Bem vindos ao meu blog. Aqui escrevo o que penso, o que me apetece e o que bem entendo. Fiz-me entender? Nem por isso? É complicado exemplificar. Puxai uma cadeira. Comei pipocas e ride! Sim...riam muito porque tristezas não pagam dívidas.



sexta-feira, 1 de abril de 2016

Aquele fatídico dia em que fui confundida com a namorada de um larilas qualquer

Ora cá vai!
Certamente já vos aconteceu em algum momento da vossa vida serem confundidos na rua por se dizer que são muito parecidos com a fronha de A ou B, certo?
Pois comigo também já aconteceu.
Gosto sempre de me lembrar daquele dia, quando eu ainda andava no ciclo, e saía da escola para comprar algo melhor para comer do que a comida da cantina. Havia um supermercado mesmo ali perto e por isso decidi ir com duas amigas minhas.
Compramos o nosso almoço e resolvemos ficar sentadas no parapeito do supermercado a comer.
Foi então que vejo uma senhora, certamente na casa dos 50, com um monte de sacos de compras, óculos de garrafão e um enorme sorriso na cara. Ao seu lado, estava o Zé. Sim, ainda me lembro que era o Zé, porque foi assim que a dita senhora o tratou, logo assim que nos vimos.

Olha Zé! É a namorada do nosso Carlinhos!

Ok! Eu juro que não sei ainda hoje quem é o Carlinhos. Também não vou escrever uma carta a uma dessas cartomantes ou a programas televisivos para saber quem era o Carlinhos. O que sei até ao momento, é que o suposto Carlinhos era filho daquela senhora, que estudava na mesma escola que eu, e que devia de ser um encalhado como nunca vi outro, a julgar pela fotografia que a senhora me mostrou dele.

"Ai Zé, olha lá que linda é a namorada do nosso Carlinhos! Ai filha, escolheste tão bem o teu namorado. Ele é tão bom rapaz e vai fazer-te muito feliz. 
Nós temos montes de terras e casas espalhadas de norte a sul e tu vais adorar"

Eu só olhava para as minhas amigas, que se riam sem conseguir disfarçar. Aquilo estava a ser irónico e eu por mais que tivesse tentado dizer à senhora que nunca vi tal Carlinhos, foi uma missão impossível. Ainda me mostrou uma fotografia da pobre criatura, com um sorriso com aparelho, cabelo semi-ruivo completamente despenteado, com aquele ar de quem tinha acabado de acordar e tirado aquela foto e, para colocar a cereja no topo do bolo, um par de óculos que garrafão gigantes e com as lentes amarelas, camisa aos quadrados e ar de cientista chanfrado. Medo! Tive muito medo!

A minha querida suposta sogra (lá nos mais deleitados sonhos da senhora) foi tão querida, ao ponto de tirar de um dos seus sacos de compras, uma embalagem de Ferrero Rocher. Disse que era a primeira prenda dela para mim! Aceitei e agradeci, com o sorriso mais natural que conseguir, despedi-me mais as minhas amigas, que iam rindo entre elas a potes, e fomos para a escola.

Já na entrada da escola, assim que ponho um pé no recinto escolar, só escuto um carro a buzinar, as minhas amigas a rir de novo e aquela vozinha lá do fundo que gritava "Então princesa, vais estar com o teu Carlinhos?" 
Olhei para trás, acenei para ver se me via livre da madame "El ócle alla Garrafón", e nisto vejo um calhambeque branco, já nem devia ter suspensões ou a revisão em dia, e a dita senhora completamente desesperada por chamar a atenção.

"Olha querida, agente não tem só este carro. Temos muitos outros e muitas terras!"  Uau que máximo! Corri para dentro da escola e levei o dia a ser chamada de amada do Carlinhos!
Ainda hoje me pergunto se aquele incidente foi confusão, ou se o Carlinhos viu a minha foto e a foi mostrar à mãe dizendo que tinha desencalhado.
Lógico que aquele alarido todo era pura e simplesmente uma triste chamada de atenção. Eu acho que a madame "super gafas" estava completamente desesperada por arranjar um parzinho romântico para o "Oclenstein" do filho dela e quem mais se não eu? Claro, como não podia deixar de ser!

E já agora, para quem não sabe, gafas quer dizer óculos em espanhól. Embora eu hoje ache que aquelas gafas eram o projeto do que hoje são os óculos 3D. Mas não passa de uma teoria sem comprovativo.

Sem comentários: