Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Eu

Pediste para que eu me sentasse e te ouvisse. Tinhas os olhos cheios de lágrimas e ficaste por momentos olhando-me num silêncio que eu nunca conseguirei ao certo saber o que escondia. Tentaste por várias vezes pronunciar palavras ao acaso para que eu as podesses descodificar, mas limitaste-te a perguntar: -" Ainda me amas?"
Fiquei em silêncio, um silêncio que falou mais alto que todas as vozes do mundo. Um silêncio que só eu conseguirei pronunciar diante dos teus olhos. -"Não, eu não te amo". Disse finalmente conseguindo por fim calar o silêncio, fazer-me ouvir perante o homem que és, dizer o que sinto para que podesses entender porque motivo eu deixo o silêncio falar por vezes mais do que eu.
Agora vai, tu não mereces. Podes ir, vai buscar alguém que saiba amar-te mais do que eu. Tenho demasiado amor a mim mesma para poder dizer que algum dia te amei de verdade. A ideia de te amar sufoca-me, mata-me por dentro. Custa crer que te amo a sério, isso implica que te dei uma parte de mim e eu amo-me demais para ceder de mim seja o que for. Amo-me demais para me querer partilhar, para poder sequer imaginar uma vida a dois.
Esta é a triste e cruel realidade que todos teimamos em esconder, que amamos muito mais a nós mesmos, que somos demasiado egoistas para saber amar de verdade. Foi o que eu quiz que tu soubesses. É triste olhares-te num espelho e não conseguires ver muito além de ti mesmo, não poderes e não quereres entender que além de ti há um outro universo. Eu não busco esse universo. Eu guardo-me no meu...aquele mundo fechado que é só meu onde eu possa ficar comigo mesma, amando-me a mim mesma até me odiar, até não conseguir mais coviver comigo. Toda eu sou uma mentira, toda eu não sou nada daquilo que aparento ser, por isso não te mereço. Não mereço o teu perdão, não mereço nada do que venha de ti porque nunca irei saber como amar-te, nunca irei saber como ser para ti tudo o que soube desde sempre ser para mim.
No fim de contas percebo que não há nada que me sirva, nada que eu seja algum dia capaz de partilhar com quem quer que seja, mas no fundo algo me diz que tudo poderá mudar, ou que talvez até já tenha mudando e isso gela-me o sangue...faz-me pensar em ti mais uma vez para além de mim e constatar que no fim de contas, meu querido, talvez não te ame assim tão pouco

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