Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Desejo carnal

A luz da lua batia suavemente nos seus cabelos ondulados.
Do outro lado da sala eu olhava-o com atenção. Parecia cansado, o dia tinha sido estafante.
Decidi aproximar-me. A sala estava fria, mesmo com a quente chama da lareira. Os meus passos produziam sons mudos pelo chão descalços.
Ele olhou-me atentamente. Os seus olhos pareciam duas pérolas. Sentei-me do seu lado sem conseguir desviar o olhar e foi então que me perdi. Porque todo o tolo se perde por entre a emoção de um amor eterno. Todo o homem que ama é tolo. Todo o ser que ama é tolo.
Ele sorriu-me. Estava demasiado cansado para usar as palavras. Demos as mãos, primeiro a observar a quente chama da lareira que desenhava estranhas figuras no ar, depois, a observar os lábios que se moviam na mesma direcção, prontos a unirem-se num beijo, a celar aqueles momento de silêncio como um segredo apenas nosso. Os lábios que se unem e que se afastam para depois se unirem de novo num beijo ainda mais quente. Os lábios que completam os desejos da alma, para a fazer ficar.

Não sei quanto tempo foi desde que os lábios se uniram para depois se afastar. Apenas sei que foi algum tempo, até me dar conta de que o desejava imenso para me conseguir afastar. Depois o silêncio foi quebrado, os olhos abriram-se de novo. O medo de afastar os meus lábios, de desunir duas coisas perfeitas, num acto perfeito de pura comunhão de sentimentos.
Os teus lábios são o céu, pensei eu. Os teus lábios são fonte de vida que me completa. E dito isto no meu interior perdi-me.
Os teus lábios são a maravilha da alma. E não sei qual a última palavra que pronunciei no meu interior antes de me sentir morrer.

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