Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Passeio na areia


O sol tinha desaparecido no horizonte. Do outro lado via-se o céu em tons de vermelho e laranja.
Uma onda de paz evadiu a minha alma e fez-me querer entrar na água. Enquanto caminhava na sua direcção fechei os olhos e deixei que o vento me levasse. Parecia a última vez que o fazia. Tentei pensar como se de facto fosse a última vez que pisasse a terra molhada daquela praia deserta. Senti o coração bater sob os meus pés descalços, o vento que até então parecia calmo resolve mostrar a sua presença, erguendo os enormes braços para me envolver. Sorri, pois em mim havia uma enorme leveza. A leveza do espírito, a leveza das ondas que agora me rodeavam e abraçavam docemente, recolhendo-me a pouco e pouco até não mais perceber onde foi que tudo teve início.
Teve momentos em que me questionava se estaria a sonhar. Depois é como se tudo tivesse mudado. O céu escureceu e deixei de poder vislumbrar o mar á minha volta. Parecia que estava numa outra dimensão, numa outro prisma ou num outro planeta. Deixei que aquela onda de estranheza se apoderasse de mim. O medo que até então me era desconhecido resolveu aparecer, mostrar-se soberano, agarrar-se a mim mesmo contra a minha vontade.
Mergulhei. Sentia o coração bater algures no mar sem já ter a certeza deste palpitar dentro de mim. No interior do oceano não via nada. Era tudo escuro, negro, sem luz.
Depois esperei. Sustive a respiração por mais algum tempo e esperei até sentir que era hora de partir. Fechei os olhos levemente. Deixei de sentir.

2 comentários:

Gisela disse...

Este texto em sem dúvida um dos melhores que já escreveste. A Cátia tem toda a razão no que disse.
Jokas maninha

Cátia disse...

Não consigo definir o que sinto por palavras, simplesmente adoro o que ela escreve. Mas o texto que mais gostei até agora foi "OLHAR".
Esse matou-me completamente. Não parei de chorar. Adorei mesmo.