Segui o teu rasto. Sabia onde encontrar-te mesmo que não me dissesses uma única palavra. Desta vez fi-lo. Fi-lo sem ouvir as tuas palavras e fui de encontro a ti. Tu era ainda o mesmo. Pessoas com mau carácter não mudam. Eu, simplesmente a mesma pessoa que insistia em tirar-te a máscara.
Quando nos voltamos a ver senti que um enorme abismo nos separava. Insististe com a mesma história. Insististe com as mesmas palavras repletas de truques e cinismo. Fechei os meus olhos e deixei a leve brisa do vento aconchegar-me em vez de ti.
Tu sabias, eu não era mais tua. E era isso que te custava. Olhavas-me, e de cada vez que me olhavas vias a outra que outrora eu fui. Mesmo com essa tua certeza de que eu continuaria a ser eu mesma, dir-te-ia que não se tivesse tido a oportunidade de te falar.
Não bastam as palavras para fechar o abismo que nos separa. Hoje vivemos perto e longe ao mesmo tempo. Gosto de sentir-te perto e longe sem me questionar uma única vez sobre o assunto. Para mim estar perto e longe de ti é o mesmo que não existires em uma única gota de água.
Desta vez segui o meu caminho. Preferi saber como estavas. Na verdade não tive tempo de me preocupar em saber se estavas mal ou bem. Simplesmente soube que ainda existias, que ali estavas mais uma vez a tentar a tua sorte com a porta fechada diante de ti. Essa porta sou eu, para ti, para tudo o que foi nosso e que jamais voltará a ser.
Desta vez foi. Desta vez foi de vez.
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