Não me canso de pensar nisto e quanto mais penso mais caricato eu acho.
As pessoas hoje em dia esforçam-se ao máximo para que nós adivinhemos o que elas são.
Ao meu redor só me cruzo com pessoas que negativamente me conseguem surpreender e começo já a pensar que encontrar uma única pessoa mais ou menos decente neste mundo começa a são mais difícil que achar uma agulha num palheiro.
Ou é porque as pessoas querem tirar proveito de tudo e mais alguma coisa inventando toda a espécie de mentiras, ou é porque as hormonas estão ao rubro ao ponto de ser abraçada a torto e a direito por toda a espécie de malandros. Começo sinceramente a ficar meio cansada.
Trabalho como promotora social em campanhas no âmbito do markting social e lido sempre com pessoas, quer sejam meus colegas, quer sejam as pessoas no geral.
Já estou acostumada a levar com todo o tipo de respostas possíveis e imaginárias, por isso posso mesmo gabar-me de ter estofo para aturar idiotas. No entanto há coisas, ou pessoas, que acham poder abusar do meu estofo. Ou é por pensarem que acredito em qualquer barbaridade que escuto ou porque acham que eu amo que me sufoquem.
Tenho no meu local de trabalho uma menina de 18 anos que se faz de vítima em tudo o que pode para chamar as atenções. Inclusive já inventou que tem cancro de pele, que a cortisona a faz emagrecer, que tem células pré-malignas ( really, what's that?) e que já perdeu 8 kg desde que entrou na campanha. No entanto, foi inscrever-se recentemente como dadora de medula óssea e colocou nas observações que apenas tem psoríase. Really!!!
Estou sempre a ouvir histórias diferentes todos os dias e a começar a saturar-me delas.
Ou é porque é do cú ou então porque é das calças e até já há quem adore passar o tempo a agarrar-me e a abraçar-me a todo o instante como se isso fosse algo que eu realmente amasse.
Tenho um colega, que por mais querido que seja, consegue por vezes traumatizar-me com isso. Até inclusive, numa das noites que me levou a casa, se eu não tivesse desviado a cara mais um bocado, aposto que me teria beijado. Acho que há limites para tudo e eu francamente vou começar a estabelecer regras para ver se a coisa melhora.
No entanto não deveria de ser bem assim. As pessoas deveriam de ter mais respeito por aquilo que não lhes diz respeito. Deveriam de saber até que ponto devem de ir com os outros colegas e tentarem perceber se os colegas gostam de um dado comportamento ou não. Enfim, fazerem as coisas de forma a que se possa trabalhar sem climas estranhos. Em vez disso, neste local estranho que é as campanhas no âmbito social, acho que temos uma alta probabilidade de nos cruzarmos com qualquer cromo fantástico e de outro mundo a cada passo que damos. Será que algum dia irei ter o prazer de me cruzar com o Conde Drácula? I hope so. Acho que lhe dava logo a lista de potenciais alimentos para o seu pequeno-almoço.
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