A noite começava a descer na cidade tingindo o campo de negro.
Decidi sair para a escura noite me banhar a pele, estava cansada de ficar á janela.
Decidi pisar o solo campestre e avançar em direcção ao cerro onde iria ficar a noite a pensar.
Pensar faz bem, acalma, renova-nos quando precisamos.
A subida era íngreme e mesmo fatigada não me rendi. Queria ver a lua cheia no alto do cerro, sentir que lhe tocava com os meus finos dedos, sentar-me nas rochas e olhar para o céu até me sentir subir ás estrelas. Imaginar foi sempre assim. No meu mundo a imaginação não tem limites.
Quando cheguei ao topo estava cansada. Deitei o meu corpo cansado na doce relva por entre os ramos caídos das árvores e algumas alfarrobas.
Do meu lado direito a bela e pequena cidade que se estendia luminosa á minha frente fazia-me companhia com o som dos carros. Ao longe um santuário iluminado pela cálida noite que agora arrefecia. Não tinha horas para me ir embora, não pretendia ir a lado algum. Pretendia ficar ali, sentir o ar fresco e o som da natureza banhar-me a alma, refrescar-me a mente.
Passei as mãos pela terra que se entrelaçou nas minhas mãos, no espaço vazio entre os meus dedos.
Sabe bem sentir que estou viva.
2 comentários:
Este post foi um docinho. Deu-me até vontade de ir para esse sitio que falaste e fazer precisamente o que disseste.
Quando eu era um puto nunca queria ir para casa para ficar pendurado nas árvores. Era mesmo engraçado. E agora leio posts sobre alguém que se adora deitar no solo. Fico feliz por saber que não sou o único ^^
Muito bom o teu post.
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