Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Feiticeira

Não sei há quantos anos foi, devem ter sido muitos.
Foi na altura que me mudei para a serra, num local calmo e longe de tudo e de todos. Queria meter a cabeça em ordem, estar com o meu marido e aproveitarmos assim o nosso casamento. Fizemos um bom negócio e compramos uma casa muito bem localizada, rodeada por altas e densas árvores e com uma relva verde e fofa.
Os primeiros tempos foram super excitantes, passamos horas a decorar a nossa casa nova e a fazer os possíveis para ficar a nossa cara.
Mas depois...
Sinto-me estremecer mal penso nisso outra vez.
Aquela cabana apareceu.
Estava uma linda tarde e o meu marido saiu para fazer compras para a casa. Fiquei sozinha com o scotty, o nosso cão. Resolvi irmos brincar juntos para o exterior. Corremos juntos e brincamos com paus e bolinhas de papel feitas por mim. A dada altura vejo uma linda cascata, mas por trás...
algo me chamou a atenção. Eram trepadeiras na parte lateral da cascata. Decidi ir explorar, podia ser bem divertido. Emergi por entre as trepadeiras e atravessei um pequeno canal com a forma de cilindro que me levou a outra patamar completamente distinto. Parecia saído de um filme. A vista ali não tinha qualquer encanto. A terra parecia morta, árvores bravas por tudo quanto era canto e pequenos riachos corriam por trás de uma pequena cabana que me chamou a atenção. Decidi ir mais de perto e espreitei pelo vidro cheio de pó. Estava desabitada. Tinha um ar super antigo como nos filmes de terror. Estava coberta de palha no telhado e por cima avisto um corvo que me deixou arrepiada. Estava já para me ir embora quando vejo que a porta estava meio aberta. Decidi entrar. Não havia nada lá dentro...exceto um frasco de vidro que se partiu mal lhe toquei. Parecia antigo com uma rolha de cortiça. Saiu de lá de dentro um pó branco e no seu interior haviam agulhas e alfinetes, linhas e cabelos.
Fiquei arrepiada. Ouvia o meu cão ladrar do outro lado assustado. Não precisei pensar muito para ter saído de lá a correr.
Sentia-me em pânico. Corri o mais que pude de regresso a casa. Sentia o peso do corpo tomar conta de mim e acabei por parar junto de algumas rochas no meio da densa floresta. A dada altura avisto uma mulher. Caminhava na minha direção com uma capa preta com um capuz que lhe cobria os cabelos brancos. Levava com ela um gato preto no colo e olhou-me fixamente.
UMA BRUXA!!! Gritei desesperada. Tentei salvar a minha pele mas ela voou sobre a minha cabeça predendo-me contra uma árvore. Ameaçou-me. Pediu-me para esquecer que aquela casa existia e jamais contar o que havia visto ali.
De súbito acordei.
Não passou de um pesadelo. As mudanças para a nova casa deixaram-me exausta e adormeci no sofá enquanto desencaixotava as coisas restantes. Subitamente tocaram á porta. O meu marido tem sempre o hábito de se esquecer das chaves quando sai, logo não achei estranho.
Abri a porta...
Não havia ninguém...exceto um envelope volumoso. Abri com todo o cuidado e espreitei para o seu interior.
Era um frasco de pó branco e rolha de cortiça...

2 comentários:

Unknown disse...

Eu adorei este post! Simplesmente adorei.

Cátia disse...

Uau, um post de mistério e suspence, adorei! Faz mais, são super imaginativos.