Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estudos

Quiseste ausentar-te por uns tempos. Não pude negar-te esse espaço. Andavas inquito. Algo em ti me deixava na dúvida. Estaria o nosso amor a esvaziar? Estariamos também nós a cair pelo abismo? Deixei que fosses. Disseste que tinhas que ir estudar. Que precisavas de aprender coisas novas. Disseste que havia muita matéria em atraso, que precisavas de adientar-te, nunca deixar que fossem melhores que tu. Sempre foste assim desde que me lembro. Tinhas a mania de querer sempre mais. Para ti aprender era uma necessidade, nunca te fartavas de buscar livros novos e de reler os mesmos. Para ti os mesmos tinham sempre algo de novo embora já os tivesses lido. Para ti o velho tem sempre algo de novo, mas diante de um repentino afastamento, como poderia eu acreditar que haveria algo de novo na nossa relação?
Esperei. Os dias passavam. Tu não dizias nada. Seria normal numa relação não haver palavras? Terias tu gasto já as tuas? Voltei a esperar.
Esperei da mesma forma dias a fio, olhando para o telefone, verificando o correio, lendo a caixa de e-mail e nada. Um dia, já sem esperança alguma de que me podesses dizer alguma coisa tu ligaste: "Querida, desculpa o meu atraso, só para te dizer que voltarei em breve, já sei toda a matéria. Espero ter boa nota no exame".
Fiquei em silêncio. Nunca poderei compreender de que exame se tratava, nunca cheguei a saber que matéria havias estudado.Nunca mais partilhaste nada, nunca mais disseste nada. Pensei mesmo que estava tudo a cair do abismo.
Quando voltaste na noite seguinte eu já dormia. Abriste suavemente espaço por entre os cobertores, foste entrando devagar, até eu sentir o teu cheiro por perto. Eras mesmo tu. Não era mais um sonho como tantos outros que me despertavam de noite, não era mais uma mentira ou até mesmo uma tentativa de me enganar a mim mesma. Eras tu, diante de mim, no escuro da noite a sorrir.
Mesmo no escuro pude ver o teu sorriso, pude ver a cor dos teus olhos azuis celestes a brilhar por me rever. Pude sentir a sinceridade de um sentimento que eu já temia esquecido. Pude sentir que estavas comigo mais uma vez.
"Querida, perdoa-me por tudo. Precisei destes dias para pensar, para me organizar e para poder entender qual o sentido da nossa relação. Durante estes dias senti a tua falta todos eles, senti falta dos teus beijos, do teu calor junto de mim, senti falta da tua honestidade e do teu suporte. Nestes dias que se passaram estudei-te na minha mente. Estudei cada centimetro, cada pedacinho, cada fio de cabelo teu, e percebi que no mundo não há mulher como tu, que seja tão interira como tu, tão completa como tu. Estudei o aroma das tuas mãos, esse aroma fresco e perfumado que tesn sempre nas mãos de quando vais colher flores ao jardim. Estudei o sabor dos teus beijos, o sabor caracteristico e indiscritivel que eu sei, com todas as certezas, não achar em mais boca alguma. Estudei as tuas formas perfeitas, essas formas únicas que tu tens, que depois de unidas ás minhas se tornam numa apenas, uma forma perfeita, a forma do nosso amor, a forma que me fez entender que o nosso amor é perfeito"
Quando o disseste permaneci em silêncio. As lágrimas caiam-me dos olhos, o corpo tremia. Não havia necessidade de palavras. Foram todas ditas.
O tempo,amor, é o melhor aliado do amor quando este é verdadeiro, quando nasce saudável como o nosso, quando vive saudável dentro do nosso peito. Um amor assim como o nosso não haverá nunca não é verdade amor? Um amor assim que se colha ao acaso, mas que se plante com todo o cuidado, porque embora seja delicado, é o interior dele que conta.

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