Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Reflexos na noite

De novo! Despertei de mais um pesadelo esta noite.
Eu havia apanhado o autocarro, mas pela primeira vez eu era a única pessoa no seu interior.
Subitamente o autocarro pára num local desconhecido. Era de noite, as ruas estavam desertas. Do lado de fora do vidro podia ver a rua deserta, coberta por um denso nevoeiro que banhava o chão e os seus arredores.
O motorista fez-me sinal para sair com o braço a apontar para a porta e eu estremeci. Era a primeira vez que comunicavam comigo desta forma mas saí.
Já na rua olhei em meu redor. Nem uma pessoa, nem um animal vadio. Os meus olhos contemplaram o estado em que as ruas estavam. A estrada tinha um aspecto antigo. Perto das casas haviam contentores de lixo de lata amolgados, lixo no chão, folhas de papel que com o vento faziam a sua dança em meu redor, como que a dar-me as boas vindas.
De súbito uma voz chama-me. Parecia a voz de uma criança aflita. Fui na direcção do som, que parecia vir do lado de lá de uma casa abandonada, mesmo ao alcance dos meus olhos turvos pelo frio.
Ao virar aquela casa uma enorme mão apanha-me pelo pescoço e encosta-me contra a parede. Era ele de novo. O estranho ser de chapéu com gabardina negra, que me sorria com malícia e me passava a fina navalha pelo pescoço.
 Ele disse-me que há muito que me queria apanhar. Que eu lhe fugia sempre mas que um dia me apanharia a valer. Tentei uma vez mais gritar sem êxito. O seu hálito banhava a minha pele humedecida pela noite.
Podia sentir o seu cheiro horrível contra mim. Nisto libertei-me e corri. Corri pela rua fora em busca de socorro, gritava, mas em todas as janelas que batia não havia uma luz que se acendesse em meu auxilio.
Ele começava a ganhar terreno. Mas eu não me deixava ficar. Eu sabia que tinha que lhe escapar ou ele acabaria comigo de uma vez.
Fiz força para não gritar e á primeira curva que vi meti-me debaixo de um carro velho e esperei ofegante e em silêncio absoluto.
Pensava que já o havia despistado mas de súbito a sua mão gelada agarra-me pelo tornozelo trazendo-me de volta. Gritei, gritei muito quando vi a lâmina afiada contra o meu pescoço.
Nisto acordei e não havia ali nada a não ser a noite chuvosa e a lembrança terrorífica de um ser que me persegue noite após noite.

2 comentários:

Cátia disse...

Bolas Tânia tens cá uma forma de te expressar...única. Parecia que estava a ver um filme. Andas a ter sonhos assim ou são apenas textos?

Gisela disse...

A nossa vida virou filme cátia.
Não fiques assustada ok?
Há fases e fases e esta agora é assim com pesadelos.