Despertei de madrugada no aconchego da minha cama. Olhei para o relógio, ainda era de madrugada. Um som qualquer tinha-me despertado.
Resolvi sair da cama, ir beber um copo de água. Desci as escadas e fui até á cozinha descalça, deixando atrás de mim a marca das minhas pegadas marcadas no chão pelo calor do meu corpo quente.
Abri a torneira e enchi um copo de água que logo devorei com a imensa sede. Nisto uma sombra passa por trás de mim. Consegui sentir que alguma coisa me rodeava. Que havia ali alguém além de mim.
Subi ao quarto olhando em redor. O peso do ar envolveu os meus braços e a minha espinha dormente.
Vesti o meu roupão e calcei os meus sapatos de quarto e segui a voz que agora me chamava.
Saí de casa com uma lanterna pequena para o caso de ser preciso. Olhei em volta para a imensa serra deserta, coberta de densas árvores e arbustos, de longas estradas onde raparamente passava um carro. Fiz-me á estrada a pé com os braços em volta do meu ventre, para me proteger do frio.
Percorri a passo curto a longa estrada, perto das árvores altas, perto de flores de gelo que o frio formava ao longo da serra.
Ouvi de novo o meu nome dito por aquela voz seca e tirei do bolso a pequena lanterna e tentei acender por três vezes, mas que não tinha pilhas. Fiquei alerta. Corri. Comecei a correr. Dentro de mim algo me disse para correr dali. Estava agora muito longe de casa e corri, corria para mais longe ainda, para onde ninguém me pudesse encontrar.
Olhei para trás, parei! Nisto, no meio do nevoeiro que se formava atrás de mim, eu vi um homem. Um ser estranho que caminhava na minha direcção. Ouvia-o rir para mim. Corri. Não ousei gritar. Corri apenas para longe. Para onde ele não me pudesse encontrar. Corri para depois me esconder, para no meio de arbustos me cobrir, onde ele não me pudesse ver, onde eu pudesse ficar, até ao dia cair, até o amanhecer voltar.
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