Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Passagem

Já não sei quanto tempo passou.
Quando abri os olhos poeriam já ter passado dias,talvez anos.
Pelo peso que senti na alma diria séculos.
Levei tempo, muito tempo a restabelecer-me do choque. Largas-te a minha mão e eu caí, caí bem a fundo.
Caí e não mais me levantei durante todo este tempo.
Caía mais uma e outra vez de cada vez que te vía, mas afinal tu estavas ali porque os meus olhos te queriam ver.
Nunca soube o que foi a coragem de te mandar embora, de te deixar partir, voar para outros horizontes, dormir entre outros lençóis.
Nunca soube o que foi viver sem segurar a tua mão que até então julgava poderosa, capaz de amparar todas as minhas quedas, mas estas têm vindo a crescer mais e mais e dei-me conta de que a tua até então firme mão se encontrava agora débil, incapaz de me segurar.
Fui embora com medo.
Corri atrás para não ver a verdade.
O tempo a jogar contra mim...e depois ela.
A outra...a outra que agora caminhava a teu lado...ela que me fez acordar por segundos, ver a casca fina que te cobria, a fina casca que te envolvia, que escondia o teu verdadeiro eu.
Quebrei a casca e vi o sol nascer por entre os cacos que jaziam entre o chão. Senti as lágrimas secarem no meu rosto.
Estaria pronta para ver o sol brilhar?
Nunca saberei dizer. Hoje sei que tu foste o ontem da minha vida, uma pequena recordação, a passagem que me abriu o caminho a um mundo do qual não fazes parte.

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