Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



domingo, 17 de outubro de 2010

Eras tu

Afinal eras tu aquele ser que morava sob o seu corpo morto e adormecido que tanto me fez despertar.
Dentro dele, era o teu corpo que se movia lado a lado com o meu, que dançava a mesma dança, a mesma valsa lenta do coração humano. Eras tu e não ele. E de todas as vezes que me deitava a seu lado eu via os teus olhos verdes. De todas as vezes que o meu corpo adormecia exausto junto do dele eu sentia o teu silêncio. Eras tu que me tocavas em silêncio, num silêncio só teu, um silêncio que não se podia pronunciar.
De todas as vezes que fazíamos amor eras tu e não ele. Eram os teus lábios que vinham ao meu encontro matar a minha sede, era o teu calor que me abrigava da forte tempestade que se aproximava. Ele e tu. Ele o estranho ser sem vida ao meu olhar, um ser mesquinho e sem graça por quem tinha julgado apaixonar-me. Tu o ser real que vivia dentro dele, o ser que me encontrava sempre que os nossos corpos se uniam na mais perfeita das uniões.
Eras tu sem eu o saber, aquele ser com quem tantas vezes sonhei. O ser que me amava em segredo. O ser que se dizia senhor do meu coração sem o saber.
Eras tu o homem da minha vida no corpo dele, aquele homem que eu queria longe de mim, que me fazia sofrer, que me roubava mais uns minutos de vida com gestos mesquinhos e frios. Aquele ser corrupto e sem dó, sem sentimento. E tu no corpo dele transformando tudo isso. E tu dentro dele fitando os meus olhos sem vida e sem esperança de te voltar a encontrar. Eras tu sem o saber, tu quase sem seres tu. Mas ainda assim tu, o homem por quem sempre esperei.

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