Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Aquele momento em que a bebida nos faz fazer figura de palhaços

Ainda sinto o cheiro da Vodka. Vodka preta a um preço imbatível no Jumbo. Vodka preta com um pouquinho de 7up para não ser tão forte...Vodka preta com 20% de Álcool como manda a lei.
Quando eu decidi mais a Gisela passarmos uma noite fora, uma das coisas que eu decidi comprar foi mesmo uma Vodka preta toda para nós duas. Iríamos finalmente festejar juntas, passar a noite juntas e fora de casa, sem termos que ir para casa porque iríamos ficar numa pensão...e foi assim que aconteceu.
No dia 18 deste mês andamos a ver residenciais juntas, preços de bebidas, tudo e mais alguma coisa para que fosse tudo perfeito. Fomos ás compras juntas...
Já devem de estar fartos de saber, mas nunca é demais repetir, eu e a Gisela temos uma amizade que pouca gente consegue encontrar noutra pessoa hoje em dia. Total confiança e apoio, lealdade, irmandade. Nós temos tudo isso uma com a outra e eu não queria sair com mias ninguém que não ela, por isso decidi que a noite seria mesmo nossa. Ficamos hospedadas na Residencial Oceano, num quarto com duas camas, rimos, brincamos, comemos fora, fizemos vida de ricas por um dia. Nós tínhamos direito a isso tudo, era o nosso momento.
Quando chegou a noite, logo seguido do jantar, fomos arrumar-nos um bocadinho até ao quarto e fomos de novo para a rua. Dentro das nossas malas levamos as bebidas e foi um momento muito engraçado. Na baixa de Faro estavam umas tendas esotéricas, árabes, religiosas e até mesmo com pulseiras e coisas para vender. Comprei uma pulseira giríssima que adorei e fomos beber o nosso tão esperado copinho de Vodka no banco das traseiras. A início soube muito bem. Já não bebia Vodka preta desde a passagem de ano e na passagem de ano nem exagerei, foi mesmo um copo apenas, grande, mas nem alegre fiquei. Agora foi diferente, foi uma garrafa toda por nossa conta. Á medida que íamos bebendo eu ía libertando mais a minha pessoa, dançando na rua, mas...há sempre um mas...começo a sentir os chamados efeitos de estágio de uma bebedeira. O primeiro foi as pernas dormentes, o segundo foi a cabeça meio pesada, o terceiro foi uma enorme alegria e energia que me deu para ir com a Gisela á rua dos bares ver se havia algum que gostássemos, o quarto estágio foi o de rir de tudo e de nada e até acenar aos carros que passavam mas só mesmo no quinto estágio fiquei bêbada de verdade. A Gisela ficou apenas alegre. Bebeu dois copo pequenos. Eu bebi a garrafa praticamente toda, diga-se que o álcool no início até me custou um pouco a passar mas no final já me passava e ainda podia passar de novo que eu só buscava bebida, mas tinha consciência que não iria beber mais que aquela garrafa. Até bebi da garrafa. Depois veio a parte gira. Fomos a um pontão que fica na parte lateral do Hotel Eva e a Gisela nem queria passar ali perto porque eu já nem me aguentava pelas pernas, poderia muito bem ir para dentro de água e já nem voltar. Depois começo a falar nas músicas do Jeff Buckley, que ele é o meu ídolo, mas eu a dizer aquilo com um enorme sentimento ao estilo "Não, eu amo essa música. Eu adoro muitos artistas mas Jeff Buckley é o meu ídolo. Fogo essa música até me dá vontade de chorar de tão linda..." e começo mesmo a chorar. Depois a cantar e depois começo a dizer tudo o que sentia cá de dentro. Falei da minha família, falei da universidade... e tudo a chorar. "Eu gosto do meu curso, mas estou super decepcionada com aquilo pah! Tipo...já tou no terceiro ano caramba e ainda me mudam cadeiras no regulamento, mas que salgalhada vem a ser essa?" "Gisela...tu sabes meu, tu, o John...vocês são a minha família, adoro vocês pah" e sempre a chorar, a chorar abraçada á Gisela que estava alerta com quem passava na rua porque éramos apenas duas  mulheres numa rua deserta...e resolvemos ir para a estação de Faro. Tenho presente a imagem da estação de Faro, tenho presente quase todos os momentos, mas apenas os recordo muito vagamente, embora saiba mais ou menos o que fiz e acho que foi mesmo a única vez em que tento recordar uma coisa e tenho dificuldades em perceber porque o fiz, o que fiz, para que o fiz. É assim, bêbado que está bêbado...bêbado está. Não se olha a figuras.
Fomos sentar as duas no nosso banco do costume, falar, mas nisto aparecem dois guardas e eu pensei que fossem da polícia. Afinal eram dois seguranças da estação. Eu tentei parecer normal a dizer que estava tudo bem, mas a voz saia torta, os olhos pareciam murchos, nem sei explicar, a cabeça pendia e o senhor super simpático decidiu avisar-nos para irmos mais para perto deles que aquela zona era perigosa. Bem lá fomos, mas não sei como andei tanto. Depois ficamos á conversa com esse segurança e eu agarrada ao banco e a dizer: "Gisela, ao Jesus o banco está a cair...tenho medo de cair Gisela" e dizia tudo a chorar. Nisto salto do banco para o chão, mesmo perto dos caminhos de ferro e deitei tudo para fora. Não sei sequer como foi que aconteceu, mal me recordo e talvez tenha sido por isso que custou menos, mas vomitei tudo. O segurança foi espectacular, que me levou a lavar o rosto e fomos para dentro de um comboio intercidades com destino a Lisboa conversar. De cada vez que me encostava apenas queria dormir, mas a Gisela não deixou que eu adormecesse para não entrar em coma. Sim, consumi quase 20% de álcool numa noite com pouca 7up, acho que exagerei na dose. Por fim vomitei de novo para o lado do banco deixando o pobre do segurança meio mal disposto. E tudo o que me saía era preto. Juro...não quero ver nem ouvir falar de Vodka tão cedo.
Quando fui sair do comboio o segurança levou-me ao colo imaginem e sim podem rir-se a imaginar o cénário. Não gastamos 38 euros numa residencial para passarmos a noite num comboio com destino a lisboa. E não me perguntem como cheguei á residencial e subi as escadas sem qualquer problema, nem eu consigo decifrar esse enigma. Já no quarto foi a Gisela que me vestiu, porque nem me sabia despir, só pender para os lados. As calças do pijama eu apenas desejava enfiar a perna onde a outra perna estava enfiada, a blusa do pijama para ser vestida nem me recordo, nem me lembro dela me ter tirado os sapatos. Apenas me lembro de estar na cama e de ouvir o Ipod dela com a minha música preferida do Jeff Buckley a tocar e eu despertar a chorar porque adoro Jeff Buckley! Conseguem imaginar? Acho que se o Jeff Buckley fosse vivo me tinha dado um mega abraço pelo tanto que chorei por ele. 14 anos depois dele ter morrido...chorei tudo de uma vez só e foi bem melhor assim.
Hoje aqui estou, a recuperar de uma ressaca enorme. Já me sinto bem melhor, já dormi, já comi também...e já pensei como foi cómico tudo o que fiz, se bem que não torno a beber daquela forma.

1 comentário:

Gisela disse...

Foi sem dúvida uma grande noite...
E eu ainda me pergunto como é que não cai para o lado com o que fiz depois de te ter deitado. =)
Isto é que foi festejar e beber mais da conta.