Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



terça-feira, 24 de maio de 2011

Amor entre linhas

Não adiantaria se eu ficasse.

Hoje entendo porque tive de partir, porque tive de deixar-te. Éramos duas almas completamente diferentes. Por vezes, essa diferença matava-me. Mas outras prendia-me completamente. E por isso tive de tomar uma decisão.
Não podia mais. Estaria tudo acabado se voltasse a ver os teus olhos. Tu consegues sempre isso.
Afastei-me. Corri para longe. Deixei um bilhete na mesa de cabeceira e fugi o mais que pude. No lugar onde me escondi não havia luz.
O quarto da residencial que aluguei era húmido, mas mesmo assim nunca te dei o endereço. Fui pagando como podia, o dinheiro nunca conseguiu comprar foi um espaço novo para o meu coração. Nunca consegui achar dinheiro para remodelar o amor. Nem seu como é que isso funciona.
Remodelar o coração...
Pensei nisso horas a fio trancada naquele quarto. Palavras tão estranhas que por vezes inventamos para tentar fugir do amor. Tu eras o amor. Eu, apenas o espaço em branco por entre as tuas palavras. Nunca consegui completar o que faltava.
Nunca deixaste de me amar.
Sei que nem eu conseguiria. Deixei-me de mágoas, tentei não recordar mais.
Tu nunca me conseguias contar tudo o que sentias, no fundo eu mesma sei que era uma má ouvinte.
Não suportei sentir-me ameaçada. Eras aquilo que hoje não se encontra, qualquer mulher quereria sentar-se onde eu me havia sentado, ocupar o meu lugar...e foi por isso que fugi.
Qualquer mulher quereria ser tua mulher.
No fundo, nunca conseguirei explicar-te porque fui embora.
Não atendi as tuas chamadas. Da última vez que atendi ouvia-te chorar. Isso feriu-me. Prometi nunca mais ouvir-te chorar, assim como ver-te.
Não poderei dizer-te nunca que ire cumprir com o que prometi, mas juro-te uma coisa:
Amar-te nunca foi uma obrigação.
Amar-te...nunca foi de graça para mim.

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