínhamos a ver um com o outro.
Pensei teres-me esquecido e tratei de fazer o mesmo contigo. Descobri que não te amava pouco depois.
Deixei de lado o mundo dos sonhos e enganos, corri atrás do tempo que poderia ter perdido se te tivesse seguido.
Falavas que eu não prestava, que eu não era mais nada, que eu não servia para ti, mas na verdade de cada vez que me vias tu pensavas. Pensavas nas coisas que me tinhas dito. Naquelas palavras que disseste tantas vezes serem verdadeiras, dos enganos que se mascaravam leais e fortes nesta tua luta desonesta por uma libertação inexistente. Descobri que te desinteressas facilmente por qualquer coisa e perdeste todo o valor.
Mais tarde foi o oposto. De cada vez que me vias, de cada vez que nos cruzávamos, tu fingias não ser nada. De facto nunca chegou a ser nada. Tu e eu seguíamos os nossos caminhos. Mas depois descarregavas...
Descarregavas os teus desabafos em forma de suaves textos, de forma a mostrares que não te interessavas, quando na verdade não conseguias esquecer. Quando o que mais fazias era não esquecer.
É importante dizer-te que hoje olho para ti e não vejo nada. Olhei-te pela última vez e nem tentei perder um segundo que fosse a mais na minha vida com os meus olhos postos em ti. Porque a indiferença é a melhor das curas. Porque é a melhor chapada que te posso dar depois de tantas que em tempos sonhava dar-te.
Preocupas-te demais em pensar que ainda te amo, em que ainda te espero e mostrares isso ocultando que ver-me, para ti, ainda é um acto de recordar que um dia me mandaste embora. Sabe bem recordar esses tempos hoje e pensar que o que fizeste foi apenas conceber-me a liberdade de não viver mais nas tuas mentiras absurdas, desse teu modo de ser e agir estranho, desse ser que jamais pretenderia colocar no meu caminho.
Esquecer-me talvez, se um dia conseguires dialogar sem me colocar nos teus exemplos, nas tuas experiências, nas tuas lembranças. Sem me tirares da tua mente, porque pensas em mim, porque tudo te leva a esse tempo e por mais que ocultes ele está lá. Lamento não poder ter esse duque que possuis para te tirar essas imagens da mente. Somos seres diferentes que vivem duas vidas distintas.
Tu podes enganar-te, mentir a tudo e todos dizendo que já foi, que acabou, que não servia para ti. De facto não servia. Somos pessoas diferentes, de perfis diferentes e mentalidades diferentes.
O único problema é que a forma que usas para esquecer-me é a maneira que tens para imortalizar-me e eu não quero ficar presa a ti, dentro do teu pensamento.

1 comentário:

Gisela disse...

Com o tempo tudo passa.
As pessoas com amores doentios são pessoas que devemos ter distância pois nunca se sabe o que serão capazes de fazer.
Eu sei do que falo porque também eu tenho um caso assim e tudo o que lhe dou é desprezo, pois dialogar com este tipo de pessoas faz com que criem ilusões e imagens que não irão acontecer na realidade.
Gostei muito do teu post.