Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



terça-feira, 22 de março de 2016

Coisas de família

Faz muitos anos que não vou a Corroios visitar as minhas tias. É algo que me faz muitas saudades.
No entanto, costumamos falar muito pelo telefone.
Sempre que telefonam para mim, acabo levando com uma bela dose daqueles típicas de tia preocupada e que se resumem a qualquer coisa como:

"Então filha, já namoras?"- Esta é a conversa de topo das minhas tias. Por mais que lhes diga que sim, que continua a ser a mesma pessoa de há mil e quinhentas chamadas atrás, nada melhor do que saber, certificar e ter plena certa que o Alzheimer não faz parte da nossa família.

"A tua mãe diz que estás magra"- Sim! O termo magra não é apenas uma preocupação de muitas mães galinha, mas também das minhas tias. Por mais que eu coma, faça todas as refeições do dia e ainda petisque e aquelas coisas todas muito lindas, para as minhas tias estou sempre magra. Nem quero imaginar então o que significa magra naquelas cabecinhas.

"Tens de descansar mais, filha"- Pois é. Todos nós temos de descansar mais. Afinal de contas, o trabalho faz parte da rotina diária de qualquer pessoa, pelo menos que eu saiba. No entanto, as minhas tias acham sempre que trabalho muito e que tenho que ter cuidado comigo, não se dê o caso de, como estou muito magra, qualquer dia me confundir com um alfinete perdido no palheiro.

"Bebe muita água e cuidado com o sol filha"- É uma grande verdade. Eu trabalhei em locais onde estava muitas vezes exposta ao sol. Sei também que é a preocupação alla titia que se eleva mais alto.
No entanto, eu tenho noção das consequências e...além disso...já não tenho mais 14 anos.

"Ai filha, no outro dia vi a fulana Y e lembrei-me de ti!"- Quando as minhas tias me costumam "ver", por assim dizer, no rosto de alguém, eu sinto a vaga sensação de que deveria de fazer como aquela gente doida que anda por aí gastando resmas de dinheiro em operações plásticas para parecer a Madonna ou o Justin Bieber. Por norma, quando sou lembrada no rosto de alguém, não costuma ser ninguém propriamente encantador, o que me faz correr para o W.C, olhar-me no espelho e ver se tenho macacos no nariz ou o cabelo com uma madeixa de cada cor. Sim minhas gentes, isto vindo das tias nunca se sabe.

"Atão e já pensas em casar?"- Eu morro sempre de medo de ouvir esta pergunta, mas nunca falha.
Não minhas queridas tias. Eu não penso em colocar a corda ao pescoço e mandar-me de um arranha céus maior que o World Trade Center tendo plena certeza de que ninguém me irá socorrer lá em baixo e que irei ficar mais esborrachada no meio de uma passadeira que uma mosca no mata moscas. Por outros termos...eu não penso em casar. Penso em coisas mais úteis. Penso um dia de cada vez.

Poderia levar dias a abrir mais e mais tópicos sobre estas coisinhas todas que só as tias sabem perguntar/dizer, mas não me recordo de mais nada. De certeza que irei lembrar-me de algo já depois de publicar este post, mas que se lixe.
Gosto muito das minhas tias e daria o meu dedo mindinho para matar saudades. No entanto, sei sempre que estas perguntas irão sair na hora, entre outras mais que até tenho medo em pensar.
Da última vez que nos vimos, tinha eu 14 anos, e levei umas calças de ganga super largas, ao que elas me disseram que parecia uma trabalhadora das obras e como é que acabei naquele estado.
Se agora me visse, talvez me perguntassem se eu fazia parte de uma banda de metal qualquer, ou se é mesmo tendência.
Enfiz, está nos genes.


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