Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Olhar

Uma facada no peito, uma espécie de anestesia geral. A dor que aos poucos se instalava no fundo das quatro paredes do meu coração e no fim, o vazio que vinha, que me invadia e me dava medo. Recuei. As pernas tremiam. Depois aquela dor de novo, desta vez mais forte directa no coração. O som dos teus passos e eu ali parada sem saber ao certo para onde correr. O som agora mais próximo e o medo que crescia. A melodia da tua voz e os meus olhos que se fechavam como duas feridas que custam a cicatrizar. O arrepio na pele provocada pelas tuas palavras. De súbito...o teu olhar, aquele momento paralisante que me encheu de medo. Medo por não ser capaz de agir, medo de me perder por entre os teus olhos, medo de me perder tanto que não mais me encontrasse. Depois aquela voz na minha cabeça que me pedia para ir embora, para não deixar o medo tomar conta de mim, e a outra voz que me suplicava para ficar, para te olhar por mais uns segundos.
De novo aquela facada no peito. Engoli em seco. A saliva sabia a sangue. Tinha a garganta seca. Fechei os olhos e de súbito sinto as tuas mão. As tuas firmes mãos que me seguravam em silêncio, numa valsa lenta e dolorosa que me causava arrepios. O teu corpo contra o meu. Depois os teus lábios que me sugaram. Tentei correr. Em vão.
Tentei gritar. Em vão.
Que mistério esconde o teu olhar que me hipnotiza?
Deixei-me ficar ali, naquele momento em que consentia que me tocasses daquel forma, daquela forma insuportavelmente dolorosa e perdi-me nessa dor. Em poucos instantes eu era essa mesma dor. Anestesia geral. Tentei gritar uma vez mais. Incapaz. Anestesia geral.
Amava-te demais para suportar tudo aquilo. Não sei como consegui sobreviver a tanta tortura.
Depois os teus olhos que me fitavam. Depois os teus lábios que me beijavam. Depois o teu sorriso e de novo o teu olhar. E eu incapaz de me mover por entre os teus movimentos, por entre os teus braços, eu firmemente presa nos teus braços numa tortura que me matava. Amo-te demais para suportar tanta tortura!
O teu olhar fixo no meu. Mais uma facada no peito. Depois...anestesia. E depois tudo recomeçava como se nada fosse, diante dos teus olhos e de tudo mais que nos envolvesse, desde que fosse verdadeiro.

1 comentário:

herb disse...
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