Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pesadelo

A noite estava a chegar. Do outro lado da estação o céu escurecia. Em poucos minutos todo o céu ficou tingido de negro. Estremeci. O ar estava pesado. Tentei abstrair-me um pouco e ouvir música, escrever um pouco e esperar pelo comboio que por fim me levaria a casa. O ar estava gelado, o vapor saía pela minha boca como um fantasma deixando um rasto duvidoso.
O comboio não chegava e fui perguntar na bilheteira qual o horário previsto para a sua chegada. Estava atrasado meia hora. Fui á casa de banho.
No interior estava escuro, não havia luz. Entrei no compartimento dos fundos e tentei aliviar um pouco. Mas do outro lado algo me dizia que aquela noite iria ser diferente. Senti passos que se aproximavam lentamente, cada vez mais próximos do sitio onde eu estava. Gelei! Vesti-me rapidamente e sustive a respiração para que não fosse ouvida naquele espaço apertado.
Subitamente o som parou. Supostamente quem quer que tivesse lá entrado já tinha saído. Respirei fundo. Reparei que tinha sustido a respiração mais tempo com o que deveria.
Saí do compartimento e foi então que ele me apanhou. Um estranho de chapéu que lhe cobria todo o rosto, uma gabardina preta até aos pés. Envolveu o meu pescoço fino com as suas mãos de navalhas. Encostou o seu nariz no meu queijo e pude sentir o seu bafo fétido nas narinas.
Tentei gritar, mas não consegui emitir som algum. Parei no tempo. Não queria pensar em quanto tempo mais ficaríamos ali os dois, eu...aquele ser que nem conhecia e aquelas horripilantes navalhas no meu pescoço. Tentaria ele matar-me? Mantive a calma, pelo menos tentei. Assim que ele largou o meu pescoço precipitei-me para a saída o mais rápido que pude. Agarrei na porta e quando ele ia tentar alcançar-me bati-lhe com ela na cara.
Mas quando fui fugir para longe algo cortou a minha mão esquerda. Berrei de dor mas continuei a correr. Corri para fora daquela estação deserta até a um cerro bem próximo. Subi ofegante e escondi-me por entre arbustos densos que haviam á minha passagem. Tinha a garganta arranhada e seca, as pupilas dilatadas com o medo e o terror. Estava sozinha ali, ninguém a quem pedir ajuda,  sem bateria no telemóvel. Nisto acalmei. Dei-me conta de que o tinha deixado para trás e sorri. Estava livre dele agora.

Suspirei e nisto, ao sair do arbusto, ele apanhou-me de surpresa.
Foi assim que despertei.

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