Já não sei quanto tempo passou.
Quando abri os olhos poeriam já ter passado dias,talvez anos.
Pelo peso que senti na alma diria séculos.
Levei tempo, muito tempo a restabelecer-me do choque. Largas-te a minha mão e eu caí, caí bem a fundo.
Caí e não mais me levantei durante todo este tempo.
Caía mais uma e outra vez de cada vez que te vía, mas afinal tu estavas ali porque os meus olhos te queriam ver.
Nunca soube o que foi a coragem de te mandar embora, de te deixar partir, voar para outros horizontes, dormir entre outros lençóis.
Nunca soube o que foi viver sem segurar a tua mão que até então julgava poderosa, capaz de amparar todas as minhas quedas, mas estas têm vindo a crescer mais e mais e dei-me conta de que a tua até então firme mão se encontrava agora débil, incapaz de me segurar.
Fui embora com medo.
Corri atrás para não ver a verdade.
O tempo a jogar contra mim...e depois ela.
A outra...a outra que agora caminhava a teu lado...ela que me fez acordar por segundos, ver a casca fina que te cobria, a fina casca que te envolvia, que escondia o teu verdadeiro eu.
Quebrei a casca e vi o sol nascer por entre os cacos que jaziam entre o chão. Senti as lágrimas secarem no meu rosto.
Estaria pronta para ver o sol brilhar?
Nunca saberei dizer. Hoje sei que tu foste o ontem da minha vida, uma pequena recordação, a passagem que me abriu o caminho a um mundo do qual não fazes parte.
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