Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



terça-feira, 9 de abril de 2013

Um homem inesperado

Parece que foi ontem.
Era apenas mais um dia como muitos outros. O sol brilhava mas o frio vencia.
Saí de casa para mais um dia. Não sabia exatamente o que me esperar. O imprevisto sempre me fascinou.
Tive um daqueles dias chatos em que o prazer de sair de casa se mistura com o tédio de mais um dia de aulas e trabalho.
Mais um dia passado.Incrível como passa tão rápido. E nisto um telefonema. O meu patrão outra vez. Julguei tratar-se de mais um assunto relacionado com o trabalho mas não. Para minha surpresa falou-me de ti.
Falou-me que já me tinhas visto trabalhar. Que desempenho bem a minha função. Disse-me que gostarias de combinar comigo um café. Algo pouco formal. Uma coisa perfeitamente natural para dois desconhecidos, ou um pretexto para que possamos ser apenas mais do que isso. Ri-me. Eu e tu nada tínhamos a ver um com o outro. Aceitei ao fim de algumas hesitações e ainda ponderei horas mais tarde em cancelar o que já havia sido combinado.
No entanto deixei-me levar pela ideia. Talvez fosse divertido.
Fui no carro do meu patrão no dia seguinte até ao teu encontro. Já estava cansada de tanta coisa que fiz ao longo do dia. No entanto havia sempre espaço para mais alguma coisa.
O dia tinha-se tornado nublado e choveu durante a tarde de forma moderada.
Entrei numa sala branca com um espelho enorme à minha frente e deixei-me absorver um daqueles sumos baratos que nos oferecem para nos fazer esperar. Subitamente senti-me patética. Eu à tua espera numa sala branca, bebendo sumo e lendo uma revista Maria. Haveria maior ironia que esta?
Foi nesse preciso instante que entraste.
Foi também, nesse preciso momento em que nos vimos pela primeira vez, frente a frente, olhos nos olhos, que percebi que estava errada. Que nada me dava o direito de julgar-te sem te ter visto antes, sem termos trocado uma palavra que fosse. Deixei-me encantar pela beleza dos teus olhos, pelo brilho do teu sorriso. Sorrias de forma perfeita e foi nesse instante que me dei conta de que nunca tinha reparado nisso antes.
Convidaste-me para sair. Demos um pequeno passeio pela zona. Falamos das mais variadas coisas e por fim convidaste-me para jantar. Não sei como pude dizer-te que sim a tudo, mas queria conhecer-te melhor.
Algo em ti me dizia que iria valer a pena.
Acho que me enganei a teu respeito. Digo, quando te julgava ser algo que nunca foste.
Nutri uma ideia errada a teu respeito e nunca tínhamos tido a oportunidade de estarmos juntos. E agora que estávamos...eu não tinha palavras para descrever-te.
Depois desse dia começamos a ver-nos regularmente.
Não sei como dizer-te, mas sempre que te vejo algo em ti faz com que eu estremeça.
Gosto de ouvir as tuas conversas, a forma como me tratas, a tua mania de estares sempre preocupado com todos os pormenores para que nunca me falte nada.
Pela primeira vez na vida dou por mim a pensar em ti da forma mais inesperada, nos locais menos adequados. Dou por mim a ouvir-te falar na minha mente, a ver o teu sorriso em todas as coisas, em todos os lugares. Talvez seja isto gostar de ti o suficiente.
Não sei o que seja, nem parei para pensar nisso atentamente. No entanto gosto da ideia de saber que te irei ver dia após dia. Motivas-me sempre naquilo que faço.
Por vezes penso que estou maluca. Que nem te devia ter conhecido. Que talvez tenha sido um erro.
E depois apareces tu para mostrar-me que estou errada. Que nunca poderia ter sido um erro, mas sim uma escolha.
Fomos escolhidos. Estava destinado, tinha que ser assim...ou era mais do que óbvio...pode ser qualquer uma destas teorias.
Tem alturas em que me apetece beijar-te. Dizer-te coisas que nem eu sei se alguma vez pensei nelas antes. Loucura completa, insanidade perfeita.
O certo é que me preenches. Deste um novo sentido aos meus dias, ocupaste um novo lugar no meu mundo.
Somos apenas dois estranhos, mas já sinto que te pertenço e nunca tive ainda a chance de dizer-te...

Sem comentários: