Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ele

Percebi pelo tempo perdido que tudo o que havia feito até então fora simplesmente em vão.
De um momento para o outro vi-me rodeada de uma onda infernal, não provocada pela sua ausência, mas pela sua falta de compaixão. Mesmo tendo-se ido embora continuava a espionar-me como um lobo esfomeado.
Não se sentira feliz com o que fizera. Porém não conseguia admitir a si mesmo que errou, que estava arrependido. Enviava-me pequenos sinais dos seus sentimentos.
Por tudo o que passei, por tudo o que ele me fez sofrer, decidi abandonar a ideia de ceder aos seus caprichos medonhos. Meti-me então como espectadora de um belo filme de acção e terror.
Embora tentasse disfarçar os seus sentimentos, eu via-os nos seus olhos.
Havia pouco tempo que todo aquele inferno tinha começado, mas a dor pela qual passei não me permitia a mim mesma repetir o mesmo erro duas vezes em cair nas mãos de uma fera medonha disfarçada de bom rapaz.
Estava na hora de seguir em frente. Travei novos conhecimentos ao longo desses tempos. Fiz de tudo para voltar a ter uma vida normal, esquecer o passado falando dele, tentando dormir sem ter de correr o risco de ter de novo o mesmo pesadelo, e de comer com algum apetite, já que a sua mesquinhez me tirara toda a fome.
Ri-me do seu ar patético. O tempo ajudou-me a perceber que ele era. Patético. Uma criancinha em corpo de gente adulta. Um ser que se negava a seguir o seu coração, um ser telecomandado por outrem, um ser infantil e perverso. Todos os seus pensamentos eram de carácter perverso. Não havia uma única frase dita pela sua boca que não tivesse vocabulário pervertido. Enjoei-me desse estereótipo.
Olhei para outros seres diferentes daquele outro. Seres com uma postura limpa, de postura decente. Ele, porém, roía-se com os ciúmes. Outrora havia-me abandonado, mas agora rogava pragas no seu interior para que nenhum deles olhasse para mim.
Fui ganhando coragem para lhe falar que sabia de toda a verdade a seu respeito. Sabia que ele me havia mentido, que ele me havia seguido e vigiado, pesquisado e mantido em segredo todos os seus supostos saberes de forma a os usar como arma. Sabia que havia errado mas mesmo assim fazia-se senhor da verdade.
Com o tempo fechei os olhos ao ser estranho com o qual me envolvi, jamais me arrependendo de ter passado o meu tempo do seu lado. O tempo é algo precioso e deve de ser empenhado mesmo com aquilo que não vale a pena.

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