quarta-feira, 18 de março de 2020
Coronavirus
Eu, estou por cá. Limpo a casa, lavo as mãos, não esgotei o stock de papel higiénico dos supermercados porque sempre soube como limpar o cu, vejo as notícias e volto a lavar as mãos. Bem, tenho que o fazer, certo? Pelo menos assim nos mandam os nossos deputados, Primeiro Ministro e membros da Assembleia da República, que nos pedem para não tocar no rosto, olhos e boca, mas que são os primeiros que o fazem e que ainda têm a seu cargo um tradutor que tira macacos do nariz. Será que ele tira macacos do nariz ou deputados do nariz? Se eu tivesse um macaco para domesticar, de certeza que ele iria ficar em casa em vez de vestir um bikini e ir para a praia. Bom, pelo menos nunca iria apanhar um transporte público e ir para a Rua Cor de Rosa em Lisboa quando muitos se esforçam para ficar em casa. Parece que vão ter de ser os nossos animais irracionais a ter de nos ensinar maneiras de sobrevivência, porque nós por cá, nascemos todos com a mania que vírus é só para os outros.
Com isto tudo ainda quase me esqueci de falar do Corona, o nosso novo aliado que até jogos de futebol conseguiu suspender. O Corona é um vírus e não uma cerveja. Não quero que pensem vocês portugueses que já estão no paraíso da quarentena com o vosso aliado Corona que vos serve uma fresquinha a cada dois minutos. O Corona veio com Vírus no fim. Veio lá do Oriente. Os nossos amigos chineses são super evoluídos e mais uma vez quiseram provar que encheriam manchetes de jornais com problemas sanitários graves. Tudo no mundo é Made In China, porque não o Corona?
Em Portugal começou com dois casos, seguidos de mais dois casos e seguidos e outros dois casos até estarmos com a quantia de 448 casos. Coisa pouca, dado que na Assembleia da República os valores salariais a cada deputado nunca irá ser o de 448 euros mensais.E falo dos infetados do momento. Amanhã estarei desatualizada. Se assim o fosse eu queria assistir, ao estilo Big Brother, a quarentena dos ditos. E assistia a isso tudo com macacos do nariz incluídos.
O que vamos fazer daqui para a frente? Ai não me perguntem a mim. Eu por cá penso fazer um assalto online à China já que não posso sair de casa, mas quanto a vocês...cantem nas varandas, evitem tirar macacos do nariz, evitem ir para as praias. Sejam conscientes o suficiente para perceber que não são os reis do mundo e que têm familia que precisa do vosso apoio, especialmente pessoas acima dos 60 anos e com doenças crónicas. Estamos em distância social, mas cuidar à distância de quem se ama, é mostrar o nosso amor. Não façam como em Itália. Não vão para cafés na quarentena. Foi assim que tudo ficou como se sabe. Em Itália as pessoas com 80 anos ou mais vão ser deixadas morrer por falta de equipamentos e médicos. Não deixem que isso aconteça em Portugal. A praia pode esperar. Tudo pode esperar com carinho e cuidado. Não se descuidem. Ao se descuidarem estão a colocar em risco pessoas da vossa família que podem precisar do vosso cuidado.
Só me resta desejar boa sorte. No fundo, por mais cuidados, muitos de nós já
podemos ser portadores positivos de Corona sem o saber. De nada adianta ir a hospitais se não forem sintomas graves. Fiquem em casa, comam legumes, bebam muita água e não vão para a rua.
Que todos possamos superar esta tragédia global com união. Sejam conscientes. E guardem os macacos do nariz para quando os Zoos voltarem ao ativo.
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Aquelas pessoas mal resolvidas
Já fazia tempo que eu não dava notícias.
Eu sou daquelas pessoas que passa o dia com sono, para depois levar a noite feita coruja a ver as horas a passar e a queimar os miolos com tanta coisa que penso. Depois penso coisas como "ah, e tal, este seria um bom tema para postar no meu blog", mas acabo por não escrever nada por já estar a pensar noutra coisa completamente diferente. E assim se passaram os meses e nada escrevi.
Esta noite dei por mim a pensar naquelas pessoas que aparentemente devem ter uma vida miserável, pois não conseguem passar sem desejar ter tudo ou mais do que os outros. Sabem aquelas pessoas que passam a vida a ver o perfil do amigo ou da amiga, do vizinho ou da vizinha e sentem inveja dos sapatos, do carro, dos filhos e vida social que essa pessoa tem? Pois eu acho que já toda a gente conheceu ou conhece alguém assim.
Eu não consigo entender essas pessoas. Sinceramente não percebo como conseguem essas pessoas perder tempo tão precioso que poderiam aproveitar para sair, beber um copo ou relaxar, mas em vez disso se metem a ver o que os amigos ou amigas colocam nas redes sociais e depois ficam a rogar aquelas pragas bruxescas dignas de filme de terror, que se não tivermos um bom amuleto dentro da mala ainda nos habilitamos a ser comidos por um elefante ao sair de casa.
Sabem aquelas pragas ao estilo "Tomara que um raio de parta em duas só por usares esse vestido" ou "Vocês ficam tão mal juntos...só espero que ele apanhe uma DST e tu sejas obrigada a terminar a relação porque tu tens não sei quantos namorados e eu ando a subir paredes"?
Há qualquer coisa no olhar destas pessoas que me faz pensar em mudar de planeta.
E o pior é que as ideias que passam pela cabeça destas pessoas nunca ficam por aqui. Por conta da internet e da criação de redes sociais de encontros as coisas ficaram muito piores. De repente a tua amiga que era casada fica divorciada, cria uma conta num desses sites manhosos e fica completamente desesperada em arranjar um bom partido só porque todas as amigas dela têm alguém e ela não. E se tal não acontecer e a Cinderela não tiver conseguido o sapato de cristal, eis que se afasta por achar que o mundo não quer nada com ela. Depois ainda deixa de falar contigo porque resolveste juntar os trapinhos e ela não passa de uma pobre coitada que ninguém lhe pega, mas que isso não passam de pensamentos destrutivos da cabeça dela, porque tu não estás nem aí se ela namora ou não porque para ti o que importa é a vossa amizade, mas para ela importa ser tua amiga se estiver socialmente melhor que tu, a marcar mais pontos na vida porque conduz um bom carro, porque tem um bom trabalho, uma ninhada de filhos e um marido impecável que a acompanha para todos os encontros que vocês marcam. Mas ela só marca encontros se ela poder levar o marido. Caso não tenha marido ninguém tem o direito de levar namorado, pois acaba por se dar a famosa dor de cotovelo e os ânimos podem esquentar, coisa que ninguém quer.
Assim sendo cada pessoa fica para seu lado. Tu fazes a tua vida enquanto a pessoa em questão publica mil e uma frases a mostrar a sua maturidade e sabedoria nas redes sociais. Qualquer coisa que demonstre que a pessoa está muito mais à frente e que nós por cá não pescamos nada do assunto.
Só que, no entanto, na vida real as coisas não são bem assim. Lá está a esta hora a tua amiga a abrir aquele site de encontros super famoso para ver qual o marmanjo que vai falar com ela, dizer que a acha linda e que a quer conhecer.
De repente a vida parece uma competição entre amigos, uma espécie de corrida de cavalos para ver quem ganha o prémio. E eu que pensava que desespero era só coisa que homem entendia, agora deparo-me com cada vez mais mulheres desesperadas por um frangote que lhes estenda a mão...e são bem capazes de fazer qualquer coisa por uns minutos de atenção. Não entendo muito bem destes assuntos, digo-vos. Dá-me uma espécie de coceira e alergia crónica ver o desespero das pessoas pela aprovação dos outros. Num mundo em que cada vez mais nos estamos a isolar por conta das tecnologias, seria de esperar que o ser humano se tornasse um bicho bem mais preservador, mas não. Em vez disso, cada vez mais as pessoas sentem a necessidade de se mostrarem ao mundo como divas de qualquer coisa. As redes sociais são o melhor exemplo disso. Podes ter uma vida de merda, mas lá vais tu fazer uma pose super hot só para mostrar ao mundo como te sentes linda, especial e que estás num local maravilhoso, cheio de papoilas e borboletas no fundo. Depois levas mais de uma hora a editar os filtros, a ver qual a gordurinha localizada que podes eliminar, e pronto, viraste a rainha da cocada. Podes até ser muito feia, mas se meteres 50 Kg de base ninguém vai reparar, desde que uses aquele top super curto que faz as tuas tetas parecerem dois balões de aniversário e se usares um fio dental que fique posicionado mesmo ao centro da foto, de forma que as tuas nádegas possam parecer maiores, e que se veja o mar bem lá ao fundo, e que por conta disso a tua conta fique repleta de comentários de otários que dizem que te querem comer, porque é só isso que os homens sabem fazer quando o assunto é apreciar um bom par de bordas.
Mas eu estava a falar daquelas pessoas mal resolvidas e tipicamente infantis não estava? Pois lá estava eu a dispersar para outros horizontes.
Essas pessoas quando tens o que elas não têm podem mesmo ser um problema na tua vida, se não tiveres a inteligência de virares as costas e não dares importância. Podes tornar-te mesmo que não saibas o seu ódio de estimação. No fundo são pessoas que não fazem nada para mudar o cenário das suas vidas, mas pensam que estão a sofrer muito só porque todo o mundo à sua volta já tem "a vida feita".
Eu só tenho uma opinião a dar:
Pessoas mal resolvidas, porque não aproveitam e vivem a vossa vida? Não invejem a das vossas amigas ou amigos. Cada pessoa tem aquilo que levou o seu tempo para conquistar. Vocês deviam agradecer mais pelo que conseguiram do que se lamentar por aquilo que não têm. Não sei, digo eu. Não sou nenhuma expert nem nada para estar a dizer tanta merda junta, mas se pensarem bem...até que tem lógica não acham? Vão ao ginásio, leiam um livro, apanhem sol e parem de invejar. A vida dos outros é simplesmente dos outros. E nunca a vossa.
E pronto. Acho que já falei demais por hoje. Para quem não escrevia há tanto tempo nem é de admirar. Eu vou ficar por aqui e vou ali rogar uma praga e logo volto. Não se esqueçam apenas de avisar de vos caiu em cheio na tela do computador ou se foi pelo correio.
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Sobre da sabedoria do perdão
Disseram-me que talvez por eu nunca saber perdoar, essas coisas me pesem e façam de mim a pessoa magoada que sou.
Não deixo de acreditar que de certo modo, essas pessoas estão certas. Perdoar é seguir em frente, é mostrar que todos somos humanos e cometemos erros na vida que, de alguma forma, podem prejudicar a vida de alguém.
No entanto, embora seja importante perdoar, há erros que podemos cometer uma vez. Outros podemos cometer sistematicamente. Quando tal acontece, deixa de passar de erro a escolha. E se escolhemos por nossa vontade ferir o sentimento de alguém, não estamos a ser coerentes nem razoáveis para com as pessoas ao nosso redor.
Dessa forma, temos que analisar até que ponto o perdão é importante. Ele tem de acontecer.
Mesmo assim, ele deve ser usado com sabedoria. Quando me refiro a sabedoria, refiro-me a olharmos para dentro de nós e nos questionarmos sobre até que ponto queremos que uma determinada pessoa nos trate da forma que nós não gostamos.
Ao estarmos a perdoar tudo com a maior das facilidades, quer no amor, no trabalho ou nas amizades, estamos a depositar de forma insconciente um passaporte nas mãos dessas pessoas para elas continuarem a ferir os nossos sentimentos e assim agirem da mesma forma.
Se as ações de determinadas pessoas nos ferem, especialmente quando nos são chegadas, devemos parar, ponderar e pensar se queremos continuar a permitir essa pessoa a não aprender como gostamos de ser tratados.
Perdoar é algo essencial nas nossas vidas, também para benefício da nossa sanidade mental.
No entanto, perdoar tudo pode ser um erro.
De forma inconsciente, estou a dizer ao outro para me continuar a tratar da mesma forma. Se assim for, não terei porque reclamar, pois dei sinal verde a essa pessoa para que me tratasse assim.
Quando alguém fere profundamente os nossos sentimentos, há sempre uma marca que fica, algo que muda, uma alteração que se dá dentro de nós, pois acabamos por sentir que, ao não agirmos da mesma forma com essa pessoa, estamos a ser mal recompensados pelo comportamento da pessoa em questão para connosco.
Não se deve perdoar como forma de permitir a nossa continua humilhação, assim como também temos que ter consciencia que uma pessoa que nos fere, com o nosso perdão, nunca irá aprender como nos deveria dar o seu apreço.
Toco nesta temática por minha própria experiência de vida e nem por isso sinto vergonha alguma em o dizer. Afinal de contas, tenha eu os defeitos que tiver, quando tenho carinho, amor ou apreço por alguém, posso cometer erros inconscientes. No entanto, mesmo errando como qualquer mortal erra, nunca é minha intenção errar para ferir o coração de alguém. Assim sendo, não espero menos que o mesmo em retorno. Chorei muitas lágrimas ao longo da minha vida e bati muito com a cabeça na parede sem perceber porque motivo escolhia abrir o livro da minha vida a pessoas que insistiam em pisar os meus sentimentos. Com calma analisei, vi o céu e olhei as estrelas, mas especialmente e ainda mais importante, olhei para dentro de mim e achei a resposta. Eu acabo sempre por perdoar as pessoas que mais me ferem, que mais me pisam o coração. E isso acontece porque eu dei permissão para isso. Eu eduquei essas pessoas assim sem me dar conta. Eu seguia em frente mas não deixava bem claro até que ponto eu tolerava qualquer tipo de comportamento vindo de quem me magoava.
Foi preciso alguns anos e muitas quedas para crescer. Não se cresce do dia para a noite. O crescimento interno envolve muitos anos de descoberta do nosso eu. Como tal, eu tive de me permitir sofrer até perceber de onde vinha o erro que insistia em permanecer na minha vida. Fosse uma mentira, fosse uma traição, fosse que tipo de situação fosse, eu permiti muita coisa acontecer comigo.
Agora não. O tempo passou e eu cresci, olhei-me no espelho e percebi que, tal como todas as pessoas, sou alguém único e especial, que não merece ser tratado menos do que trato os demais. Nunca me irei permitir mais vez alguma receber menos do que aquilo que dou. Se eu sei que dou todo o meu amor e respeito, espero reconhecimento do outro lado. Se dou a minha mais sincera amizade, agradeço uma amizade sincera de volta. Se sou fiel, honesta, não espero mentiras nem traições de volta para mim. Além de que mentir é um vicio porco e sujo. Todos o fizemos, mas temos que pensar que, se o queremos fazer, pelo menos que não seja para ferir ninguém nem esconder alguma coisa que merece ser sabida.
Tanto perdoei que hoje, aprendi a poupar um pouco a minha capacidade de perdão para as pessoas que realmente me podem ter ferido sem intenção. Não pretendo ser professora, como tal não quero andar aqui a ensinar como me devem tratar. Pelo menos se fosse professora, que fosse renumerada por isso. Direito de igualdade deveria ser lei neste mundo que todos deveriam cumprir.
Agora vocês perguntam:
"Estás arrependida da decisão que tomaste?"
A minha resposta vai ser sempre não. Não perdoar erros continuados para comigo, vai acabar por mostrar a quem me fere que sou humana, que fiquei profundamente desapontada e mais que isso, que não aceito que me tratem assim. Toda a gente deve reconhecer o seu valor. Nunca devemos passar a vida a pedinchar migalhas, a esperar que alguém mude para nos provar o que seja. Se levarmos a vida a pedir migalhas iremos receber migalhas de volta.
Quem realmente se ama a si mesmo, penso que jamais será capaz de o fazer. A isso não chamo rancor, mas sim inteligência.
domingo, 11 de novembro de 2018
Experiências de Vida a partilhar
- O Pai Natal não existe. Pelo menos ainda não respondeu às minhas cartas nem o vi cair pela minha chaminé.
- Namorar com músico é como jogar na lotaria. Se encontrares um que valha o tempo, telefona.
- A verdade é aquilo que cada um te quer inventar.
- Os coelhos da Páscoa não nascem dos ovos.
- Não veres por onde andas ou o que pisas é um risco diário.
- O meu ângulo de visão está à altura da minha sabedoria e não dos meus óculos.
- Qualquer pessoa te pode contar uma história. Depende até que ponto separas a realidade da ficção.
- Nunca te esqueças daquilo que te lembras. Se não podes já lembrar-te do que te esqueceste um tanto tarde.
- Descarta aquilo que não te faz falta. Se não ainda rebentas com a tua mala de viagem com o peso de tanta coisa inútil.
- Se tiveres que gritar, então grita. Há sempre uma pessoa ou outra com problemas de audição.
- Não queiras ensinar a um homem o que deves fazer. Estás aqui para aprender com ele, e não para servir de ama.
- Nunca dês demasiadas oportunidades às pessoas de te fazerem sofrer. Quanto mais vezes as perdoas, mais vezes as ensinas a te tratarem assim.
- Se pisares merda na rua, não acredites que dá dinheiro. Dá antes um mau cheiro que te vai dar a volta ao estômago.
- Quando alguém te disser que vai estar sempre ali para ti, não precisas contar tudo da tua vida. Por vezes pode só ali estar para saber um pouco mais da tua vida, e não estender a mão.
- Sê sempre honesto contigo mesmo. Podes tentar enganar os outros e talvez consigas, mas enganas mais a ti mesmo.
- Ajuda sempre quem te ajuda
- Se te deres com malucos, facilmente te vão confundir com um.
- Se um dia te apetecer fazer algo doido, faz. Desde que não te prejudiques, vive o que tiveres de viver.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
Mudar de vida
As mudanças podem ser uma coisa assustadora. Mudar o estilo de vida, os nossos hábitos. E se eu não estiver preparado? E se eu achar que não sou capaz ou se não me conseguir adaptar? São questões que por vezes assombram a nossa cabeça. A minha vida está em completa mudança. Por fim vou mudar de casa. Decidi que chegou o momento de mudar de vida, de partilhar o meu dia a dia com a pessoa com quem escolhi e que de igual forma me escolheu. E isso implica mudar. Mudar de casa, de hábitos e começar a pensar por dois, começar a dividir tudo e ao mesmo tempo termos a nossa total autonomia para mudar aquela loiça do lugar. Pode parecer assustador, mas na verdade estou empolgada. Vai ser o momento em que eu posso decidir onde quero meter aquela peça de decoração, ir às compras junto para decidir o que levar, o que faz falta. E é tudo muito bonito. Mas também implica responsabilidades, implica maturidade, implica teres a certeza que é mesmo isso que queres. Decidi esta altura porque foi o momento em que realmente o meu subconsciente me falou que eu devia seguir o meu coração. Sinto que estou com a pessoa certa para o fazer. E é isso que devemos de sentir no exato momento de sair de casa. Deixar o conforto dos pais. Na realidade não estava a depender da minha mãe, mas sabia bem chegar e ter aqueles bifinhos de perú já feitinhos para mim. Seja como for, também me vai saber bem ter de os fazer. Vai saber bem poder ter o meu canto e dividir esse canto com aquela pessoa de quem gosto. Vai ser sim, uma experiência e tanto. Uma aventura e tanto. Mas jamais eu poderia dizer que vivi alguma coisa sem ter corrido o risco de dizer que sim. Que seria agora. E agora é o momento. Mal posso esperar.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
A verdade por trás das Associações Humanitárias
Todos vocês já conhecem as chamadas associações humanitárias. Aquelas meninas e meninos que vos costumam abordar num supermercado, farmácia ou qualquer outra superfície comercial.
Todos já devem ter sido uma vez na vida abordados e já vos devem ter impingido um boneco em troca de um valor simbólico, ou já devem ter-se cruzado em qualquer rua ou semáforo com alguma associação em que pedem um valorzinho qualquer para ajudar uma criancinha com fome ou alguém com deficiência, idosos ou seja o que for.
Muitas dessas associações de facto existem. Eu fiz parte de muitas delas. Fui "Voluntária" algum tempo e fiz parte dessa chata equipa de pessoal que aborda nas ruas ou nos supermercados a pedir ajuda.
No entanto, já se questionaram sobre os bastidores dessas associações com tanta gente com bom coração?
Eu já.
Primeiro comecei por fazer parte de um belíssimo projeto, em que ajudava o IPO. Tudo o que tinha a ver com o cancro era algo em que eu queria estar envolvida para ajudar. No entanto, quando fui convidada a fazer parte de uma campanha solidária dessas, fiquei a saber que podia ajudar e podia ganhar dinheiro com isso. Sim, eu ganhava uma percentagem sobre cada peça bonita que vendia.
Fiquem descansados. Para o IPO foram conseguidos 83 mil euros, valor bem acima do pretendido, que seriam 30 mil, e foi comprado o equipamento hospitalar que se pretendia.
Agora vamos ao que interessa.
Vamos aos bastidores dessas associações.
Ao entrarem para uma campanha dessas com a vontade de ajudar, vocês irão encontrar uma equipa de coordenadores/ chefes de empresa, que contratam pessoas, essas pessoas começam por trabalhar em bancas mas sobem de posto e assim são essas as pessoas que nos irão contratar a nós "Voluntários" para dar a cara pela associação que representamos. Assim sendo eu poderei ganhar uma percentagem sobre todo o valor que fiz ao longo do dia, retirada a minha percentagem existe a percentagem do coordenador e dos chefes e por fim, aquela parte que deveria ser a maior fatia de bolo mas não é...as migalhas...essas são o dinheiro da associação. Se eu der um euro para essa associação, a pessoa que me abordou ganha 40 cêntimos, depois a coordenação tira cinquenta e só o que resta vai para ajudar quem quer que seja.
Mas não é só...
A última associação para a qual trabalhei, era uma associação fidedigna, conhecida e com toda a documentação em dia, mas com um se não. A coordenação a toda a hora nos pedia para depositar num nib diferente ou para enviar o valor de toda a semana pelos CTT. A principio uma pessoa ainda se deixa comer por parva, mas continuamente começa a deixar a pulga atrás da orelha. Será que não querem dar parte de todo o dinheiro que deveria supostamente ir para a associação? Fica a dica.
Agora falando da equipa de trabalho.
Uma das coisas que eu desconhecia quando entrei para este tipo de causas, é que a esmagadora maioria de pessoas que a integram são pessoal com algum tipo de parafuso por apertar. Normalmente são pessoas desesperadas da vida, encalhadas em qualquer situação que não querem ou não conseguem sair, com os neurónios já meio a falhar e uma língua de trapos que se estende até ao infinito. Isso quer dizer que se eu disser a uma colega que vesti uma cueca azul, quase toda a gente ao redor vai saber, com coordenação incluída.
Para além disso, somos postos a trabalhar correndo sérios riscos em qualquer rua, como assaltos ou sabe-se lá mais o quê, ao qual a coordenação depois lava as mãos e nem te conhece porque nem contrato com eles tu tens.
Ainda levas uma severa lavagem cerebral se não apresentas bons resultados, com insultos, fazerem de tudo para que sintas que não vales nada e que tens de render mais se queres continuar a trabalhar.
A desculpa é que o presidente da associação está a apertar com toda a empresa e coordenação, quando nós sabemos já todos que isso é simplesmente mentira.
O que realmente eles pretendem é que lhes pagues o ordenado sem que eles precisem mover uma palha.
No fim de contas, estamos nós a queimar ao sol e ao calor no Verão, e ao frio e chuva no inverno, só para engordar uma equipa de chulos de uma merda, que não valem a ponta de um ca*****, porque nunca saberão como trabalhar na vida sem ser usar o cabedal do pobre para subir na vida.
Por isso é que eu valorizo quem é pobre. Porque se não fosse o pobre, os ricos morriam de fome. Porque o rico não queima as mãos ao fogão para fritar batatas fritas. O rico vai ao restaurante pagar para o pobre lhe servir o que comer. O mesmo se passa com esta cambada de ordinários que negociam as necessidades de quem precisa para ter bons carros, boas vivendas, boas férias e poderem andar por aí gozando a vida.
Tive um coordenador que andava num BMW dando boleias a pessoal como eu, para nos ajudar a deslocar. Tinha a estadia paga, alimentação e no fim da campanha tirava boas férias em Ibiza.
Tive outro que desviava dinheiro para vícios, já sabem quais.
Tive uma coordenadora mandona que tinha a mania que havia de ficar sentada na esplanada ao telemóvel, fumando cigarro atrás de cigarro, para ter o que comer e como poder levar uma vida de café, vendo eu suar de mealheiro na mão. A desculpa é que estamos ali para trabalhar e ganhar bem. Mas a verdade escondida nessa frase é mais "estás aqui para te matar a trabalhar para eu ganhar bem". Isso sim, porque tu levas apenas o resto, junto com a associação que leva quase um pontapé no cú.
Chama-se a isto Markting social. Eu chamo a isto vergonha social. E muita gente sabe disto e não move uma palha para acabar com esta cambada de mamões de merda. Estes e os políticos passeiam de mão dada quase no mesmo patamar.
terça-feira, 18 de julho de 2017
Há coisas que me magoam
Há coisas que me magoam.
Mas quem nunca se sentiu magoado para não entender o significado desta palavra?
Quem nunca?
Há coisas que me magoam.
Magoa-me permitir de dia para dia que essas mesmas coisas continuem a ferir-me.
Magoa-me ver essas mesmas situações e não poder fazer nada para as resolver.
Há coisas que me magoam, que me entristecem, que me ferem e me atingem porque simplesmente eu deixo que essas mesmas situações me magoem.
Há coisas que me magoam.
Muitas coisas. Coisas que são simplesmente coisas insignificantes. Coisas que tendem a ficar registadas na minha cabeça e que tendem a não sair.
Há coisas que me magoam.
Como podem não me magoar?
Por vezes finjo que não vejo, que não acontece aquilo que vejo estar a acontecer. E isso magoa-me.
E eu deixo. Deixo-me magoar por aquilo que me permito ver, porque vejo.
Simplesmente vejo coisas que me magoam porque os meus olhos foram feitos para ver tudo ao meu redor.
E sinto. Sinto que essas mesmas coisas me magoam. Sinto a ferida abrir e ficar lá, até à próxima facada.
E isso magoa-me. Magoa-me simplesmente o simples fato de me deixar magoar.
E dói-me.
Dói-me sentir que ver essas coisas por vezes não ajudam a cicatrizar a ferida que já ficou aberta.
Então instala-se um buraco que magoa. E magoa mesmo sentir que esse buraco ali está.
Mas como poder essa mesma ferida cicatrizar se me magoa ver coisas ao meu redor?
Será preciso cegar?
Será melhor fingir que não vejo aquilo que os meus olhos me querem mostrar?
Magoa-me pensar nisso.
Sim, realmente magoa. Agora que penso nisso sinto novamente aquela sensação de ira apoderar-se de mim. E depois aquela tristeza. A sensação de nada ser suficiente para conseguir ultrapassar essa coisa que teima em me magoar.
E isso magoa-me...magoa-me mesmo muito.