As nossas bocas poderia morrer juntas, pensei eu enquanto te beijava. E sei que poderiam.
Era uma tarde fria de Inverno quando pensei assim pela primeira vez. Nem me lembro ao certo do que fiz antes de termos tão docemente juntado as nossas bocas. Não me lembro do que foi feito depois disso também. Apenas aquele pensamento...
As bocas de dois estranhos que ao mesmo tempo já se conheciam e se desconheciam. Dois seres de olhos fechados e depois abertos. Dois seres que se juntavam e depois se separavam pelas coisas da vida. Mas ali estavam de novo, juntos e separados por tudo e por nada ao mesmo tempo. Dois seres humanos. Dois amantes, dois canalhas que no meio da desgraça conseguiram arranjar espaço para o sentimento. Dois estúpidos por não terem consciência de que tanto de amavam.
Poderia a minha boca morrer na tua, pensei. Poderia sim. E as nossas bocas poderiam sempre unir-se depois de morrerem. O sabor dos beijos, o sabor do amor misturado com o sabor dos beijos. Beijos trocados entre a traição de dois pensares, pela sensação do desejo, pela intensidade de dois sentimentos distintos. O que me queres? Porque me agarras dessa forma? Queres matar-me?
Talvez, nunca mo soubeste dizer ao certo. Tu sempre foste assim. Porque te cedo tão facilmente?
Esse olhar arrasa-me, não me olhes assim de novo! Vai embora, parte para longe seu canalha!
Mas eu não conseguia evitar-te. Quando vinhas tocavas-me sempre com essas mãos firmes, com essa pele macia e perfumada, com esse odor a perfume que se mistura no meu corpo uma vez e outra.
Porque me queres matar? Porque insistem em...
Ah deixa, deixa para depois, não quero falar disso agora. Apetecia-me agora comer-te. Oh, talvez nem queiras saber do que realmente quero. E o que importa o que quero? Não importa verdadeiramente. Desde que as nossas bocas possam morrer juntas, unidas, coladas por entre as salivas que se misturam, por entre duas línguas que dão um nó, por entre os sabores distintos que formam um sabor único. Talvez nem me entendas, mas a tua boca tem um sabor único. Queria tê-lo sempre comigo. Será loucura?
Cala-te! Nem adianta falares mais, vai embora. Vem só amanhã, quando eu já me tiver esquecido do que te disse hoje. Amanhã podes voltar e quem sabe amanhã possamos fazer tudo isto outra vez.
2 comentários:
Esta' uma loucura total, até tenho ciùme desse 'fantasma', tu és demais princesa!
beijo pra ti fofinha.
Ai a minha princesa...
Oh linda, obrigada pelo comentário.
Sabes como sou, adoro escrever com muito sentimento. HEHE. beijo enorme para ti kida.
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