Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sem retorno

Pediste-me que voltasse, mas nunca o consegui fazer.
Sei que a minha decisão te causará mágoa, que tudo será diferente de agora em diante, mas prefiro que assim seja.
Ver-te só nos iria magoar, só nos iria dizer um ao outro tudo aquilo que não gostaríamos de dizer.
O silêncio...esse fala sempre mais alto. Deixamos falar a voz do silêncio.
Já se gastaram as ruas e as estradas que construí para te ofertar. Já não há palavras amor, palavras que nos alimentem de esperanças vãs, palavras que nos comovam para no momento seguinte nos derrubarem contra nós mesmos. As palavras não servem quando se precisa de silêncio para deixar falar mais alto a voz do coração.
Embora possa ferir-te, sei que te deverei dizer tudo isto.
Não me arrependo de ter partido, não me arrependo de ter feito as malas, de ter deixado o bilhete junto da mesa de entrada, de ter saído no carro sem olhar para trás. Não me arrependo de não ter dito que foste especial, que tudo o que fiz faria de novo, que tudo o que disse foi consciente. Não preciso. Tu mesmo o sabes...e mesmo quando me dizes nem saber, eu sei no fundo que dizes isso apenas para me tentar chamar a atenção. Não pretendo ignorar-te, fingir que nem te conheço. Pretendo apenas que sejas feliz...que sejamos felizes juntos separadamente. Pretendo que se poupem as lágrimas para as horas de maior aperto. Pretendo que se poupem sorrisos que não pretendem sair naquelas alturas...que não se digam frases inacabadas...que não se brinque com o coração.
Tu és importante...tu sabes disso.
Deixei-te livre, saí do teu coração sem me teres aberto a porta. Saí pelos fundos com medo de nem conseguir sair pela frente. Por vezes temos que nos esconder de tudo. Dói ser-se forte, dizer as coisas magoa. Pensar nelas também.
Não há nós quando se pretendo ser apenas um. Não há espaço para as nossas malas no pequeno armário do coração, porque há sentimentos que ocupam mas espaço que o nosso amor.
Esgotamos tudo e não deixamos nada para amanhã. Aprendemos a viver um dia de cada vez para não precisarmos fingir.
Tu podes ser tu mesmo. Eu sei disso.
Fui embora mas deixei a porta aberta. Pode ser que por ela entre um vento que te inspire mais do que eu. Não deveria dizer-te, mas espero que sejas feliz com quem mereces.
No bilhete apenas te disse que fui embora. Não preciso dizer-te onde...no fundo...a busca nunca nos tornaria melhores.

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